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Mamãe tá na balada (só se for na dos lençóis!)

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Não é novidade que filho muda a vida da gente. O nosso tempo fica escasso, as prioridades passam a ser outras, a gente dorme e acorda pensando neles, enfim, a nossa vida passa a girar em torno dos guris. Eu (tão ingênua) achei que depois do primeiro ano, fosse voltar a ter uma vida mais parecida com a que eu tinha antes do Daniel. Ou seja, conseguiria sair mais à noite, ir pra uma baladinha de vez em quando, curtir um cinema fora de hora. Mas, QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ...quem disse que a pessoa tem energia pra isso??? Eu até acordo animada pensando em pegar um cineminha em plena terça-feira, mas, quando eu busco o Dan na escola no fim da tarde e chego em casa, eu não quero mais nem pensar em sair. E, no fim de semana? Eu só consigo pensar em descansar! E nem é muito, porque o Dan não acorda tarde e é impossível continuar dormindo com ele e a Piaf bombando pela sala! Ultimamente, tô que nem a Cinderela..deu meia-noite (isso quando eu consigo dar uma saidinha) quero ir pra casa dormir!! E, antes que eu já me intitulasse de velha, fui parar pra pensar como que eu conseguia sair tanto antes de ter um bebê! Não foi difícil encontrar as razões. Razão número 1: Eu jamais tinha o sono interrompido no meio da noite. Gente, isso acaba com a pessoa! Uma noite é ok, mas, 19 meses?! Não há mãe que consiga estar apta à balada! Razão número 2 (e, não menos importante): se eu saísse e chegasse as 4h, no outro dia, eu dormia até 12h e ainda dava uma "cochilada" no fim da tarde!! Isso é impossível hoje em dia. Se eu chegar as 4h, vou ter que ficar um zumbi mesmo!! Razão número 3: o marido nunca foi muito chegado à balada, a animada da relação sempre foi eu. Então, não há qualquer incentivo da parte dele. Sair pra jantar já tá de bom tamanho.
O bom de todo esse meu raciocínio é que cheguei à conclusão de que não estou velha (pessoa tá em total crise com a idade!), mas, não tem como existir pique pra viver saindo à noite depois que se tem filhos. A natureza é sábia, sem dúvida! Tudo a seu tempo, e eu, ainda bem, aproveitei muuuuito!!! Mas, por que mesmo eu pensei tanto nisso? É que há 3 meses olho um vestido lindo que comprei pra sair e não consigo usar porque a tal balada nunca acontece!! Rá!! Quem manda comprar vestidinho ao invés de legging e sapatilha pra correr atrás de menino??


Arte em casa 2

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Mais uma arte do pequeno e a mãe aqui acha tudo lindo!!


Quem come do meu feijão, prova do meu cinturão!

