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Daniel sabe!

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Daniel entrou numa de que sabe tudo. A mamãe aqui tá sendo dispensada porque ele é senhor de si e não precisa mais de ajuda. Posso?
- Dan, deixa a mamãe colocar seu tênis?
- Não, mãe! Daniel sabe...
- Dan, vem cá pra eu tirar sua roupa e te dar banho?!
- Nãããão, Daniel sabe, mãe!
- Daniel, tá aqui seu melão cortadinho. Vem cá pra eu te dar?
- Não, mãe...Daniel sabe...

É, colegas...é dura essa minha vida de inutilidade!


Tempo de Páscoa e de surto?!

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Hoje começa a páscoa judaica ou Pessach, época em que celebramos a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, época de limpar a casa e deixá-la sem qualquer vestígio de alimentos que contenham fermento, uma grande limpeza, também, do espírito, de voltar-se para a familia, voltar-se para o elo, para o centro, para o começo, ou, recomeço. Em tempos de reflexão, tenho tido uns surtos. Ando me voltando para o que foi e que já não é mais e nem mais será. Ciclos que já se fecharam, mas, que eu ainda estava na esperança de que houvesse uma brecha, mas, é preciso deixar de acreditar nisso e move on! Pratico o desapego das coisas mas não consigo praticar o desapego do que já foi. Fico assim, em questionamentos retóricos de por que não é assim ou não é assado? Quando eu deveria entender de uma vez por todas que simplesmente não é porque não pode ser. Olho ainda incrédula para as atitudes de certos ditos seres humanos, surpreendo-me com os destemores da impunidade. Ocorre a banalização do bom caráter, dos valores éticos e morais e eu por pensar tudo isso, ainda sou taxada de quadrada. E, assim, surtei...mas, ok...há quem me traga de volta à sanidade, há quem faça valer à pena o move on. Ainda que o mundo esteja, em meu conceito, perdido, por você, não quero ser senil, mas, que os loucos estão em grande vantagem, ah, eles estão!


"Because I said so"

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O famoso "porque sim" é quase unanimidade entre os pais na hora de educar. As crianças, à medida que crescem, exigem explicações cada vez mais complexas para algo que nós pais pedimos, e, invariavelmente, a paciência para explicar, tão minuciosamente, termina e aí acabamos por dizer "porque sim" e pronto! Ser contestado é muito difícil e eu devo confessar que terei que me preparar para quando o Dan entrar nessa fase, pois, se ele for que nem eu, que tudo contestava, haja paciência!!! Cansei de ouvir "porque sim", bem como o "porque não" puro e simples. Aliás, esse me deixava bem mais chateada. Eu queria argumentos plausíveis para não deixar eu fazer algo e não ouvir um "porque não" seco e ácido...porém, imagino quão difícil deva ser a toda e hora e momento ter que explicar com requinte de detalhes o porquê do sim ou do não. Daí ser tão árdua a tarefa de educar. Ainda mais nos dias de hoje em que, na maioria das casas, pai e mãe trabalham fora, chegam exaustos e ainda tem que olhar o dever de casa, dar o jantar, conversar sobre o dia, dar banho, colocar para dormir e em meio a isso tudo, junto e misturado, educar. Tenho que dizer que talvez eu consiga dar umas 3 explicações  razoáveis para o Daniel...na quarta acho que vou apelar para o "because I said so". HAHAHAHAHAHAHAHAHA


"Trabalha não, mãe"

