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Amor de tia

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Mais que minha irmã, quase minha filha, a Rebeca é a melhor tia que o Daniel poderia ter. Ela fez uma declaração especial para o blog que me fez chorar, mas, vindo dela não seria diferente, pois ela me causa orgulho todos os dias! 

Segue o lindo texto:

"Meu nome é Rebeca. Meus pais me chamam de Beca, meus amigos de Rebs, e por aí vai. Gosto demais do meu nome, mas a verdade é que, de uns tempos pra cá, gosto mesmo é de ser chamada de “ti”, forma simples e não exclusiva como meu sobrinho Daniel me chama.
Soube que minha irmã estava grávida quando eu estava no trabalho, e a emoção foi tão grande que eu sequer consegui esconder dos meus colegas. É claro que eu não sabia muito bem o que esperar, mas a ideia de ter um bebê assim tão perto, fruto de alguém que eu amo tanto, foi, no mínimo, fascinante.
Várias vezes fiquei pensando em como seriam os olhos, como seria o cabelo, o rostinho, todas essas coisas, como se meu ele fosse, mas estivesse na barriga da minha irmã. Comprei mais presentes do que deveria e saí como louca para o shopping quando minha irmã, em um ligeiro surto de gravidez, ligou desesperada dizendo que o filho dela não tinha roupa suficiente pra usar. E então ele chegou. Impossível não achá-lo lindo, a coisa mais linda do mundo! Toda oportunidade que eu tinha, ia lá visitá-lo, nem que fosse para ficar olhando-o enquanto dormia. E à medida em que ele foi crescendo, foi ficando cada vez mais interessante. Era uma delícia fazê-lo dormir cantando rock, vê-lo sorrindo para mim quando fazia alguma gracinha, desafiá-lo a engatinhar e andar, tudo foi e é absolutamente maravilhoso. Agora, por exemplo, toda vez que ele fala “bola”, “carro” e “Piaf” eu sinceramente acho que ele é a criança mais inteligente de todo o universo.  Penso que poucas mulheres tem o privilégio de experimentar o que eu chamo de “amor de tia”. Aquele que você sente antes de ser mãe, quando se depara com uma cópia de alguém que você ama muito, reproduzida em tamanho mini e que exige carinho, cuidado e a concretização da magia apenas por existir. Não tem como você ficar imune ao amor de tia... Ele é arrebatador!  Em um surto de maternagem psicológica, você passa a pensar nele enquanto está no trabalho (alíás, o papel de parede do seu computador fica alternando entre milhares de foto do bebê enquanto tem algumas 100 dos seus cachorros e uma do seu namorado), quando vai ao shopping já quer logo comprar um presente novo, quando tem reunião de família prefere ficar correndo atrás do moleque em vez de almoçar e volta e meia chega atrasada nas aulas porque tinha ido visitá-lo e você passou da hora... Fora que em vez do seu cérebro memorizar coisas realmente úteis para a sua vida profissional, você aprende todas as música dos três DVD's da galinha pintadinha, faz piruetas e caretas ridículas só para ele/ela parar de chorar, tira 300 fotos/vídeos e sai mostrando para todos os amigos como se fosse a coisa mais sensacional do mundo, ou apenas fica olhando ele dormir com cara de lesa, esperando ele acordar mal-humorado pra você achar graça. 
É verdadeiramente uma prévia do que é ser mãe. E com base no que eu sinto e vivo com o Daniel, cheguei à conclusão de que serei uma mãe insuportavelmente alucinada pelo meu filho. Pois se a “prévia” já foi assim tão forte, imagine quando for a minha vez de verdade...Por fim, considerando as pequenas obrigações que tenho como tia (ainda mais se comparada às obrigações dos pais), farei o possível para que ele goste e respeite os animais, tenha um gosto musical apurado e faça sempre algum esporte. E, é claro, nunca se esqueça do quanto a “ti” o ama... E que eu sempre estarei por perto, dele e de sua mãe..."