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Taí uma frase que ouvi muito!! Mais especificamente, até meus 25 anos (quando me casei)!! Mas, calma!! Não sofri espancamento na infância não! Umas palmadas sim (e esse assunto fica para outro post porque não sou a favor das palmadas!), quando eu respondia "atravessado" para minha mãe. Engraçado como a relação entre pais e filhos mudou drasticamente nas últimas décadas. Eu costumava ouvir da minha avó, que pai na época dela, era um semi-deus! Quase intocável! Não tinha mimimi com eles não! Era tratamento equivalente ao militar! Quando ela me contava esses causos, eu ficava perplexa, sabe? Mas, gente, minha bisavó engravidou 19 vezes, dos quais 10 sobreviveram. Vocês já pensaram criar 10 filhos com manha e mimimis? IM-POS-SÍ-VEL!! Ou era regime militar ou os curumins (sou do Amazonas, ok?) não se criavam não. Definitivamente, não era o tipo de criação que penso ser a ideal. Porém, tenho que reconhecer que os filhos respeitavam bem mais o pais, mesmo que fosse pelo temor (que eu não acho ser a melhor forma de respeito), havia bem mais consideração e até preocupação com aqueles que nos deram a vida. Eu sou da época que bastava um olhar! Se meu pai me olhasse feio, o bicho ia pegar pro meu lado. Era do tipo: "corram para as montanhas e subam para as colinas" e vice-versa! Mas, tinha uma atenuante em relação à época da minha avó. Meus pais não eram intocáveis. Pelo contrário, abraço, beijo e carinho foi algo que eu recebi demaaaaais. Só que se eu não andasse na linha, a coisa ficava bem feia pra mim! E eu, auto-crítica que sempre fui, tinha pavoooor de desapontar meus pais (tenho até hoje, acreditem!), e, por isso, sempre me cobrei muito para errar o mínimo possível. Não sei se era certo, mas, comigo foi assim: nota alta na escola era pura obrigação! Não tinha barganha. Papai dizia: "você não trabalha, portanto, exijo que se dê bem". E assim foi...acho que não precisava de taaanta pressão, mas, ok...
O que quero dizer nesse post é que, muito antes de me tornar mãe, eu já prestava atenção nas crianças e nos adolescentes atuais e é discrepante a diferença da relação entre pais e filhos que se estabeleceu. Vejo pais não autoritários, mas, com enorme dificuldade de impor algum limite às crianças/adolescentes, e, consequentemente, vejo filhos que peitam os pais sem o menor resquicio de respeito. Como já falei em outros posts, a ausência significativa dos pais na criação de seus filhos (seja por qual motivo for) desencandeou a safra dos pais permissivos demais, e, claro que o resultado disso são filhos abusivos, que parecem não entender que pais mais próximos e amigos não significa ausência de autoridade. Acredito que o patrio poder ou poder familiar, como queiram, tem que ser exercido sim. A cautela deve-se deixar em relação à educação castradora ou opressora, mas, não sem limites. Sinto muitíssimo quando vejo crianças que praticamente batem nos pais (às vezes, o fazem!). Sinto muito, também, quando vejo jovens que não respeitam nem dão valor à familia e acham tudo um saco e saem por aí fazendo tanta besteira, e, não raras vezes, praticando badernas, violências e tantas atrocidades que vemos nos noticiários. Mais uma vez, venho falar do tal equilíbrio que é tão difícil encontrar. Não quero a educação dos meus avós, mas, estou longe de querer dar uma educação tão libertadora a ponto de sentir vergonha do filho que eduquei. Meu caminho é longo, não faço ideia do que ainda irei enfrentar, porém, tentarei, de todas as formas, ser prudente!


A saga da adaptação na escolinha parte III

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Após 3 semanas em casa se recuperando de uma virose violenta que incluiu diarréia, conjuntivite e uma sinusite das brabas, Dan voltou pra escola! Claro que foi como se jamais, nessa sua longa vida, ele tivesse ido, né?! Eu, que não sou besta nem nada, fui armada!! Pus o DVD da Galinha Pintadinha embaixo do braço, coloquei o menino na cadeirinha, entrei no carro, liguei o DVD e fomos cantarolando até chegar em frente à bendita creche. Assim que eu estacionei e ele olhou para o lado de fora, vi naqueles olhos lindos de meu D'us que havia acontecido o reconhecimento do local. Vi, instantaneamente, as feições daquela pobre criatura mudarem completamente. E um berro daqueles que se pode ouvir na esquina seguinte, começou. Entreguei o Dan pra tia e senti que o estava entregando para o abate, tamanho era o desespero dele gritando: "Mããããããããaeeee"!! Aff! Coração partido, parti, né? Claro que fiquei ligando pra saber como ele estava, e, entre um choro e outro, soube que estava se soltando. Quando fui buscá-lo, aquela alegria de quem estava sendo salvo!! Mal virei a esquina, olhei para o retrovisor e me deparei com ele de boca aberta roncando!! Cena linda, ó!! Memorável.

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Dia 2: Depois de tomar banho e ficar lindo como só ele, digo: "filho, você está lindo demais! Que legal que você vai encontrar seus amiguinhos e a tia fulana, né?!" Ele balança a cabeça em sinal negativo e sai correndo. Tomei um "pegalesa"!! Na hora de irmos, foi se esconder atrás dos móveis e continuava a balançar a cabeça dizendo não. Chegando lá, o escândalo básico, mas, foi só a porta da escola se fechar que imediatamente o choro passou. Manha?? Cheguei para buscá-lo, estava bem mais animado, tinha comido muito bem e foi sorrindo pra casa. Ufa!! Parece que estamos caminhando e é para frente!!

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Dia 3: Dan estava dançando e cantando, mas, quando eu disse: "vamos, filho? tá na hora de você ir pra escola!", ele começou a choramingar. Foi bem chateado e choramingando até chegar na creche. A tia veio buscá-lo e ele até que nem teve dificuldade de ir pro colo dela, porém, fez um draminha na hora que eu disse "tchau, mamãe vai trabalhar e mais tarde vem buscar você!" Já achei que a dor de ter ficado lá foi menor. Porém, na hora de buscá-lo, quando ele me viu, já foi arrastando a mochila e veio aos prantos na minha direção. Quando entendeu que já ia embora, parou e ainda deu um alegre tchau pras tias. Voltou dormindo, como de praxe!

