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Fim de ano e férias!!

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Lugar comum, eu sei, mas, gente!! O ano passou num piscar de olhos, né não?! Parece que foi ontem que escrevi o post sobre as expectativas para esse ano e ele já se foi!!! E quero dizer que não consegui diminuir a ansiedade e nem deixei de planejar demais. Em compensação, consegui focar mais na minha empresa e criar menos expectativas em relação aos outros \o/...já é alguma coisa!!
Adorei as novas amizades virtuais que foram criadas esse ano e espero que ano que vem, novas e boas surpresas aconteçam. Desejo a todos felizes festas e tentarei, mesmo de férias, dar noticias. Em janeiro, tudo novo de novo!!
FUI!!!





A escada

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  Quando viemos morar em nossa atual casa, Dan ainda nem era projeto. E como todo casal sem filhos, nunca vislumbramos os perigos e as necessidades de mudança no espaço em que se vive. Assim que o baby Dan nasceu, pouco se adaptou o espaço porque ele ainda era só de colo. As apreensões começaram a surgir no engatinhar. A partir desse momento, tudo, absolutamente tudo, parecia perigoso demais. A casa então se transformou, por assim dizer, num palco antiquedas, tropeços, escaladas, batidas de cabeça e um milhão de outras proteções. Os cômodos passaram a pertencer ao novo serzinho, que sempre vai deixando seu rastro por onde passa. E à medida em que a criança cresce, a bagunça aumenta em P.A e a possibilidade de um acidente em P.G...
Mas, de todos os meus medos, o maior sempre foi a escada. Assim que Daniel começou a engatinhar, instalamos as portinhas com trava para que o projetinho de gente não nos desse um susto daqueles. Quando começou a andar, a escada passou a ser o seu objeto de desejo. As portinhas não podiam ficar abertas JAMAIS!! A partir dos 2 anos e meio, ele começou a querer subir e descer sem ajuda, o que, claro, foi feito com muita cautela. Agora, aos três anos completos, ainda não é seguro deixá-lo descer e subir só, mas já podemos deixá-lo ir na frente e vamos atrás, observando seu progresso em subir e descer sozinho. Bem como a escada, é a vida. Hoje, Daniel é completamente dependente de nós. Somos necessários diuturnamente para que ele possa comer, beber, tomar banho, fazer o número 1 e o número 2 (principalmente), brincar, ir à escola, enfim, a criança existe através de nós. Tudo isso para que daqui uns anos estejamos tão-somente no backstage, observando e prontos para ampará-lo quando nos for solicitado. A natureza é perfeita, não? 






Reflexões de fim de ano

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Que maravilha podermos nos comunicar tão facilmente uns com os outros. Não há distância mais que impeça o diálogo, o desabafo, as fotos, os filmes. Tudo está ao alcance dos dedos.
Muito bem-vinda a tecnologia, sem dúvida. Mas nada tem só o lado bom. E então a vida tão moderna que encurtou distâncias, também apertou agendas. Já perceberam a dificuldade que é marcar um encontro entre familiares e amigos?! Dificilmente todos poderão comparecer porque há mil outros afazeres inadiáveis. Triste constatar que as pessoas só adiam o inadiável quando se trata da morte de um ente ou amigo querido. Uma pena que somente por motivo de despedida as agendas se reacomodam, quando deveríamos nos movimentar mais para encontros de risos e de vida. Antes era tão fácil reunir. Agora é um tal de "nesse dia não posso e nesse também não" e começa a dança das datas até que se chega a um denominador comum mas que não é tão comum assim porque alguém ficará de fora por estar viajando. E depois a gente diz que o tempo passa voando, mas é que na verdade nós é que passamos a andar atropelando tudo e deixando de admirar os pormenores e quando "acordamos", já passou.