Com carinho,
Tia Rebs ;)


Minhas impressões sobre São Paulo com criança

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Se tem uma coisa que eu adoro fazer, é ir pra São Paulo. Muitas pessoas acham estranho eu gostar tanto de uma cidade que é conhecida pelo trânsito caótico, poluição, violência etc, mas, eu me sinto muito bem quando a visito, até porque só fico com a parte boa que ela tem a oferecer: excelentes restaurantes, ótimas opções de compras, bares maravilhosos, cinemas alternativos, várias livrarias, peças de teatro que jamais veria em minha cidade, museus incríveis, com exposições temporárias imperdíveis (e alguns excelentes acervos), um mercado que adoro visitar. Sem falar que São Paulo é um pouco do mundo todo em uma só cidade, fazendo com que qualquer pessoa, por mais diferente que ela seja, sinta-se muito bem acolhida, porque lá, todas as tribos são aceitas. É um lugar PARA TODOS! Enfim, eu AMO São Paulo, mesmo com trânsito difícil, clima que muda a todo momento, fazendo com que a gente saia igual cebola e ao longo do dia vá se "descascando"...
Como eu vou sempre por lá, já tenho lugares cativos, que tenho que ir mesmo já sabendo o cardápio de ponta a cabeça, por exemplo. Acontece que seria a primeira vez que eu iria à cidade com um bebê...e aí, as coisas mudam bastante, pois temos que ser mais criteriosos quando se trata do bem-estar dos pequenos, afinal, já basta que eles terão sua rotina completamente modificada, o que já causa neles um estresse natural. Pois bem, precisávamos viajar por várias razões: renovar nosso visto americano e tirar o do Daniel, reuniões de trabalho do meu marido, uma consulta médica, visita a parentes queridos e aproveitar ao máximo o que desse.
Para meu desespero, o tal visto foi uma situação de muito estresse, o qual jamais pensei que fosse passar, tendo em vista que por estar com um bebê de colo achei que haveria alguma prioridade. Ledo engano!! A coisa mais absurda foi não poder entrar com a bolsa com as coisas do meu bebê...nem fralda, nem água, nem frutinha, NADA do que pudesse fazê-lo ficar em paz por mais de 2h pôde entrar comigo!! Porém, achei que por conta disso, teríamos prioridade na fila, né? Não!!! A única coisa que me oferereceram foi ficar sentada com ele...Ahahahahahahaha...comofas??? Meu filho ANDA, CORRE e chega uma hora que precisa comer, trocar fralda, beber água. Foi um D'us nos acuda. As pessoas da fila, com pena da nossa situação, deixaram-nos passar na frente e conseguimos ganhar uns 20min, mas o meu filho já estava aos prantos e inconsolável, após longas duas horas. A Embaixada precisa melhorar muito o tratamento conosco, que vamos gastar nosso dinheiro lá no país do Tio Sam!!!
Passado o episódio de transtorno, vamos à viagem. Bem, eu achei que os restaurantes seriam mais bem preparados, mas, geralmente, só possuem o cadeirão mesmo e nenhum entretenimento (espaço ou mesmo uma folha em branco com lápis de cera). Alguns atendentes, para meu espanto, chegaram até a olhar com certo desdém quando entrávamos com o carrinho, fazendo cara de quem pensava que já daríamos muito trabalho. Fui com a expectativa de ser melhor recebida, mas, não, infelizmente!
No quesito passeio, visitamos 3 parques: Ibirapuera (básico), Trianon e o da Luz. Adoramos todos e Daniel se divertiu à beça. O Trianon, em particular, chamou a minha atenção para a quantidade de seguranças. Adorei!! Todos possuem ótimos espaços para a criançada se esbaldar.
Quanto aos shoppings, todos os que visitamos tinham excelentes fraldários, com produtos de muito boa qualidade, muito limpos e com atendentes muito simpáticas e preparadas. Além disso, todos estavam com programação para as férias e Daniel pôde brincar bastante nos espaços. É o tipo de passeio que você tem certeza de que não vai passar dificuldade, já que tem tudo o que você precisa!
Apesar de algumas chateações, eu adorei visitar a cidade que tanto prezo e apresentá-la ao meu filho. Sei que ele gostou mesmo foi de passar esses 6 dias grudadinhos no papai e na mamãe, o resto era só acessório!
Foram dias incríveis e que vão render mais de um post, com toda a certeza!!!


