Pesquisas e mais pesquisas estão sendo realizadas e todas comprovam a mesma coisa: exagerar as atividades para as crianças é um ótimo começo para o ESTRESSE. Atualmente, quando se fala de infância, pouco se ouve falar do brincar pelo brincar ou do simples "fazer nada". O que mais se ouve falar em rodinhas de amigas e recém-mães é o número de atividades que as crianças têm sido submetidas cada vez mais cedo. Seja pela vontade de querer ter uma criança muito preparada para o mercado de trabalho (?) que a vida adulta lhe aguarda, seja pela culpa de não estar presente (e então é melhor que a criança tenha tantas ou mais atividades que os pais, assim todos chegam cansados e não sobra culpa pra ninguém), o que veremos, em alguns anos, são consultórios de terapia infantil cada vez mais lotados. Eu fiquei em casa até os 3 anos de idade, quando, então, fui para escola. Cheguei a fazer natação e depois dança, mas, não gostava muito e minha mãe não forçou e eu voltei pra natação. Minha vida era bem tranquila. Havia muito tempo para as brincadeiras, para o sono e para fazer as tarefinhas de casa. Tudo muito simples e sem estresse. O inglês só fui começar aos 9 anos, porque na chamada primeira infância (0-6 anos) as obrigações não podem ser muitas. Mas eu sou dos 80, né? As crianças do novo milênio precisam fazer esporte, kumon, inglês, francês, mandarim, canto, instrumento musical, plantar uma horta, ter aula sobre a sustentabilidade, UFA!!! Cansei só de escrever. Aí, no fim de semana ainda têm que dar conta de passear o dia todo, ir pra 200 festinhas de amigos, ir ao parque, porque, afinal, ficar em casa e "fazer nada" NÃO PODE!!
Lendo sobre o assunto, encontrei a seguinte matéria: "Será que existe um número certo de atividades por dia para cada criança? A maioria dos especialistas recomenda moderação: crianças de 2 anos não precisam de um monte de aulas extras ou de visitinhas na casa dos amigos no dia-a-dia. Pais e mães que trabalham foram costumam preferir que seus filhos tenham dias estruturados por tarefas, assim não ficam em casa "sem fazer nada". Mas, nesta idade, brincadeiras livres e sem compromisso ou uma ida ao parquinho já são suficientes para preencher a maior parte do dia. Não se preocupe porque haverá muito tempo pela frente para as aulas de língua, música, esporte ou os encontros sociais com amiguinhos. Neste momento, brincar à vontade é mesmo a melhor coisa para o desenvolvimento físico e emocional." (http://brasil.babycenter.com/toddler/desenvolvimento/trinta-um-meses/)
Em outra pesquisa (http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/02/opiniao-criancas-precisam-ter-tempo-para-brincar-e-descansar.html) encontrei: "Brincar é uma forma da criança organizar as coisas que vivencia, dando um sentido a elas. Não é algo inócuo. É no brincar que a imaginação da criança é estimulada, algo importante para o desenvolvimento da criatividade e, consequentemente, da inteligência. Assim, como, é importante uma sonequinha extra durante o dia. Momento que serve para descansar e ter mais energia para outros aprendizados. Como o adulto. Nada como um descanso para dar continuidade a um relatório que não saia do lugar. Não adianta nada as crianças terem muitas atividades, se não lhes sobra tempo para digeri-las. E incorporar o aprendizado delas ao seu repertório."
Vê-se que a preocupação com o excesso de atividades é algo mais comum do que se imagina. Eu chego a ouvir mães que parecem entrar numa disputa para saber qual criança é a mais inteligente ou a mais preparada. Até cheguei a pensar que eu estava sendo muito negligente, tendo em vista que meu bebê de 1 ano e 10 meses passa meio período na creche e só! Em casa, ele brinca e brinca e brinca. Ah, e vai ao parquinho do condomínio encontrar os amiguinhos no fim da tarde antes do jantar as 18h e 30min. Para mim, já é um dia cheio pela tenra idade, não?? Para terminar, quero dizer que meu filho vai fazer 2 anos e é um gênio! Um gênio em fazer arte, em fazer birra, em ser carinhoso, em ser "SÓ" criança, como tem que ser! Deixarei a agenda dele com bastante espaço "vazio", por enquanto.