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Doces lembranças

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Passei a infância sentindo cheiro de bolo assando enquanto eu lambia o restinho de massa que minha avó havia deixado pra mim. Ela era cozinheira de mão cheia, daquelas de forno e fogão. E eu adorava ficar lá naquela cozinha olhando ela bater a massa sem o uso de qualquer eletrodoméstico. Ela dizia que o bolo não saía tão bom. Bolo bom era com a força dos braços. Pelo menos o dela era!
Além dos bolos incríveis, da carne assada maravilhosa, da língua suculenta, do rocambole fofinho e recheado com o melhor picadinho do mundo, ela era conhecida por fazer o mais gostoso cuscuz de tapioca. Todo 12 de junho, que para nós não era dia dos namorados, mas sim o aniversário da nossa matriarca, ela fazia o cuscuz (e muitas outras coisas) para esperar a familia chegar e cantar os parabéns. Infelizmente, ela já se foi. Mas, conseguiu se eternizar entre nós deixando suas receitas, escritas com sua letra desenhada. Eu me descobri na cozinha depois que me casei. Aos poucos fui me sentindo segura para ir tentando mais e mais pratos. Como a responsabilidade de fazer algo que só ela fazia tão bem era muito grande, só tive coragem de tentar a primeira o cuscuz vez ano passado, ainda assim, com a supervisão da minha mãe (rsrsrsrsrsrsrsrsrs). Esse ano resolvi fazer de novo e foi muito bom receber elogios. E o sabor me fez recordar a cena que por tantos anos se repetiram: ela sentadinha no canto da mesa, com todos os ingredientes espalhados a sua volta...ainda bem que as lembranças podem ter sabor!





Natação - enfim, a primeira aula!

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Desde sempre pensei em colocar o Dan na natação, porém, ainda não havia conseguido. A partir dos 7 meses, ele começou com crises de amigdalites. Com 1 ano e 5 meses foi pra escolinha e vocês já sabem como foi difícil contornar adaptação e viroses semana sim, semana também...além disso, em Manaus, temos períodos longos de chuvas. Ou seja, tudo conspirava contra. Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
Mas, o sol voltou a brilhar (MUITO), as viroses estão mais espaçadas e o grande dia chegou. Foi uma linda e ensolarada estreia. Daniel estava ansiosíssimo para conhecer a tia da natação. Foi para a porta esperá-la. Afoito que sempre foi, mal ela entrou na piscina, ele se jogou. E haja água para dentro do menino...faz parte. Eu também entrei na brincadeira e a farra durou 35 minutos, tempo suficiente para deixar mãe e filho DESTRUÍDOS! Hahahahahahahaha
Espero que logo, logo, eu tenha um peixinho em casa!






Desfralde - parte 2

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No último post sobre o desfralde do menino Daniel, a coisa estava evoluindo; tanto que, para total orgulho da mamãe e do papai, há mais de uma semana que passamos a ouvir "quero fazer xixi e cocô". Clap, clap, clap e muitos claps pro meu filho lindo!! Até o momento, mais dois escapes de xixi aconteceram por cochilos longos demais de manhã ou de tarde. E, infelizmente, como ele adoeceu feio e teve que entrar no antibiótico, veio uma diarreia que acabou por resultar em dois escapes de cocô na semana passada. Quando ele avisava, já estava saindo, tadinho!
Então que foram necessários 45 dias para que o pedido para ir ao banheiro acontecesse. Como relatei no post anterior, estávamos levando ele ao banheiro em intervalos para que, ao longo dos dias, ele amaduressesse e soubesse dizer que estava com vontade. E esse pedido aconteceu de forma espontânea e se tornou música para nossos ouvidos. E como consequencia, a fralda tem amanhecido cada vez mais seca, demonstrando a chegada da maturidade do meu ex-bebê! Acredito que em pouco tempo o desfralde será completo. Muito bom ver a evolução da espécie acontecer diante dos nossos olhos. O ser humano nasce extremamente dependente, ao contrario do que ocorre com os demais mamíferos. Somos necessários durante longos anos para que a cria saiba se virar sozinha. E eu estou adorando poder fazer parte disso, sentir-me responsável por cada conquista dele. Não tem como a mãe não se sentir poderosa. É assim que me sinto e acho que a maioria de vocês que me lêem. E vamo que vamo, que essa fase ainda não está completa, mas, já temos muito o que comemorar.


Sobre um segundo filho...