A segurança que o tempo me trouxe

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Uma característica muito minha é que eu não gosto de ser pega de "surpresa", mas não aquela surpresa preparada pelo maridão, pela familia ou pelos amigos no seu aniversário, porque essa todo mundo gosta, né?! Tô falando daquela surpresa relacionada ao despreparo. Sim, porque se tem uma coisa que eu adoro é planejar. Então, quando algo acontece fora do planejado eu fico totalmente perdida, sabe? Esqueço como se faz, como se fala, fico muda, atônita. Por isso, nunca passou pela minha cabeça, por exemplo, deixar as coisas acontecerem, e, simplesmente, engravidar. De jeito algum isso era possível para mim. Tanto que meu filho foi extremamente planejado, pensado, idealizado e todos os ADOS possíveis. Na gravidez, eu tentei ler tudo o que se pode imaginar sobre o durante e o depois. Mas aí, vieram coisas que eu não esperava e o negócio pegou...eu não esperava entrar em trabalho de parto com 32 semanas por conta das infinitas infecções urinárias (tenho desde criança) e ter que ficar em repouso absoluto para "segurar" o bebê o máximo de tempo possível; eu não contava que meu bebê começaria a não ganhar o peso necessário e isso ser um fator preocupante, já que ele tinha grandes chances de ser prematuro. Jamais passou pela minha cabeça que eu iria sair do consultório da minha obstetra, após ter passado pela USG, com 37 semanas, direto para o hospital porque minha infecção urinária estava altíssima, fazendo com que eu tivesse entrado, novamente, em trabalho de parto e meu bebê corria mais risco dentro da minha barriga do que fora. Eu não me preparei para vê-lo ser levado para UTI e não amamentá-lo, tanto que minha pressão subiu para 13 por 10 após o parto, e, por fim, eu não esperava uma depressão pós-parto acabar com todas as idealizações que fiz em relação à maternidade. Foi um começo difícil. Por vezes olhei para ele achando-o um estranho em minha vida. Muitas vezes eu me peguei chorando e me perguntando se deveria mesmo ter tido um filho. Eu não me achava capaz de fazer qualquer coisa por ele, eu me tornei dependente da opinião alheia, como se a minha não tivesse peso, eu deleguei funções a várias pessoas, eu me vi querendo saber como os outros faziam para ter certeza se eu estava fazendo certo. Até que um dia, PLOFT!!! A ficha caiu. E eu me dei conta, enfim, de que aquele bebê era meu e só meu. E sendo assim, o que eu decidisse que seria o melhor para ele, estava decidido, mesmo que alguém viesse com opinião diferente; eu resolvi retomar a maternidade que eu sempre busquei e ser protagonista e não mais coadjuvante. Eu decidi que teria ajuda se eu quisesse, mas, que eu saberia fazer sozinha. Para algumas mulheres, eu sei que tudo isso aconteceu no exato momento em que o bebê saiu da barriga, mas, para mim, foi diferente. Eu precisei de mais tempo...talvez porque eu tivesse me preparado tanto para que acontecesse de um jeito e como aconteceu diferente, eu não soube lidar com a tal surpresa que eu tanto desgosto. Eu precisei me reprogramar para me encontrar como mãe, faz sentido? Para mim, faz. O meu caminho foi cheio de atropelos, de tropeços, de dúvidas, porém, finalmente, a segurança chegou. E chegou para ficar. Não que eu seja a sabedoura de tudo, mas é que agora eu tenho segurança para dizer até quando não sei o que fazer. E vocês não imaginam o orgulho que tenho de mim mesma ao olhar para trás e ver a enorme evolução que eu sofri...agradeço ao meu filho, que mesmo tão pequeno e frágil já foi capaz de me ensinar tanta coisa e me tornar alguém melhor para ele e para mim mesma! A maternagem me trouxe tantos benefícios que seria difícil falar em um único post! Hoje, vivo simplesmente em PAZ, e espero assim seguir.