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Dia 4: Confesso que pensei que ele já fosse amanhecer doente porque da outra vez foi assim, né?! Amanheceu a quinta-feira já com aquele febrão. Mas, ainda bem, ele acordou ótimo e com o sorriso lindo de sempre. Só que na hora de ir pra escola, o drama básico. Um chorinho, uma carinha feia, vários ãos (é como ele fala NÃO), porém, nada demais. Chegou lá, fez mais um draminha e ficou. Quando cheguei para buscá-lo, mais choro, pra não perder o costume e uma gostosa cochilada até chegar em casa.

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Dia 5: Nem acredito que ele conseguiu ir a semana inteira!!! Hoje era dia de festa junina e ele foi à carater, muito a contra gosto, claro. Ainda não foi dessa vez que ele me deu tchau sorrindo, mas, as tias me disseram que ele dançou à beça, brincou, comeu muito bem, enfim, farreou. Ótimo sinal! Na hora de buscá-lo, ele sempre vem chorando. Acho que ele não quer demonstrar que tá começando a gostar de lá pra ver se eu desisto de levá-lo. Vai que cola, né? Mas, mamãe é mais esperta e não acredita nesse draminha não!! Claro que de tão cansado voltou dormindo e ficou beeeem chateado quando o acordei.

P.S: Daniel, desde a segunda-feira, dorme um sono só. Das 21h as 7h/8h da manhã. Após 19 meses, eu tenho 5 noites inteiras de sono!!! É ou não é para se comemorar?


Arte em casa

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Essa dica eu peguei no blog http://aprendendocomotheo.blogspot.com.br/ e resolvi encomendar um pra ver se o Dan ia se divertir também!! Foi uma farra!! Sou da opinião de que se sujar faz muito bem!!!!


O site do brinquedo é http://www.alegriasembateria.com.br/ ! São peças de MDF para se pintar e depois montar. O do Dan é um helicóptero!


Uma Piaf em nossa vida!

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Dia desses, comentei num blog, que eu era super a favor de ter cachorro e criança juntos! Imbuída pela emoção que me trouxe esse comentário, resolvi dividir com vocês o amor que temos pela nossa Piaf! Nossa história começou em 2008, quando eu me mudei para uma casa já pensando em formar uma familia. Como engravidar ainda não estava nos planos imediatos, o silêncio da casa me atormentava. Era estranho chegar num ambiente que fazia eco, de tão vazio! Tentei dar uma cara de lar a minha casa nova colocando um jardim legal, umas plantinhas dentro de casa, uns quadros, vários porta-retratos, mas, nada dava a cara de lar que eu queria. Afinal, nenhuma dessas coisas emitia som, logo, não me satisfaziam.

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Qualquer lembrança que eu tenha na minha infância, é sempre acompanhada de um cachorro. Pasaram em minha vida: a Puppy, a Twiggy, o Apolo e a Phoebe. Quando casei, senti muita falta da Phoebe. Ela tinha virado a bebê da familia e foi muito difícil não vê-la abanando o rabinho quando eu chegava em casa.

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Voltando. Após sentir o tal vazio crescer cada vez mais, fui atrás de uma ninhada de lhasa apso para, enfim, ter a minha cadelinha. Encontrei em Brasilia a minha "filha". Ela ia nascer em alguns dias. Por coincidência (ou não), ela nasceu dia 13 de dezembro de 2008 (Daniel nasceu 13 de novembro de 2010). Fiquei acompanhando seu crescimento por e-mail, e, no dia 03 de fevereiro de 2009, véspera do meu aniversário, ela chegou (de TAM, ó, que chique!!!) e eu fui buscar, feliz da vida, a minha Piaf!

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A escolha do nome se deu porque eu havia começado a fazer aulas de francês em 2007 e eu estava apaixonada por músicas francesas, em especial as cantadas por uma das maiores (senão a maior) intérpretes, Edith Piaf. Resolvi homenageá-la!

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Piaf é uma grande companheira. Trouxe muita alegria, fez da minha casa um lar e foi muito importante durante a minha gravidez, no período em que tive que ficar de repouso absoluto (ela não saía do meu lado nem por um minuto). Quando trouxemos o Daniel pra casa, ela o cheirou bastante, e, sentindo-se meio excluída, enfiava-se debaixo do berço. Aos poucos, foi se apaixonando por ele, e quando ele chorava, latia avisando! À medida que Daniel crescia, eles ficavam cada vez mais próximos. Hoje são como irmãos, brincando e brigando muito! E, apesar de muitas vezes eu perder a cabeça com ela pelas sujeiras que faz, não conseguiria ver a minha casa sem sua presença. Quando penso em familia, penso também nela. Afinal, não há dúvidas de que o melhor amigo do homem é o cão!! Pelo menos a minha é!!