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O que fazer diante de um pedido desses?
Tenho escutado essa doce frase toda vez que preciso ir trabalhar pela manhã, quando ele ainda não foi pra escola. É necessário ser até um pouco fria para olhar bem naqueles olhinhos e dizer (morrendo por dentro) que a mamãe precisa ir para o escritório, mas, que logo estará de volta. Geralmente, trabalho no período da tarde, quando Dan vai pra aulinha. Porém, uma ou duas vezes por semana, acabo indo pela manhã e tenho que lidar com esse pedido tão sofrido: "trabalha não, mãe". E como dói!!! Fico imaginando como deve ser dificil para as mamães que enfrentam isso todos os dias. Sei que é algo comum da vida moderna, já que optamos por fazer parte do mercado de trabalho e ganhar nossa independência financeira, mas, não há como negar que nosso coração despedaça cada vez que ouvimos esses pedidos de "fica comigo" e uma pontinha de culpa fica o dia todo a nos perturbar. Eu gostaria de ser como os homens. Saem de casa, vão trabalhar e se libertam de todos os pensamentos do lar. Eles têm uma capacidade sensacional de foco no trabalho e desprendimento emocional que me chocam. Conseguem ser mais leves e se dão por satisfeitos de chegar em casa à noite, passar uma hora com os filhos e dar um beijo de boa noite. E, pior!!! Os moleques são alucinados por eles, né, não?
Quando eu crescer, quero ser assim, ó!! Porque é muito ruim ficar super dividida e se sentindo eternamente culpada...


Domingão do Daniel (com estreia no cinema)

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Domingo passado fizemos uma super programação para o Daniel. Achei que era hora de fazer a estreia dele no cinema. Perguntei o que o digníssimo achava e a resposta dele foi prática como só ele consegue: "o máximo que pode acontecer é sairmos antes do filme acabar." E eu que achava que teríamos altas discussões elucidatórias sobre a primeira vez do Daniel no cinema...hahahahahahaha...
Resolvi dar o almoço do Dan mais cedo, esperei pra ver se ele iria fazer o número 2, Giovanni deu o banho enquanto eu me arrumava e depois fui lá ver se o sapato combinava com a roupa ou se o cabelo estava bem penteado, enfim, esses toques que só mãe sabe dar. Ao meio-dia já estávamos no shopping, e, enquanto almoçávamos, Dan deu um super cochilo. Quando acordou, já era quase a hora de entramos no cinema. Eu estava apreensiva se ele ficaria com medo do escuro e tal. Mas, que nada. Quis sentar em sua própria cadeira, colocou o saquinho de pipoca entre as pernas e ficou lá assistindo tudo como se já fosse íntimo do ambiente. O sossego durou até a pipoca acabar (50min). Depois, ele ficou em pé na cadeira (ainda bem que o cinema estava quase vazio), desceu da cadeira e ficou em pé querendo passear e ainda pediu para ir pra casa. Aí começamos a dizer que o filme já ia acabar, comecei a falar sobre o filme, mostrei uma garotinha que prestava atenção sentadinha na cadeira e ele acabaou se acomodando de novo e ficou bem até o fim do filme. A propósito, assistimos "o mar não está pra peixe 2". Para uma primeira vez, achei que nos saimos muito bem. Perguntei se ele havia gostado e ele respondeu rapidamente: "gotou". Então, tá, né?! Ponto pra mamãe!
Depois do cinema, fomos visitar meus sogros, mas, Dan tinha um certo interesse para ir até lá. Queria andar com o pai na bicicleta que fica na casa dos avós. E lá foi ele de capecete, todo prosa, seachando!!! Coisa mais linda!
Pensa que acabou? De jeito algum. Ainda fomos passear na casa de uns amigos porque era aniversário de um deles. Mais farra! Dan quando viu a piscina ficou enlouquecido e só sossegou quando entrou de fralda e se jogou, literalmente, na água. Uma felicidade sem tamanho. Depois da piscina, um super banho e bateu aquela fominha, tanto que ele deu conta de um prato de sobremesa de carne de churrasco. O soninho foi batendo, resolvemos que era hora de ir pra casa. Mas, antes de dormir, ainda devorou 150ml do gagau...ah, garoto!! Isso é que é um domingo agitado. 