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Há algum tempo venho pensando em escrever sobre esse assunto, mas, sempre tive medo de não me fazer clara o suficiente ou de ser mal interpretada. Entretanto, acho que por manter um espaço em que tento jogar o mais limpo possível comigo mesma e com quem lê o blog, não é justo que algo que me vem sendo questionado tão frequentemente pelas pessoas, fique de fora. Tentarei ser o mais branda possível e entendam: as decisões são sempre passíveis de revisão. O que penso hoje, pode não ser o que pensarei amanhã. Vamos lá:
Ultimamente, venho sendo assombrada pelo segundo filho. Onde quer que eu vá, sempre vem a pergunta "quando você dará um(a) irmãozinho(a) para o Daniel?", ao saberem que ele já está com 2 anos e meio completos. Posso dizer, usando a expressão do momento, que tenho sofrido bullying. Tento me desfazer o mais rapidamente da pergunta, mas, não tem jeito...vem uma avalanche de explicações a favor de eu engravidar o mais rápido possível. E eu tenho preguiça de dar todas as razões que me levam a não optar pelo segundo filho. Porém, utilizarei o meu espaço para dizer que, por enquanto, ou, por toda a vida, ainda não sei, eu não quero o segundo filho; e a primeira razão é muito simples: eu não o desejo. Não mesmo. Estou muito bem realizada na maternidade. Não preciso de uma prole para conhecer o que é o amor de mãe. Não me sinto vazia e nem faltando um pedaço. E essa historia de que é bom ter um segundo filho para dar uma companhia ao Daniel é, na minha humilde visão, absurda. Se eu vier a ter outro filho, será porque eu o quero, eu o desejo, eu sonho com ele. Filho não é tapa buraco de nada.
Outro motivo que me leva a pensar com muito cuidado sobre a chegada de um outro bebê é o tempo (o vilão da vida moderna). Para mim, filho é sinônimo de dedicação, é renúncia, é desapego. Eu optei por parar por 1 ano e 5 meses até voltar a trabalhar, e, ainda assim, voltei somente por meio período. Eu não quero ter que parar de novo, bem como não quero ter que deixar um bebê numa creche ou aos cuidados de terceiros o dia todo. Se estou priorizando, neste momento, um pedaço do meu dia ao trabalho e não pretendo abrir mão disso (pelo menos por hora), não vejo porque colocar outro ser humano no mundo se não for para eu me dedicar por completo a ele. Vejam bem, isso é uma opinião muitíssimo pessoal. Eu entraria em total crise de culpa, caso não pudesse ser o mesmo que fui para o Daniel. Não seria justo com alguém que sequer pediu para nascer. 
Corroborando com o que penso sobre maternidade, a capa da revista Veja veio falar sobre mulheres que priorizaram a carreira e não querem filhos. Eu achei de uma sensatez  e serenidade invejáveis. Porque, definitivamente, a maternidade não é para todas. E se é para se ter um filho de qualquer jeito, eu me pergunto: pra quê, afinal?! Ora, é claro que não se precisa voltar a ser Amélia (que era mulher de verdade, será?!). Mas, ter 2, 3, 4 filhos e continuar a ter uma vida profissional super ativa, certamente não permite que essa mãe consiga ser tão presente assim. E tudo bem quem assim escolhe viver e se sente bem com isso. Afinal, cada um sabe onde o calo aperta. Porém,  EU NÃO CONSIGO! Não é pra mim essa prática. Até porque minha mãe abdicou 10 anos da vida dela para voltar ao mercado de trabalho. Minha avó morava conosco. Ou seja, a minha realidade era de mãe e avó totalmente presentes, com a figura do pai provedor. Eu desconheço a ausência. Eu não sei o que é aquele pedido de "vai trabalhar não, mãe!" que eu já tive que ouvir do meu filho e me doeu profundamente. E, talvez seja um sentimento egoísta para alguns, mas, eu não estou a fim de abrir mão do meu tempo e de tudo o que voltei a fazer agora que Dan está começando a me dar espaço. Estou feliz, serena, plena, e, por tudo isso, não vejo qualquer motivo que me leve a engravidar. Se daqui um tempo me bater uma imensa vontade de recomeçar, de renunciar e de me dedicar a um novo e lindo amor, tenham certeza que eu o farei muito feliz. Por ora, o Daniel me basta!