Foto da lindíssima Piaf quando Dan tinha 11 meses:




"Pais e filhos"

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E quem não se lembra de ter cantado milhares de vezes a música Pais e Filhos do Legião Urbana? Eu, super adolescente e me achando a dona da razão, quando cantava, tinha uma vontade de cantar protestando. "Tipo assim", (usando a linguagem dos aborrecentes jovens): "Pai, mãe, eu sei que vocês me amam e tals, sei que vocês querem me dizer o que está aí nessa música, mas, pô, me deixa!!" Mas, como diz uma amiga minha, "a volta do anzol é que segura o peixe", eis que agora eu me econtro do lado lá. E quando ouvi a música Pais e Filhos na radio (viva o Jurassic Pan!) o sentimento foi inverso ao que eu sentia quando era adolescente. Lógico! Eu não ouvia mais a música como filha! Eu estava ouvindo com ouvido de mãe!! E eu fui me vendo mãe em cada refrão:

"Dorme agora:
É só o vento lá fora.
Quero colo
Vou fugir de casa
Posso dormir aqui
Com você?
Estou com medo tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três"

Além das noites mal dormidas, de tentar fazer o Daniel dormir sozinho no berço e esperar que quando estiver com uns 3 anos, ele já vai se enfiar por debaixo do meu edredom e terminar a noite entre mim e o pai, fui além e já me imaginei sofrendo com o Daniel me comunicando que a noite dele será longa e a minha também, por conta. Foi quando quase que senti uma lágrima escorrer e pensei: "tá louca, fia? faltam uns 15 anos pra você ouvir isso!" (não vou aguentar ouvir um comunicado desses antes, já aviso!). Próximo:


"Sou a gota d'água
Sou um grão de areia
Você diz que seus pais não entendem
Mas você não entende seus pais.
Você culpa seus pais por tudo
Isso é absurdo
São crianças como você.
O que você vai ser
Quando você crescer."

Esse refrão é um tapa na cara de nós mães, antes só filhas, que teimávamos em não entender o porquê das atitudes dos nossos pais. "Mas eis que chega a roda-viva", e, taí, estamos padecendo no paraíso e aguardando, ansiosamente, tudo o que ainda está por vir. Mas, sabe o pior disso tudo? É a minha mãe ler esse post e dizer com o peito morto de estufado: "eu te avisei que você só ia me entender no dia que fosse mãe!" Rá!


Maternidade X Maternagem

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Tornar-se mãe é algo mesmo transformador na vida de uma mulher. Eu que antes parecia nada saber ou entender sobre gravidez, maternidade, estado puerperal, colostro, amamentação, parto humanizado, cólicas, chupeta, fraldas, fases do bebê e tudo o mais que envolve o mundo materno, hoje estou sempre às voltas com leituras de todos os tipos e desprovida de qualquer preconceito, desde que abordem sobre essa vida que optei por abraçar e me envolver plenamente.

Entre tantas descobertas que fiz, uma das que mais gosto de pensar é sobre as diferenças entre maternidade e maternagem, termo este que antes de ser mãe eu não tinha ouvido, ou, se tinha ouvido, não dei a devida importância. A raiz das palavras é a mesma, porém, envolvem sentidos completamente apartados. A maternidade está ligada à capacidade que as mulheres têm (a maioria) de gerar uma vida. Ou seja, o termo está intimamente relacionado à questão biológica que nós, mamíferas que somos, temos de colocar um serzinho no mundo. A partir daí, podemos optar por simplesmente exercermos a maternidade, ou, podemos escolher virar a nossa vida de cabeça para baixo e nos jogarmos de corpo, alma e tudo o mais o que nos compõe, na tal maternagem.

Dessa forma, compreendi a maternagem como pura opção. Opção de cuidar, de amar, de educar, de nos tornarmos mais altruístas, opção de nos reconstruirmos como seres humanos, de não saber o que fazer e ainda assim fazer porque algo tem que ser feito, opção de não dormir e mesmo assim sobreviver ao restante do dia como se nada tivesse acontecido, de viver sem tempo para fazer o que antes julgava imprescindível, escolher ficar em casa enquanto seus amigos estão curtinho uma cerveja gelada em um bar super legal, e ainda a opção de não mais viajar tanto quanto você gostaria, de ser várias em uma só e dar conta da casa, do trabalho, do filho, do marido, e, se sobrar tempo, de você mesma.

