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A violência que desfaz a teoria da evolução

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Há algum tempo, estamos sendo chacoalhados com noticias de extrema violência, o que me faz sentir como se eu tivesse entrado numa máquina do tempo e de repente aterrissasse nos tempos bárbaros e me encontrasse em meio a uma guerra dos hunos, tamanho o absurdo das noticias. Ainda mais revoltada fico, quando vejo, ouço ou leio que essa violência vem, muitas vezes, de pessoas com algum grau de instrução e certa condição finaceira, o que faz cair por terra a ladainha de que a violência só existe e advém das classes marginalizadas. Quem ainda crê nesse conto da carochinha, faça-me o favor?! A questão, infelizmente, não é tão-somente descobrir quem praticou ou incitou a violência. Penso que é preciso ir além e perceber que essas "pessoas" chegaram a este estado porque talvez não tenham recebido a base familiar necessária para se formar cidadão. Freud já perpertuava que a culpa é da mãe, mas, mãe que sou, sei que o buraco é mais embaixo e afirmo que a culpa é dos pais. Possivelmente, se se fizer um retrospecto da vida desses indivíduos, será descoberto, muito provavelmente, algum desajuste familiar. Quem me dera ter a fórmula do bem criar, estaria rica. Mas, há valores que sabemos universais. Entretanto, penso que cada vez mais esses valores têm sido substituídos por outros ditos modernos, deixando a estrutura familiar rasa, beirando o descaso. Há quem se preocupe com formalidades e nomenclaturas e gritam aos quatro ventos o repúdio pelo que não é tradicional, mas, não é disso que falo. Pois, para mim, pouco importa como é formada a familia - homem + mulher + filhos/ homens + filhos/ mulheres + filhos/ tudo junto e misturado + filhos - contanto que os valores que tornam uma sociedade possível sejam passados aos seus, tornando-os pessoas, seres humanos, cidadãos que saibam dizer o seu direito por meio de palavras e não de ações grotescas e nauseantes que me fazem ter vergonha de pertencer a minha espécie. Certamente a essa altura, Darwin está se remexendo no túmulo porque não sabia da possibilidade do retrocesso da espécie humana, estado em que nos encontramos agora, em pleno século XXI. Pasmem.


6 comentários:

  1. Eu acho que duas coisas são preponderantes para a percepção que nós temos:
    1 - A ausência de uma verdadeira base familiar sedimentada no amor e respeito ao próximo, onde maiorias se aproveitam de minorias para promover desrespeito. Isso é falta de amor e reflexo do que foi nosso processo colonizador. Destruindo pessoas de uma pseudo sub cultura, destruindo sua inocência.

    2 - O processo de Foucault, de sociedade disciplinar, panoptismo... A sociedade se vigia e cria sua própria percepção e valores, baseados não necessariamente numa opinião pública, que nasce do coletivo, mas que surge pela difusão do ideal do sistema. Muitos vigiando, julgando e um definindo se é bom ou mau o ato em si. Barbáries sempre aconteceram, a informação é que não chegava, ou menosprezada por não interessar ao sistems difusor.

    Fato é, precisamos continuar vivendo e convivendo das mesmas mulas sem cabeça, sacis e bois da cara preta... a diferença é que mudaram de nomes e estão mais assustadores, mas continuam sendo os mesmos.

    Me perdoe o tamanho do comentário... ^^

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    1. Tá perdoado porque adoro bons comentários!! Rsrsrsrsrsrs...sem dúvida o número 1 é um enorme problema e talvez seja o maior causador de tudo isso que temos visto. E, certamente, sempre houve a barbárie, mas, é que se lutou tanto pelo lindíssimo estado democrático de direito que não consigo entender porque após tantas lutas pra se chegar até aqui, querem um retrocesso...faz parecer que a luta foi em vão!

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  2. amiga a violência aumenta a cada dia
    são famílias sem base desestruturadas
    e quando olho pra frente
    penso como será no futuro
    quero um mundo melhor
    linda noite
    Nanda
    beijokas
    Sendo a mãe da Isa e da Gabi
    Google+Nanda

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  3. Oi, Myriam!
    Estamos realmente em uma era de perplexidades. Mas não sei se a causa é somente o desajuste familiar. Recentemente, li um texto que falava sobre os "velhos tempos". Um parágrafo dizia: "fui criado dizendo bom dia, boa noite, por favor." Um comentário me chamou atenção: "ué, então porque sua geração, cheia de bom dia e por favor, deu origem à geração atual, tão cheia de problemas?" Já vi pessoas incríveis, a despeito da infância terrível que tiveram. Também já vi o oposto. Acho que o ponto é bem esse: se tudo é culpa dos pais (principalmente a mãe), ou da ausência deles, ninguém tem responsabilidade por nada. Qualquer ato, e o indivíduo diz: "foi minha mãe, foi o bullying, foi o governo, foi o sistema podre". Concordo com o José Pacheco (fundador da Escola da Ponte): a solução é pensar coletivamente. Sentirmo-nos responsáveis por nós mesmos e pelos outros. Acho ainda que existe um batalhão de gente de bem fazendo o bem. Essas pessoas não aparecem tanto, porque seu trabalho é silencioso...
    Beijos!

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    1. Sim, acredito que o pensar coletivo ajudaria bastante e tb acho que há pessoas que por mais que tenham recebido boa educação parecem jamais terem ouvido falar dela. Mas, ainda acho que há muita falta de diálogo nas familias e cada vez mais observo pais sem tempo para os filhos. Ambos fora de casa o dia todo, exaustos quando retornam e a gente sabe o trabalho que dá educar e dizer não e ensinar mil vezes a falar por favor etc. Seria injusto dizer que tudo é culpa dos pais, mas, a realidade atual mostra pais flexiveis demais e até com certa "preguiça" de educar...vejo ultra permissividade e muitas crianças sem limites. Acho que o pensar coletivo + base familiar seria o ajuste ideal. Obrigada por comentar!! Bjão!!

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