A escolha da nova escola

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Quase certo é que todo pai e toda mãe deseja o melhor para seu filho e isso se multiplicou por mil, na minha cabeça e no meu coração, quando o assunto foi a mudança de escola do Dan. Quem acompanha o blog, leu vários posts sobre a dificil adaptação que ele teve ao iniciar a vida escolar aos 18 meses, época em que voltei a trabalhar. Quis voltar atrás inúmeras vezes na decisão, mas, segui em frente e alguns meses depois as coisas foram se acalmando, até chegar ao ponto do Daniel pedir para ir pra escola para ver os amigos, fazer atividade e, claro, brincar. Afinal, brincar ou recrear é tudo que uma criança no auge de suas descobertas e curiosidades precisa, ou não? Eu sempre pensei que há tempo para tudo nessa vida e que simplesmente adiantar qualquer processo de aprendizado para que o filho "saia na frente" das outras crianças é um erro. Sei que tem muitos (mas muitos mesmo) pais que querem que os filhos já saibam ler, escrever, desenhar, falar outro idioma, tocar um instrumento antes mesmo da primeira infância acabar e só posso dizer que cada familia sabe o que é melhor para si. Eu não estou com pressa porque penso que a vida adulta é muito longa e se eu não permitir que meu filho "só" brinque agora, quando ele o fará?!
E por que tocar nesse assunto? Bom, como Daniel começou a ir para escola antes dos dois anos, as opções em Manaus eram muito poucas, já que a maioria das instituições só aceita crianças a partir de dois anos. Acabei escolhendo uma escolinha-creche mais ou menos perto de casa, que funciona período integral; porém, coloquei o Dan só pela tarde pois sempre acreditei ser melhor para a criança estar um período em casa e outro período na escola, e, óbvio, eu podia/posso trabalhar somente à tarde, senão, a escolha teria que ter sido outra. Acontece que por se tratar de uma escola pequena e que só atende crianças até os quatro anos, eu pensei em mudar, ano que vem, o Dan para uma escola que ele já ficasse o restante da primeira infância, pelo menos, e foi aí que o meu dilema começou. Visitei duas instituições bem recomendadas, acreditei que havia encontrado a que atendia aos meus requisitos, mas, não saí com o coração tranquilo. Ficou martelando na minha cabeça as palavras da pedagoga: "escola tradicional", "ele terá tarefas todos os dias", "fará pré-alfabetização". Eu só conseguia pensar: "meu filho terá apenas 3 anos ano que vem e já vai ter tanta atividade". Os dias se passaram, o coração continuou inquieto e então a escolinha do Dan perguntou o motivo de eu não deixá-lo lá mais um ano, já que ele está tão bem adaptado etc. Essa conversa só reforçou o que meu coração estava gritando; Dan não tinha que ir para uma escola que já exigisse tanto dele e conversei com o meu marido sobre a possibilidade de não mudarmos o Daniel de escola por mais um ano. Entretanto, levei um balde de água fria...
Quase certa de que Dan ficaria mais um ano na mesma escolinha, fui falar com a professora dele sobre uma atividade que foi como tarefa pra casa que envolvia o reconhecimento das vogais e o quanto vi dificuldade nele para reconhecer as letras, apesar de achar que ele ainda era muito novo para tanto. A professora me diz então que Dan não reconhece mesmo as vogais e que está "atrasado" em relação aos demais alunos, que já reconhecem outras letras do alfabeto. Questionei o fato de ele ser o único da turma a ir só um período e nas entrelinhas acabou ficando claro que esse era o "problema". Daniel saía "perdendo" por não passar o dia todo, sendo que isso jamais me foi relatado, mesmo eu perguntando todos os dias como ele estava em classe. A questão nem foi saber se meu filho estava "atrasado", até porque eu não esperava que ele tivesse que aprender o alfabeto antes dos 3 anos. Não acho que forçar a pré-alfabetização seja o caminho para alunos brilhantes. Minha questão ficou no seguinte: por que não houve essa conversa comigo antes? Ora, dizer ao final do ano letivo que há algo "errado" me pareceu uma grande displicência e me chateou bastante,uma vez que não faltaram oportunidades para uma conversa, inclusive na reunião de pais!!! Resultado: desisti de deixá-lo na mesma escola e fui me debater novamente. Sem qualquer exagero, isso me consumiu três dias e uma noite em claro. Educação para mim é algo muito sério, prioridade zero e eu não quero falhar. É uma imensa responsabilidade porque você vai estar decidindo o futuro de outra pessoa e essa pessoa ainda depende por completo de você. Aflita, a primeira pessoa com quem desabafei foi minha mãe; nessas horas só colo e amparo de mãe resolvem (te amo, mãe!). Falei com a minha prima, conversei com amigas e fui visitar mais uma instituição. Levei o Dan comigo. Queria ver a reação dele. E foi mágico!!! Espaço excelente, construtivista, preocupada em formar cidadãos, associação de pais muito presente, acolhimento ótimo, ufa, um bálsamo! É ideal?? Não, jamais! O ideal está no ideal, mas preencheu o coração dessa mãe angustiada e que viu no sorriso do filho a paz que precisava reencontrar. 2014, nova escola, novos ares, novos amigos e uma vontade enorme de vê-lo crescer num ambiente bacana!