Para quem tem mais de um filho é tudo isso elevado ao quadrado e mais um pouco. Ou seja, a maternagem é pura entrega, e, por isso mesmo, não é ofício fácil e nem é para todas. Abdicar é algo muito, muito difícil. Mesmo que seja para o que considero ser o maior amor do mundo. Tanto isso é verdadeiro que vejo (muito) por aí, vários exemplos de mães que exercem a maternidade e outras a maternagem. Encontro mães que foram pelo caminho da adoção e estão exercendo tão bem a maternagem sem nunca imaginar como é a maternidade. Assim como eu sei de tantos exemplos de quem deveria não ter direito a experimentar nada porque, definitivamente, não nasceu para isso.

Confesso que num primeiro momento, eu não soube exercer a maternagem. Ela não estalou no exato instante em que o Daniel veio para os meus braços. Não mesmo. Tenho plena consciência de que primeira e instintivamente veio a maternidade. Eu precisei de tempo para entender que o que eu buscava era a minha maternagem. E quando eu digo minha é porque eu queria cuidar do Daniel do meu jeito e eu não sabia como fazê-lo naquele início que se sabe ser tão difícil para quase todas as recém-mães.


Hoje, sigo mais confiante, porém, com o pé atrás o suficiente para entender que é sempre tempo de aprender porque errar faz parte. Sou melhor hoje e pior do que amanhã, mas, imersa num amor profundo e numa vontade imensa de fazer meu filho feliz.


Daniel e o penico

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Após as tentativas enlouquecidas da mãe (essa que vos escreve) em mostrar ao Daniel que a gente faz xixi em lugar apropriado, após uma mijada memorável do pai (vide post anterior), após ele começar a falar a palavra xixi como se não houvesse amanhã, e, finalmente, após ele começar a falar "cô" e apontar para fralda transbordando (meu filho é um pato #fato), ele ganhou o seu primeiro PENICO! Clap, clap, clap!!! E, assim que eu coloquei o dito cujo no banheiro e disse: "filho, aqui é onde você vai começar a fazer xixi e cocô", sabe qual foi a resposta? ele apontou para o penico e gritou um sonoro "baaaaaaaldeeeee". Explico: Daniel, sabe-se lá porque cargas d'água tem fascinação por baldes, bacias, garrafões de água cheios ou vazios e afins!! Ou seja, quando ele viu o "balde" dentro do penico, ele pensou que fosse para...brincar!!!! Eu, pacientemente (exercício que pratico pós-maternidade porque paciência jamais foi meu forte), seguindo (mais ou menos) umas dicas que li sobre desfraldamento, expliquei que não, aquilo não era um balde, mas, um lugar para ele fazer o xixi e coloquei ele sentadinho lá e fiz aquele célebre barulhinho: "xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii"...aí a ficha dele caiu e ele lembrou da palavra nova e ficou lá sentado repetindo exaustivamente "xixi". Aí, que toda vez que entramos no banheiro, ele olha o novo objeto de desejo e fala "xixi"!! Já o coloquei algumas vezes sentado, sem fralda, para ver se saía algo, mas, ainda não tive sucesso. Já deixei ele sentar de roupa mesmo para ver se ele se apega à coisa, mas, nada...sem problemas, eu sabia que não seria algo fácil. O legal mesmo disso tudo são as mudanças quase que diárias que a gente percebe nos bebês. Fico feliz em poder estar boa parte do tempo disponível para ver essas etapas. A evolução dele é vitória nossa. Adoro isso!


E foram felizes para sempre!

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Minha infância foi rodeada de histórias de contos de fadas que eu lia e ouvia quase que diariamente. Certamente, a grande maioria das mulheres que foram fãs desses contos, cresceram com a expectativa de que o "Felizes para Sempre" existia de verdade. Mas, e o que há por trás desse "e foram felizes para sempre"?  A fotógrafa Dina Goldstein pensou nisso e fez fotos incríveis! Vale à pena conferir: http://www.fallenprincesses.com/  


Nasci filha e agora sou mãe...