A mala do Daniel

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Não, minha gente, meu filho não é uma mala! Mas, eu quase enlouqueci preparando a mala deste pequeno ser!! Como eu sou movida a planejamento, lista é algo que eu adoro e não sei viver sem. Bom, fui fazer a lista para tentar não esqucer absolutamente nada e descobri que mesmo com 1 ano e 8meses um bebê demanda uma mala quase gigante, por mais prática que eu tente ser. Claro que entre a mala de quando ele tinha 4 meses e a de agora, muita coisa diminuiu, mas, ainda assim, é PUNK!!!
Seguem itens essenciais:
- 40 fraldas descartáveis;
- 25 roupinhas + pijamas (que não precisa ser 1 por dia, dá pra usar 1 a cada 2 ou 3 dias);
- meias;
- um tênis e uma sandália;
- fraldas de pano;
- babador;
- toalhas;
- lençóis (mesmo o hotel oferecendo, eu prefiro levar uns 2 de casa mesmo);
- itens de higiene
- remedinhos pro ouvido, enjoo, dor de barriga, febre, resfriado, tosse, machucados etc;
- brinquedinhos;
- DVD da Galinha Pintadinha (ele ama demais, ó!)
- mamadeira e o leite (agora Dan só toma o leitinho antes de dormir porque já tá um rapaz e come conosco)
Outras cositas mais...
E isso porque só é uma semana, imagina???


O valor de um bom amigo

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Deixando um pouco de lado a pessoa monotemática que me tornei, hoje é dia do amigo, e, portanto, dia de homenagear os meus tão queridos companheiros!! Tradição (adoro! rsrsrsrsrs) entre alguns amigos meus, um almoço juntos nesse dia. E que data boa de se comemorar, olha. Porque eu não sei viver bem sem essas pessoas que são a familia que eu pude escolher. Irmãos que não são de sangue, mas, têm de mim a mesma dedicação e amor. Confesso ser muito seletiva no quesito amizade. Para eu dizer que alguém é meu amigo, é porque pode contar comigo (e vice-versa), é porque saberá de mim sem máscaras, sem pudores, sem vergonha, sem medo de dizer o que pensa. Prezo demais essas pessoas que fazem tanto ou mais parte da minha vida do que muitos da minha própria familia. Chorei e ri com eles tantas vezes que tenho poucas lembranças das quais eles não fazem parte. E sabe aquela coisa de só se olhar? Pois é!! Com eles é bem assim mesmo. Nada precisa ser dito para que o outro compreenda. Quando eu viajo, em vários momentos digo ao meu marido: pô, isso é a cara da fulana...ou, se sicrana tivesse aqui, ia se esbaldar! Na viagem que fiz há pouco tempo, metade dos lugares que visitei queria ter compartilhado ao vivo com eles, mas, já que isso não era possível, compartilhei pelo whatsapp e pelo BBM (ai, como eu amo a tecnologia nessas horas!). A vida me deu presente excelentes amigos, considero-me muito sortuda por essas pessoas fazerem parte da minha vida tão intensamente. Eles são o colorido de muitos dos meus dias. Os problemas conseguem ser menos pesados, e, quando eu acho que vou desistir de tudo, vem alguém para me dizer: "isso também vai passar"...
Obrigada a vocês, que sabem quem são, pelos momentos incríveis (bons e ruins) que pudemos dividir. Para sempre vou guardar as visistas de vocês em cada mensário do Daniel. Ele é um bebê de muita sorte! Ganhou tios muuuito legais!!! Love you, guys!!!


