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O discurso materno que muitas vezes nos cega

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Quando eu estava grávida do Dan, eu pensava muito em como ele seria. Não tanto pelas características físicas, mas, principalmente, pelas caracterísitcas psíquicas. Teria uma personalidade forte? Seria tranquilo? Iria gostar de brincar com o quê? Seria muito sociável ou seria tímido? Lembro que ao longo dos primeiros meses após o nascimento, eu ainda não conseguia nomear muitas características ao meu bebê. Mas quando chegou aquela fase em que as pessoas se sentem mais à vontade para querer carregar a criança, Dan não foi do tipo que ia fácil com estranhos e eu logo tratei de antecipar às pessoas de que Dan não era muito dado. E então eu logo comecei a achá-lo bem parecido comigo, já que sempre fui muito na minha e tímida com quem eu não conhecia. Quanto mais o tempo passava, mais fácil era observar a personalidade do serzinho em formação. E como quase todas as mães, eu passei a nomear muitas características que eu via em meu filho: genioso, birrento, concentrado, tímido, carinhoso, comilão, esperto, excelente coordenação etc. E nessa de sair dando nome a tudo, criei em minha mente alguém que era quase meu espelho, eu conseguia (e ainda consigo) ver muito de mim nele. E nessse orgulho materno misturado com a cegueira que acompanha e assola quase todas as mães, eu fui achando que o conhecia como a palma da minha mão. Até que veio o dia das mães na escola e meu filho, super igual a mim, claro, iria se apresentar e eu tinha a mais absoluta certeza de que ele iria travar quando visse um montão de gente. Eu tinha tanta certeza disso que até o choro dele eu cheguei a "ouvir". Abriram-se as cortinas, eu não consegui enxergar qualquer criança. Para mim, só havia o Daniel. Eu o olhava meio em pânico, já esperando um choro ou alguém que ficaria que nem uma estatua congelada. A música tocou e de repente Dan começou a se apresentar. Ele dançou a coreografia inteira, olhando-me com uma carinha de quem me perguntava: está orgulhosa de mim, mamãe?! E eu virei a estatua congelada, boquiaberta e descrente de que aquele era o MEU filho. Eu pensei: como assim ele não está envergonhado?! Ele é tão parecido comigo!! Foi então que eu me lembrei do livro "O poder do discurso materno" da Laura Gutman, que eu havia lido há algum tempo...lembrei das palavras que tanto me fizeram refletir sobre mim mesma e o discurso que eu havia ouvido na minha infância: "temos uma mãe que nos observa e nos nomeia. Essa mãe, projetando sua própria percepção, vai escolher palavras para nos descrever. Vai decretar uma serie de atributos, que vão coincidir com algumas de nossas manifestações. Assim que nascemos - às vezes até antes - nossa mãe determina "como somos". O fato é que desde o inicio alguém nomeia como somos, o que nos acontece ou o que desejamos. Isso que o adulto nomeia (geralmente a mãe) costuma ser a projeção de si mesmo sobre cada filho." Ou seja, eu estava ali projetando características minhas em alguém que ainda está em formação. Eu já estava discursando quem era meu filho sem nem dar a ele a chance de ser quem realmente é. Eu estava atropelando o tempo e já decidindo de antemão quem era meu filho, quando na verdade, apesar dele ter sim muito de mim, ele é um outro ser que possui suas prórias características, seus próprios gostos e vontades. Porque ele não sou eu e nem meu marido. Ele é a mistura de nós dois e de nossas familias. Mas, acima de tudo, ele é um outro alguém a quem devemos dar a oportunidade de simplesmente ser, independentemente dos nossos discursos.


Quando eles crescem

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 Hoje fui invadida por um estado de embasbacamento maternal, ou, aquele dia em que você olha pro seu filho e pensa: caramba! Ele não é mais um bebê MESMO!
A cada dia desse ultimo semestre, vejo um projeto de rapazinho ao meu lado e isso tem me assustado, porque no auge de seus 3 anos e 7 meses, frases completas, vontades bem colocadas, vocabulário de gente grande e independência maior ainda, tem deixado claro que aqui há uma criança de verdade. E mais que isso! Um grande companheiro. Como é bom poder conversar com o meu menino na ida ao supermercado, à lavanderia, à padaria, à livraria e às compras! Pois, pasmem!! Ele tem muita opinião quando eu estou comprando. Diz que estou linda ou, para meu desespero, pergunta: "não tá apertado, mãe?!" Sua cor favorita é a verde, e como ele mesmo diz, TODOS os verdes. Ele só gosta de short ou calça que não tenha laço, prefere com botão mesmo. Não é fã de camisa polo, prefere o estilo mais despojado de uma camiseta de malha. As meias não podem ser grossas demais senão ficar "muito apertado", e as cuecas que sejam dos seus personagens favoritos, por favor! Adora melancia, morango, uva, manga, banana e tangerina. Mas o que ele mais ama no mundo é um quadradinho de chocolate meio amargo que ele ganha carinhosamente da mamãe de vez em quando. Ficou muito fã da música nova do Jota Quest "waiting for you", a qual ele canta, acreditem, para mim (o que faz eu morrer ainda mais de amor, claro!). Quando fica bravo, vira o Hulk, e eu tento não rir, apesar de achar engraçadíssima a sua nova forma de demonstrar chateação...ah, ele adora que eu leia histórias antes de dormir. Ultimamente, tem pedido pra eu contar como era quando ele era um bebê, como se isso já fosse há muuuuuiiiitoooo tempo. Dan fala o dia todo! Sério!! As vezes eu digo que o silêncio também é importante, mas, ele finge que não me ouve e continua a falar e a falar e a divagar sobre a sua linda vida...anda meio ansioso em se tornar adulto logo, ontem, se possível! Afinal, muito do que ele me pede, eu digo que ele ainda não pode porque é criança, o que o faz pensar que ser adulto é a melhor coisa do mundo, mas, ah, se ele soubesse que bom mesmo é ser criança, quando tudo (quase) é  permitido. Quando não se conhece a falta de tempo e muito menos o impossível. 


Amazônia Golf Resort

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 Há algum tempo que tínhamos vontade de passar um final de semana nesse resort, mas nunca nos programávamos. Uma amiga querida me avisou que ia com a trupe dela e pensamos que seria uma ótima oportunidade. O lugar é muito bacana, as acomodações muito boas, comida gostosa, bastante espaço pra criançada correr e brincar à vontade, piscina adulto e infantil, salão de jogos etc. Foi uma grata surpresa que nos deixou com vontade de repetir outras vezes. Seguem algumas fotos do local. Aos que moram em Manaus e ainda não conhecem, vão que será uma experiência bem bacana!





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