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04 de fevereiro de 1981, data em que cheguei ao mundo, por volta das 18h, após quase 24h de trabalho de parto. Minha mãe, uma menina de 21 anos, mas com a força e a coragem de quem já tinha vivido o dobro, deu à luz...ela tão menina, tão sem experiência, tão ainda ingênua, naquele instante, vinha ao mundo mãe e filha. Mamãe foi daquelas que aprendeu vivendo o dia-a-dia, sem manual de instruções. Fez cama compartilhada e nem sabia o que era isso. Colocou-me na escola aos 3 anos porque achava que antes disso não era bom pra mim. Optou por ser exclusivamente mãe por anos porque queria estar bem perto. Embalou-me, ninou-me, alimentou-me, cuidou-me, foi a todas as reuniões de pais, a todas as festas da escola, virou mãetorista por mais de uma década, chorou com cada vitória, e, também com cada tropeço. Muitas vezes deixou de me compreender, mas, no final, a gente sempre se entendeu. Bradou várias vezes que eu só a entenderia no dia que eu me tornasse mãe. Tornou-se meu pilar de ferro...e cá estou, aos 31 anos, mãe. Ainda não sei exatamente a mãe que sou porque às vezes quero ser completamente diferente dela, mas, eu teimo em ser igual. Por que será? Agora que sou mãe, já a compreendo mais, mas, ainda assim, quero traçar meu próprio caminho. Tive dois grandes exemplos: mãe e avó...duas grandes mulheres, donas de forte personalidade, tenho tanto delas que muitas vezes não sei se estou falando de mim ou delas. Uma já se foi e deixou um vazio enorme...a outra, ainda presente, mesmo com todas as nossas diferenças, somos tão iguais. Sou mãe, porém, ainda sou mais filha. A ligação que temos é muito forte. Ela sempre sabe quando não estou bem, só pela voz no telefone. Incrível como vínculo é algo que quando formado fortemente na infância perdura o resto da vida! Claro que ela errou, mas, sei que foi com a intenção de acertar. Ela sempre deu o seu melhor, reconheço, mesmo nem sempre tendo sido o melhor para mim, naquele momento. O fato é que tive a melhor mãe possível, porque a melhor mãe real é isso, a que é possível. O cordão umbilical não sei se conseguiu ser cortado, porque mesmo quando ausente, ela está presente, seja nos meus pensamentos, seja nas minhas ações. Sem querer me pego pensando: "o que ela diria"? Essa simbiose é estranha, mas, não me libertei. Talvez porque nem queira me libertar, ainda não sei. A única coisa que sei é que quero estabelecer o melhor vínculo possível com meu filho, para que, no futuro, a gente, mesmo distantes, estejamos sempre ligados.


Uma carta de amor

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Há exatos 7 meses, quando o Dan complatava 1 ano de vida, quis deixar um depoimento para ele ler um dia, quando crescesse. Como adoro revisitar emoções (as boas e as más, infelizmente), resolvi matar a saudade dessa emoção tão gostosa que senti ao olhá-lo com tanto orgulho em seu 1.º ano de vida:

Filho,
Hoje faz 1 ano que você nasceu. E, nada do que eu escrever aqui poderá lhe fazer compreender e mensurar o quão grande é o meu amor por você e a enorme felicidade que é tê-lo em minha vida. Na verdade, penso que você sempre existiu pra mim, pois, em todos os meus desejos de me tornar mãe, eu jamais tive dúvida de que teria o meu Daniel. Nosso encontro já era certo antes mesmo de você ser concebido. Você nasceu para mim e eu nasci para você, era o nosso destino. Há muito que venho tentando me descobrir, mas, depois de você, a minha missão tornou-se cristalina: amá-lo, cuidá-lo, sê-lo...sim, porque primeiro fomos um só, e, então, viramos dois, porém, ligados, eternamente.
Todos os dias, eu exercito a tarefa de conseguir torná-lo um ser humano, desses que causam orgulho, com princípios e valores. A jornada está só começando e não será fácil, mas, tudo bem...essa foi a minha escolha. Estou pronta para vê-lo dar o primeiro tombo e acolhê-lo, e, prometo que assim será sempre que a vida for dura com você. As mães possuem o dom de saber ouvir, falar e calar-se no tempo certo. Portanto, não tenha medo. Eu estarei aqui para o que for preciso. Mas, enquanto esse tempo não chega, quero curtir cada passinho dado, cada descoberta, cada nova palavra balbuciada, o seu olhar tão cúmplice quando lhe embalo, o sorriso mais verdadeiro quando chego em casa, o abraço mais apertado, a gargalhada mais gostosa, o sono mais sereno que eu poderia passar horas e horas velando.
Filho, eu quero que você tenha a certeza de que foi ansiosamente aguardado e amado. Como eu lhe disse, nossa historia é antiga e nada no mundo é maior ou mais importante que você. Sua vida está apenas começando, mesmo assim, sei que será linda. Espero poder contribuir nas suas escolhas, passar minhas experiências e presenciar seu triunfo. E, saiba que mesmo errando, eu tentei acertar...aliás, isso acontece com todas as mães que amam...não é exclusividade minha.
Enfim, porém, não o fim. O aniversário é seu, mas a presenteada sou eu por ter sido abençoada em chamá-lo de filho e poder ouvir você me chamar de mamãe. Desejo que seus caminhos sejam floridos, cheios de luz. E, lembre-se de que não há ninguém no mundo que torce mais por você do que eu.
Feliz aniversário!