Sobre raízes e tradições

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Para mim, o homem (sentido amplo) se define ao longo de sua vida. E acredito que uma das coisas que mais contribui para esse processo de definição são as raízes e tradições. Isso porque, penso que é preciso ter história, é preciso ter passado, para que saibamos de onde viemos e descubramos, por fim, para quê viemos. Eu nasci em meio ao sincretismo religioso. Família paterna católica, família materna judia. Não consegui negar quem sou (o judaísmo "passa" de mãe para filho) e fiquei com o judaísmo, que sempre foi muito presente e forte na minha vida, pois, fui criada com avó materna dentro de casa e conheci, por meio dela, e demais tias-avós queridas, a história da minha família. Então, conheci a história do meu bisavô, que nasceu no Marrocos e veio pro Amazonas, casou 2x e morreu aos 104 anos. Ele era de uma sabedoria e lucidez incríveis. Soube deixar seu legado. Penso nele como uma imensa árvore, com raízes profundas e galhos enormes. Os galhos somos nós, que nos multiplicamos em centenas, alguns primos nem conheço, mas, sei que existem, e que, assim como eu, continuam o legado porque podem lembrar das raízes profundas que foram deixadas. O judaísmo tem muito ritual, e, lógico, é cheio de tradição. Por isso mesmo é que gosto tanto, pois sou cheia de belas memórias desses rituais. Para sempre vou lembrar da música "Bendigamos" que cantamos muitas e muitas vezes em noites de Shabat. E como esquecer dos vários Kipus (jejuns) quebrados na casa de meus primos? Sem falar que pude viver uma das maiores emoções da minha vida quando meu filho fez o Brit Milá  aos 8 dias de nascido (circuncisão) o que me fez ir às lágrimas por ver que agora havia chegado a minha vez de passar o legado. Flexibilizações à parte, eu adoro tradição. Eu tenho a necessidade de lembrar, por meio da tradição, quem sou e saber o que posso me tornar. Quando assisti ao filme e ao musical Um Violinista no Telhado, eu me emocionei muito, pois, a personagem principal nos faz lembrar o tempo inteiro que é preciso tradição, tradição e tradição. Caso contrário, seguimos soltos, sem vínculo, sem raiz. Bom, meu coração falou mais forte que a razão e me casei com um gói (não judeu), o qual respeita a opção de criarmos nosso filho em minha religião e sou muito grata por isso, já que a vida inteira sonhei em transmitir os rituais e a minha tradição para alguém. Dessa forma, sigo, cheia de tradições, de expressões, de canções e de rituais que contribuíram para que eu me tornasse quem sou, para que eu soubesse de onde eu vim e para onde quero ir. Cheia de saudade e na certeza de que sou um pedaço dela, dedico esse post a minha adorada avó Myriam Benayon (in memoriam), com a qual tive a imensa alegria de conviver por quase 30 anos e que soube tão bem nos deixar o seu legado. Daniel já é um pedaço dela e sem qualquer dúvida, saberá das suas raízes.


O filho que quero ter depende da mãe que quero ser

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Alguns posts atrás, eu comentei sobre a educação rígida de antigamente x pais muito permissivos na atualidade. Eu continuo muito preocupada sobre a mãe que quero/devo ser para o Daniel a fim de torná-lo além de um bom filho, um ser humano do qual me orgulharei. Comentei, também, que não sou a favor de palmadas. Explico: não sou a favor, porque não me lembro de deixar de fazer minhas tolices por causa das chineladas que levei. Porque acredito que bater não educa. Bem como, porque bater é mais fácil que conversar e explicar o motivo daquilo ser errado. Sem falar que acho uma covardia bater em alguém tão menor que eu, e, por último, mas, não menos importante, porque educar dá trabalho e bater não! Veja bem, eu não sei como reagiria se um filho meu adolescente viesse me enfrentar, mas, por hora, eu tenho um bebê em casa, e, por mais que muitas vezes ele me tire do sério, jamais passa pela minha cabeça dar uma palmada. Sei que existem correntes a favor, mas, ainda não fui convencida. Porém, o fato de eu ser contra a palmada não me faz ser permissiva. Pelo contrário, sou o tipo de mãe bem rígida, e, que, fazendo as ressalvas da (pouca) idade do meu filho, converso com ele, às vezes de forma mais endurecida, para que ele entenda que o que ele está fazendo é errado e eu não aprovo. Muitas vezes, eu me sinto uma imbecil colocando-o no cantinho do pensamento 15 vezes até ele entender que deve ficar ali pelo longo período de 1min e meio. Várias vezes, eu tentei somente explicar que ele estava fazendo algo errado, e, não sendo suficiente, eu tive que tirá-lo do local onde ele estava praticando o delito a tolice ou tive que tirar o brinquedo que ele mais gosta para fazê-lo sentir que ele fez algo que não gostei. E como cansa fazer isso TODOS os dias!! Sim, porque não há um dia sequer que o Daniel não me teste. Ele me olha com um olhar desafiador e vai fazendo o que não quero que ele faça. Ou seja, é de propósito. Parece que estou ouvindo seus pensamentos! "vamos ver o que ela vai fazer...ahahahahahaha". É um olhar desafiante/debochado, sabe? Mas, apesar de todo o cansaço, eu não me deixo vencer. Porque educar não é fácil mesmo! Fazer um filho, qualquer ser humano apto, faz! Mas, educar? Ah, isso é que são elas! Eu saio do sério quando vejo pais inertes. Melhor: pais com preguiça de educar. Aqueles que vêem o circo pegando fogo e fingem que o rebento não é deles. Dia desses, li num blog um texto em que a mãe, por causa da birra da filha, foi embora de um passeio super legal porque ela tinha feito algo errado. Muita gente questionou se havia sido certo a mãe deixar de curtir o passeio porque a filha tinha feito uma birra daquelas sem precedentes. E ela respondeu que não há férias para quem educa. Eu AMEI essa resposta. Porque acho que é bem isso mesmo. Se for preciso o seu sacrifício para contornar uma situação de desobediência ou birra, tem que fazê-lo. O que não dá é para tapar o sol com a peneira e depois vir reclamar que não sabe como o(a) filho(a) se tornou aquele(a) adolescente problema ou aquele(a) adulto(a) irresponsável. Já disse Sartre que "a existência precede a essência". Essa frase, no mundo materno, poderia ser entendida que, como pais, somos responsáveis pelo que nossos filhos vão se definir como pessoas. É na primeira infância que se forma personalidade e caráter, depois, colhem-se os louros ou os vendavais. O que você vai escolher afinal?


