Fazer escolhas implica SEMPRE perder algo. Por não podermos ter tudo o que desejamos, elegemos prioridades durante a vida e passamos a ganhar (e perder) algo de acordo com as escolhas que fazemos. Não há caminho que nos leve ao tudo, infelizmente.
Semana passada estive em uma viagem a dois, preparada e pensada há mais de 7 meses. Conforme o dia da viagem se aproximava, um misto de ansiedade e saudade/culpa, porque iríamos sem o Dan, tomava conta de nós. Durante os dias que estaríamos fora, perderíamos: frases novas, risadas gostosas, cheirinho azedo depois de tanto correr, banho de mangueira e de piscina, mais risadas gostosas, desenhos assistidos abraçados, bom dia com hálito de cabo de guarda-chuva misturado com leite, historias antes de dormir, tarefinha pra casa, ainda mais risadas gostosas, além do "eu te amo demais" mais doce que nossos ouvidos já tiveram o privilégio de escutar. Em dias de ausência assim, pensei em como seria bom se pudéssemos engarrafar os momentos que perdemos ou aqueles que gostaríamos de reviver, como aqueles navios que artistas incriveis constroem e depois eternizam em uma garrafa de vidro transparente. Eu teria muitas prateleiras com garrafas cheias de momentos eternizados, de cheiros marcantes, de lágrimas de alegria, de paisagens e lugares que gostaríamos de revisitar. Mas como isso não é possível, tratei de engarrafar os momentos que vivi esses dias do melhor jeito humano possível: guardando na memória. E o que perdi estando longe do meu pequeno, eu guardei imaginando e criando em minha mente tudo o que era relatado.
P.S.: fotos e vídeos ajudam a eternizar, mas, as sensações são próprias só de quem as experimentam de verdade!