Sobre a autoridade dos pais parte II

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Gosto muito do que o psicanalista Flávio Gikovate escreve. Hoje saiu um artigo em seu site, www.flaviogikovate.com.br o tema "satisfazer todas as vontades dos filhos é um erro", que vale a leitura. Selecionei alguns trechos que considerei mais interessantes:

"Muitos pais hesitam em impor castigos e limites aos filhos, por medo de perderem a sua estima, e mesmo a guarda deles, se um dia o casal vier a se separar".

"Precisamos pensar seriamente em como estamos educando as crianças, já que é na infância que se estabelecem os processos psíquicos que irão nos acompanhar pelo resto da vida".

"Parece estar havendo, hoje, uma grave inversão de valores: os pais passaram a ter mais medo de perder o amor dos filhos do que os filhos, o dos pais".

O artigo fala muito sobre como a instabilidade do casamento nos dias de hoje gera pais inseguros e que disputam entre si o amor dos filhos para caso um dia se separem.

É uma visão interessante, a qual eu não tinha parado para pensar. Para mim, esse medo de perder o amor dos filhos tinha muito mais a ver com a falta de tempo para se dedicar a eles do que o medo do divórcio que o psicanalista fala como sendo um dos motivos principais desse receio dos pais não serem estimados pelos seus filhos. Porém, analisando o artigo, devo concordar que as relações de hoje parecem mais frágeis que as de nossos pais e avós. Como o próprio psicanalista fala, a maioria das pessoas hoje casa, já pensando que podem vir a se separar. Ou seja, os laços do matrimônio já não são tão fortes quanto antes para a grande maioria.

Sem dúvida, os tempos mudaram. O conceito de familia mudou radicalmente. Mas, ainda assim, acho que um casamento feliz gera crianças felizes, pelo menos é o que a minha experiência de filha me reporta. Na minha concepção, a relação conjugal estável e sedimentada é muito importante para o desenvolvimento emocional de uma criança. Infelizmente, não é uma realidade possível para todos. Eu espero poder proporcionar ao meu filho lembranças tão felizes quanto as que eu tive quando via meus pais juntos, parceiros, cúmplices, pais...


Dica pro fim de semana (ou pro dia da gordice)!

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Eu AMO coisinhas de casa. Sou bem mulherzinha mesmo. Gosto de ir pra cozinha, testar receita nova, preparar algo especial do maridão, convidar as amigas pra degustar algo...E, agora que o Dan está maiorzinho, já posso incluí-lo como cobaia provador das minhas "delícias". Nas minhas buscas por novidades na internet (moro em Manaus e aqui as novidades quando chegam já são oldfashion), encontrei no site da Oxford (https://secure.oxfordporcelanas.com.br/) umas canecas super legais. Na parte interna já vem a receita do bolo individual para microondas, e, o melhor de tudo, você não suja mais nada além da caneca. Achei o máximo!! Ainda não testei porque a minha está a caminho, mas, já quis dividir com vocês a diquinha!


Intelectual, eu???

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Pegando gancho no post escrito pela Anne Rammi do http://www.superduper.com.br/ (o qual adoro ler e recomendo!) em que ela expôs de maneira leve e gostosa o ser mãe blogueira, fiquei assustada com a quantidade de comentários carregados de preconceito, e, por isso, eu me senti no direito e dever de expor o que penso sobre isso. Minha gente, blog é a coisa mais democrática que existe. É um meio de comunicação que dá à pessoa o direito de escrever o quiser (e, lógico, de ler comentários nem sempre positivos, mas, faz parte!). Então, vamos combinar assim? Entre, leia, comente e fique à vontade, mas, sabe? Deixe de lado a sua pseudo-formação super intelectualizada de lado, porque, veja bem, o meu propósito - e, acredito que o da maioria das mães - não é escrever uma tese super elaborada, arraigada de termos eloquentes e mimimimi...pelo contrário, escrevo aqui com o coração aberto para dividir as minhas experiências de mãe e SÓ!! Não quero transformar o Daniel em experiência e começar teorias darwinianas sobre o seu comportamento não! Escrevo por pura diversão. Dessa forma, aos intelectualizados de plantão, um conselho: vão estudar! É o que fazem de melhor!! E, já que geralmente são desprovidos de humildade, continuem aí elaborando suas teorias magníficas, que eu vou continuar aqui, humilde, escrevendo meu blog, ok?