Minha primeira reunião de pais!

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Aí que veio um recadinho na agenda do Daniel comunicando que haveria reunião de pais para entregar os trabalhinhos feitos durante o semestre e conversa individual com a professora. Eu fiquei ansiosíssima. Minha primeira reunião de pais! O que falariam do meu filho? O que eu teria a dizer à professora ou à diretora? Ui, que frio na barriga!
Mas, foi bem mais tranquilo do que eu esperava. Apesar do Daniel ter faltado muito por conta das gripes e sinusites da estreia na escola, ele conseguiu fazer bastante coisa. Recebi, super orgulhosa, o bloco de trabalhinhos dele. Muitas colagens, pinturas e...desenhos em branco. Perguntei se eram os desenhos dos dias que ele havia faltado. E lá veio a resposta: 
- Não, senhora. É que Daniel tem uma personalidade forte, né? Esses são os que ele se recusou a fazer!
Cadê buraco para eu me enfiar, minha gente??? Como assim se recusou? Ok, ok..isso é bem a cara dele mesmo, porque quando ele trouxe tarefa para casa, eu penei para ele fazer!
Aí perguntei, né? 
- mas, você não insistiu?
- as que ele fez foi porque eu insisti, as em branco é porque não teve jeito, ele é bem bravinho! (PLOFT! A mãe cai dura de vergonha!).
- Mas, calma, mãe! Ele ainda está se adaptando. Já já ele está adorando fazer isso tudo!
- Assim, espero, professora...assim espero...
Seguem os feitos do "bravinho" (inclusive uma das que ele se recusou a fazer!!):




                                     Anyway, mamãe mooorrreeee de orgulho!!



Daniel monossilábico

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O despertar:
Tiro o Dan do berço assim que ele acorda e após trocar a fralda, descemos as escadas. Ele começa a dizer sem parar: "fé, fé, fé, fé, fé..." (tradução: café!! não nega que é filho da mãe e neto da avó);

***
Hora de dar banho para ir pra creche:
- Daniel, vamos tomar banho?
- ão, ão!! (tradução: não e fica escondido atrás da barraca inflável)

***
Para sairmos:
- Daniel, vamos embora! A Galinha Pintadinha já vai dormir.
- au, Cal...(tradução: tchau, Galinha!)

***
Hora de dormir:
- Daniel, vamos dormir, filho! (e começo a colocá-lo no berço.)
- pu, pu, pu, pu...(tradução: chupeta com urgência)


***


Mamãe ingênua:
- Quem manda no Daniel?
- "eeeeu" (com os bracinhos pra cima!!)
#pegalesa

Tem como não amar???



Abaixo à Mulher Elástica e à Mulher Maravilha!