"Ser mais ou menos feliz já é um sucesso"

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Eu ouvi essa frase no programa Saia Justa do canal GNT e achei sensacional. De inicio, parece uma frase loser, que embarga a voz, mas, a grande verdade é que hoje parece que só nos contentamos com a felicidade suprema. Tudo o que fazemos tem que ser muito bacana, como se tivéssemos que viver em êxtase. Deixamos de nos contentar em ser felizes com as coisas simples da vida, para buscarmos uma felicidade que passaram a vender e a gente passou a acreditar e comprar. E tudo isso porque, atrelaram a felicidade ao ter. Quanto mais se tem, mais se é feliz, mais somos considerados bem sucedidos, mais, mais e mais. A conclusão a que se vai chegar é que jamais nos consideraremos felizes. Afinal, sempre vai existir algo para dizermos: "quando eu conseguir tal coisa, aí sim, serei feliz". O que entendo da frase "ser mais ou menos feliz já é um sucesso" é que o dia a dia já pode nos fazer feliz. Porque não existe o emprego ideal, a familia ideal, os amigos ideiais etc. Sempre haverá falhas, humanos que somos. Porém, são esses "defeitos" que tornam a vida mais real, mais normal e porque não, mais feliz?


Super curta do Dan

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Na hora de dormir, pai carrega para o berço, mas ele já diz logo:
- mamãe canta, mamãe canta, pai!
- papai canta pra você, Daniel
- não (indignado)! Papai canta mal.

HUAHUAHUAHUA

Meu fã mesmo. Filho, mãe te ama demais!!!!


"É meu!!!"

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Ah, filhos...todos iguais e tão diferentes ao mesmo tempo. Cada um tem seu tempo para a realização de grandes "feitos". O filho da fulana sentou aos 4 meses, já o da sicrana aos 6m, o meu só andou com 1 ano e 1mês, mas, e o da beltrana que anda desde os 9 meses? Entre tantas comparações, mais cedo ou mais tarde, todos farão suas evoluções. O que é unânime é a fase do "é meu!". Ao mesmo tempo em que sabemos que se trata de uma fase e que devemos trabalhar o dividir e o compartilhar, eu morro de rir com tanta possessividade. E eu A-D-O-R-O implicar com o Daniel. Pego naquele cachinho dourado e digo: "Dan, vou cortar e pegar esse cachinho pra mim, tá?!". E lá vem a furia: "Nãããão!! Minhaaaa." Acho o máximo ele não saber concordar os gêneros. Tenho que confessar meu lado sádico! MEDIVIRTO. E quando pego um brinquedo e digo que vou ficar pra mim? Dá dó a carinha de choro. Hahahahahahahaha...desculpa, gente! Mas, é muito engraçado. Porém, quando o caso pede, levo a serio a situação. Tenho treinado o Daniel a dar um pedacinho da bolacha que está comendo ou qualquer frutinha, só para ele começar a entender que dividir faz parte da vida e quem nem tudo pode ser só nosso. O mais dificil, até pela idade, é dividir os brinquedos com outras crianças. Demanda mais paciência, mais explicações. A escola, nesse sentido, é uma grande aliada. Pois lá, desde sempre, tudo é de todos. Tenho essa preocupação porque Dan é filho único e, por hora, não está nos meus planos dar um irmão ou uma irmã pra ele. Então, gostaria que ele não se tornasse tremendamente possessivo com tudo como eu fui (sou), já que só ganhei uma irmã aos 7 anos e eu brincava muito só em casa, logo, tudo era meu mesmo.
Sempre que Daniel dá um ataque de "é meu", eu canto a música Ciranda do Palavra Cantada, que eu acho muito bacana e relata bem o que falei acima.

Ciranda

Deixa de manha de noite e de dia
Toda criança diz que tudo é seu
Hei, menino! Hei, menina! Larga disso, lagartixa
Que nessa ciranda o mundo inteiro é meu, é seu, é meu, é seu...
Como uma vez tinha um tatu bolinha
Mais outra vez nasceu um monte de grãos
Mais o amigo, mais a prima, o colega, a vizinha
E nessa ciranda o tatu bolinha virou bolão, balão, bolão, balão...
E nessa ciranda o mundo inteiro é meu, é seu, é meu, é seu...
E nessa ciranda o tatu bolinha virou bolão, balão, bolão, balão...

http://letras.mus.br/palavra-cantada/283406/


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