E Dan levou a primeira mijada do pai!

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O título não tem a ver, minhas caras, com mijada no sentido figurado de levar bronca não! É isso mesmo que vocês estão lendo!! No sentido literal mesmo!!! Daniel levou uma mijada do pai!!! Sempre aconteceu de nós sermos os surpreendidos e levarmos aquele jatinho quente na cara, né? Pois é...só que dessa vez Dan foi a vítima. Calma! Explico:
Comecei a ler sobre desfralde, e, apesar de achar que Dan ainda não está pronto para essa mudança (está 18 meses e não faz várias coisas que indicam que ele estaria pronto para essa etapa), resolvi tentar uma das dicas que fala sobre a mãe e o pai começarem a fazer xixi na presença do bebê para que ele comece a entender que quando se tem a necessidade, deve-se ir ao vaso sanitário. Fiz isso umas 3 vezes e Dan começou a repetir a palavra "xixi"!! Opa!! Ele estava pegando a idéia da coisa. Então, falei pro meu marido sobre a experiência. Ele achou bem constrangedor ter que levar o Dan com ele pra fazer um simples xixi, mas, resolveu não discutir (e que marido discute com a esposa super dona da razão e embasada em todas as teorias Freudianas e afins?). Segundos depois, ouço-o berrando: "Amooooooor"!!! Saí enlouquecida e abri a porta do banheiro e, gente, GARGALHEI!!! Daniel já tinha puxado todo o rolo de papel higiênico e o meu marido no ímpeto de salvar o papel, "esqueceu" que estava fazendo xixi e continuou a fazê-lo na cabeça do Daniel!!! Isso mesmo!!! Na cabeça do MEU filho!!! Foi a cena mais hilária que presenciei nos últimos tempos!! Eu não sabia se ria, se pegava o Daniel no colo que tava achando o máximo tudo aquilo e nem se importou com o jatão que levou. Marido lá, p.. da vida, dizendo: "falei que essa marmota não ia dar certo"! Você e suas invenções!!". Ai, mas, eu adoooro uma experiência...tudo bem que não foi muito bem sucedida, mas, valeram boas risadas. Se valeram!!


Blog Minha Mãe Que Disse: Sobre a autoridade dos pais

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Ontem saiu um texto meu no blog que amo: http://www.minhamaequedisse.com/ !!!

Obrigada pela oportunidade, meninas! Adorei mesmo participar!!

Segue o texto: 


Ontem eu estava lendo uma entrevista de um psicanalista e me deparei com a seguinte frase: "a culpa é o principal corrompedor da autoridade." Não consegui mais pensar em outra coisa, já que é o grande mal da atualidade na relação pais e filhos. O psicanalista estava explicando que como pai E mãe passam agora muito tempo longe dos filhos, quando se encontram não conseguem se fazer autoridade porque querem compensar a ausência do dia inteiro e deixam a criança/adolescente fazer o que bem entender. Aff! Minha culpa ficou ainda maior!!! Será que estou fazendo todas as vontades do Daniel para compensar o meu retorno ao trabalho? Será que estou criando um monstrinho? Claro que tive que dividir minha angústia com o maridão, que sempre muito racional, tem dificuldade de compreender a paixão com que relato todas as minhas neuras e fica com aquela cara de interrogação, sabe? Mas, ele soube me tranquilizar me exemplificando vários momentos em que Daniel quer fazer algo e eu sei dizer não e sustentá-lo, mesmo que ele faça aquele sonoro escândalo pseudo-magoado para tentar me driblar. Porém, não há dúvidas que desde que retornei ao trabalho, eu amoleci mais. É uma luta diária contra a vontade de fazer todas as vontades do meu filho porque sei que não é isso que vai fazê-lo me amar ou respeitar. Estou, aos poucos, encontrando o equilíbrio (objetivo de todas as mães no mundo) do saber educar sem ser opressiva ou permissiva demais. E, quanto a culpa, ah...essa ainda vai permanecer por muito tempo, até porque acho que ela é inerente à maternidade. fazer o quê?


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