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Li dia desses a coluna que a Danuza Leão escreve para revista Claudia (uma ida ao salão rende um post!) e ela resumiu brilhantemente a loucura que é nós mulheres tentarmos exercer com perfeição tantos papéis que assumimos. E ela chega à belíssima conclusão de que é impossível. Assim, desse jeito, bem claro e objetivo, ela expôs por A + B que é absurdo pensarmos que vamos conseguir fazer tudo o que nos propomos, ou o que a sociedade muitas vezes nos impõe, de forma impecável. A verdade é que a cobrança é grande demais para suportarmos a falha...mas, vamos combinar que ser boa dona de casa, super mãe, esposa dedicada, mulher linda e arrumada sempre, cumprir a agenda social e ser trabalhadora hiper competente é humanamente impossível. Nem a Mulher Maravilha, criada para nos fazer achar que poderíamos ser heroínas, conseguiu, já que nunca a vi lavando louça, passando a madrugada amamentando e muito menos preparando o jantar pro maridão! Nem a Mulher Elástica dos Incríveis consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo (ainda assim é a personagem que mais se aproxima da nossa realidade!) Então, por que afinal devemos ser fantásticas em tudo? Está mais do que na hora de aceitarmos e de mostrarmos para essa sociedade ávida e egoísta que alguma coisa sairá prejudicada em benefício das demais. Tudo será de acordo com que elegermos como prioridade. Assim, quem opta por ser mãe realmente presente e boa dona de casa, dificilmente se sairá ótima trabalhadora, tendo em vista que para isso você terá que passar, pelo menos 8h fora de casa. Logo, a carreira terá que ficar em segundo plano e fazer algo por meio período é o máximo que a situação comporta. Se a pessoa opta por se realizar na carreira, então, tem que ter a lucidez de se despir da culpa e simplesmente aceitar que criará seus filhos pelo binóculo e fará uso da avançada tecnologia em matéria de comunicação. Aqui, não discuto o certo e o errado porque isso é completamente subjetivo. O querer de cada uma é que vai direcionar para um ou outro caminho. O que quero deixar claro é que não dá pra ser ótima em todos os setores, simples assim. E quando a gente chega a essa conclusão e tira esse peso imenso das costas, ufa! Quanto alívio! Parece que enfim a felicidade se aproxima e você está pronta pra ela. E se alguém achar que você está fazendo pouco, convide-a para estar em seu lugar!


Algumas coisas que nunca mais consegui fazer e não sei quando voltarei a fazê-las

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Quase 20 meses se passaram desde o nascimento do Daniel e eu não consegui voltar a fazer várias coisas que antes eram tão básicas:
- Eu nunca mais consegui dormir um sono 100% tranquilo, daqueles que o mundo pode acabar que você nem vai saber o que aconteceu;
- Eu nunca mais consegui terminar quaisquer dos 4 livros que estão na minha cabeceira, aguardando o dia em que minhas pálpebras não irão fechar na quinta linha da página;
- Eu nunca mais consegui acordar e ter como primeiro pensamento do dia outra pessoa ou coisa que não fosse o Daniel;
- Eu nunca mais consegui sair de casa e me desligar de tudo e de todos;
- Eu jamais consegui voltar a viajar e não sentir culpa por estar deixando o meu filho;
- Eu nunca mais fui ao shopping e pensei no que eu estava precisando sem antes não ter pensado em tudo o que Daniel precisava e eu ficar sem levar nada pra mim porque ele virou prioridade;
- Eu nunca mais tive minha casa impecável, como eu tanto gostava e prezava, porque todos os espaços são ocupados por brinquedos, carrinho, cadeirinha, cadeirão, chiqueirinho e afins;
- Eu nunca mais pude ser displicente e deixar algo em lugar abaixo de 1m porque ficará ao alcance das mãozinhas impossíveis do Daniel;
- Eu nunca mais tive uma conversa com as amigas em que 12 das minhas 10 frases não mencionassem algo sobre o Daniel;
- Eu nunca mais consegui ir somente 1x por semana ao supermercado;
- Eu nunca mais tive um carro super limpo;
- Eu nunca mais pude esquecer a tampa do vaso sanitário aberta porque a única vez que esquecemos, o Daniel meteu suas lindas mãozinhas e ficou sacudindo a água como se tivesse na piscina!
- Eu nunca mais saí de casa sem hora pra voltar;
- Eu nunca mais convalesci de uma gripe passando o dia todo deitada e descansando (aliás, deveria ser proibido mãe adoecer!)
- Eu nunca mais soube o que é a agonia do silêncio total;
- Eu nunca mais consegui sair de casa sem levar o carregador do celular comigo porque se eu ficar sem bateria e não puder ter notícias do Daniel eu enlouqueço!
- Eu nunca mais soube o que é acompanhar minhas séries de TV preferidas porque passo o dia vendo e ouvindo Palavra Cantada e Galinha Pintadinha!
- Mas, apesar de tudo isso, tenho certeza de que eu NUNCA tinha me sentido tão plena e realizada como eu sempre quis!!!