Alguns trechos de "A maternidade e o encontro com a própria sombra" (Laura Gutman)

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Como o livro mexeu muito comigo, resolvi transcrever alguns trechos que achei muito bacanas:

"O bebê é sempre um mestre graças a seu corpo pequeno, que lhe permite maior expansão no campo sensível. Por isso consegue manifestar todas as nossas emoções, sobretudo as que ocultamos de nós mesmas. Aquelas que não são apresentáveis socialmente. As que desejaríamos esquecer. As que pertencem ao passado."

"As crianças e os bebês são seres fusionais, ou seja, que, para serem, precisam entrar em fusão emocional com os outros. Este com o outro é um caminho relativamente longo de construção psíquica em direção ao "eu sou"."

"As mulheres puérperas têm a sensação de enlouquecer, de perder todos os espaços de identificação ou de referência conhecidos; os ruídos são imensos, a vontade de chorar é constante, tudo é incômodo, acreditam ter perdido a capacidade intelectual, racional. Não estão em condições de tomar decisões a respeito da vida doméstica. Vivem como se estivessem fora do mundo; vivem, exatamente, dentro do mundo-bebê."

"As mães costumam ser acusadas de "superprotetoras" e seu papel maternalé desmerecido quando têm a coragem de manter o bebê sobre seu corpo."

"As mulheres que trabalham fora de casa cansadas, voltam com vontade de encontrar as crianças, mas também com tarefas a fazer. As que não trabalham fora entram em uma atividade doméstica interminável e, embora a sensação de ter lidado o dia inteiro com as crianças, na realidade não se permitiram parar, olhá-las, observá-las e fazê-las saber que há um tempo e um espaço exclusivo para elas. Não é indispensável brincar com a criança. É indispensável olhá-la."

"Aquilo que os adultos consideram falta de respeito lhes parece natural quando se trata de crianças."

"Há uma grande confusão acerca do papel dos pais nessa fase de perda de identidade. Não é fundamental que um pai troque fraldas ou ponha o bebê para dormir, embora sejam atitudes sempre bem recebidas pela mãe esgotada. No entanto, quando um pai que não tem condições de sustentar emocionalmente a mulher se ocupa de trocar fraldas, o desequilibrio familiar é imenso. Qualquer mulher pode trocar as fraldas de seu bebê, mas esta ou qualquer outra tarefa se torna incomensurável quando não conta com o apoio emocional suficiente."

"O homem se aproxima de seu filho pequeno durante um processo que é sustentado pelo amor que sente pela mulher que se transformou em mãe da criança. Acontece de fora para dentro. Por sua vez, as mães fazem o processo inverso: de dentro para fora, da fusão à separação, tanto física quanto espiritual."

Se eu citasse mais, transcreveria o livro inteiro. Deixo aqui alguns dos trechos que me fizeram tanto refletir e esmiuçar a minha maternagem.


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