PS: Ser mãe cansa pra caramba, mas, é bom demais! Às amigas que ainda não desfrutam desse sentimento, posso dizer que suas vidas serão muito mais cansativas, porém, mais felizes!!



Mamãe foi ao cinema (finalmente!)

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Não consegui deixar de pensar no post em que eu NÃO vou à balada e resolvi sair da toca! Mas, calma! Ainda não foi dessa vez que consegui tirar a poeira do tal vestido que comprei há 3 meses (agora são 4, já que estamos em julho!!!). Escolhi ir assistir o recém-lançado Para Roma com Amor do "meu " diretor preferido Woody Allen, que sabe como satirizar a natureza humana de forma sui generis, fazendo com que você se veja um pouco em alguma ou em todas as personagens. Para Roma com Amor não foi exatamente o que eu imaginava, porque sempre crio muita expectativa sobre os filmes que ele dirige. Está longe de ser seu melhor feito, ficando bem atrás do vencedor de melhor roteiro Meia-Noite em Paris, o qual super recomendo pelo brilhantismo do roteiro (o Oscar não foi à toa) e as paisagens incríveis de uma Paris antiga, que só arremata o quanto acho a cidade mais romântica do mundo! Também ficou atrás de Vick, Cristina, Barcelona, Match Point e do hilário Tudo Pode Dar Certo, bem como do inesquecível Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Mas, valeu ainda assim, porque conseguiu me arrancar boas risadas. Para quem é fã do diretor, é sempre um prazer assisti-lo atuando como o melhor neurótico do mundo!! #ficadica







Enfim, o adeus à mamadeira da madrugada!

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Eu pensei que esse dia jamais chegaria, sabe? Eu sempre li e ouvi que os bebês, a partir de 1 ano, deixavam de mamar de madrugada e dormiam a noite inteira. Mas, comigo isso não aconteceu (daí eu afirmar convictamente que cada bebê tem seu tempo!). Eu esperei esse 1 ano chegar ansiosamente e nada mudou. Dan continuava a acordar com fome e, às vezes, mamava 2 mamadeiras. Como Dan nasceu muito pequeno e de baixo peso, eu nem achava tão ruim assim, mas, há uns dois meses que comecei a notar que ele não acordava com fome, ele só sentia falta da mamadeira mesmo, porque nem chegava a tomar 50ml e já rejeitava. Então, resolvi que havia chegado a hora de tirar a tal mamada da madrugada. Deixei o jantar para um pouquinho mais tarde e passei a colocá-lo para dormir 1h depois para ir dormir ainda satisfeito. A primeira noite, ele deu boas resmungadas, mas, não chegou a acordar. Na segunda noite, ele resmungou bem menos e também não acordou. Na terceira noite: VIVA!!! Ele dormiu direto, sem resmungar, sem se virar de um lado para outro, sem ficar tirando e colocando a chupeta, e, pasmem, acordou até mais tarde que de costume. Eu achei tão estranho que cheguei a acordar em plena madrugada para verificar se estava tudo bem mesmo, tamanha era a minha incredulidade. E é com uma felicidade imensa que venho comunicar que dormir a noite toda é algo sensacional!!! Acordo mais disposta há exatos 15 dias. Sei que eventualmente, principalmente quando ele estiver doente, terei o sono interrompido, mas, enquanto isso não ocorre, vou comemorar, tá?!


É genético!!

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Falei alguns posts atrás que Daniel era fascinado por baldes e afins e eu não sabia de onde vinha essa paixão, né?! Pois então que minha mãe, querendo mostrar o quanto os olhos do Daniel são parecidos com os meus, traz uma foto reveladora!! O amor pelo balde passou por meio da genética!! Ahahahahahahahaha

Para comprovar, eu com 1 ano de idade segurando o quê??? UM BALDE!!!






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