Comemorando o amor

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É certo que atualmente as datas comemorativas viraram extremamente comerciais. Para onde quer que olhemos, a publicidade está lá, forçando-nos a comprar uma "lembrancinha" para celebrar o dia. É assim no dia das mães, dos pais, fim de ano, e, claro, no dia dos namorados. Acontece que, presentinhos à parte, relacionamentos não podem esperar somente datas comemorativas para serem lembrados e celebrados. E não falo apenas do relacionamento apaixonado e carnal. Falo também das relações entre amigos, entre pais e filhos etc. Relacionamento para ser durável, há que ser cultivado, SEMPRE. Não há amor que resista ao descaso, ao esquecimento, ao desinteresse. Aquela frase, "quem não é visto, não é lembrado", é muito verdadeira. Se alguém que era tão importante na nossa vida, passa a se fazer ausente, em algum tempo, não fará mais falta. O tempo é muito amigo quando a gente quer que aquela mágoa ou aquela dor passe logo, mas, também pode ser cruel porque cicatriza até a saudade. Não há conquista sem esforço, se quisermos por perto quem a gente preza. Amar e ser amado dá trabalho. E em tempos de tanta tecnologia, às vezes uma mensagem carinhosa ao longo do dia, aquece o coração de quem recebe aquelas palavras inesperadamente. Sei que depois que temos filhos, a falta de tempo é uma desculpa pra tudo. E, desde já, peço desculpas se não consegui me fazer presente tanto quanto eu gostaria na vida de pessoas que são muito importantes para mim. Mas, saibam que vocês estão em meu pensamento sempre. A agenda moderna está muito apertada de obrigações. Os encontros casuais foram substituídos por agendamento no celular com meses de antecedência. Uma tarde com as amigas é a coisa mais dificil de acontecer, afinal, unir 4 ou 5 pessoas na mesma data e horario, quando tem natação do fulano, futebol do beltrano, aniversário de 1 ano do sicrano, fora todas as viroses é tarefa para FBI nenhum botar defeito. E a mesma coisa acontece com a vida do casal; que tem que driblar além do imenso cansaço, a falta de ter com quem deixar as crianças por 2 ou 3 míseras horas para curtir um cinema ou um jantar a dois.
Ainda assim, acredito que sempre é possível "regar" as relações que nos são caras de verdade. Aquelas sem a qual a vida não é tão colorida, o sol nem brilha tanto e o tempo é angustiante demais para se passar sem elas. Hoje o dia é dos namorados, mas, prefiro brindar o amor, seja ele qual for.


Criança ou "Laranja Mecânica"?

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A revista Pais & Filhos desse mês trouxe à voga o tema castigo e se posicionou contra o "cantinho do pensamento", técnica usada por muitos pais e amplamente divulgada em programas de televisão. Achei muito interessante a visão que a colunista, psicóloga e pedagoga elucidou: "botar uma criança pequena para pensar no que fez só serve para dar uns minutos de descanso para a mãe, não tem função educativa, porque a criança só consegue pensar sobre o que fez e só compreende o sentido moral das regras e dos valores a partir dos 6, 7 anos". Ela ainda diz que esse tipo de técnica está mais  para um adestramento, pois o desenvolvimento cognitivo da criança ainda não está completo. Portanto, o castigo para pensar no que fez é desaconselhado para crianças abaixo daquela idade.
Ler essa matéria me remeteu ao clássico "Laranja Mecânica" em que o protagonista do filme é submetido ao "método Ludovico" para se tornar bom. Quase que por adestramento, o então delinquente passa a sentir uma náusea horrorosa em relação a qualquer tipo de violência a que era exposto. Entretanto, o método não conseguiu lhe mudar os valores, torná-lo um bom homem de verdade, mas, tão-somente o treinou para que não praticasse a violência. Não lhe cabia pensar sobre o certo e o errado. O que a sociedade esperava era que ele deixasse de ser violento e ponto final.  
Guardadas as devidas proporções entre o filme e a educação de crianças menores de 6 anos de idade, que não entendem ainda a relação entre suas ações e os valores morais, conclui-se que o adestramento nunca é o melhor caminho. O castigo é uma boa arma desde que corresponda à ação praticada, como por exemplo: o básico escândalo em uma loja de brinquedos. Além de tirar a criança do ambiente, a promessa de não levá-lo na próxima vez é válida e deve ser cumprida para que surta o efeito esperado. Ou seja, nesse caso, colocar uma criança de menos 3 anos (idade do meu filho) para pensar NADA adianta, tendo em vista que essa idade não permite a compreensão devida de suas ações que deveriam corresponder às regras de comportamento social impostas. E se não há compreensão, o que vai surgir é uma resposta mecânica da criança que, por medo dos pais, passará a não praticar determinados atos. Resultado: crianças medrosas e inseguras.
Importante observar que no que diz respeito à educação das crianças, a idade conta muito. Respeitar o limite cognitivo de cada fase é um ótimo caminho a se percorrer. A cada fase devemos procurar agir de forma coerente a passar para a criança a segurança que ela espera encontrar em nós, para que saiba que mesmo agindo de forma errada, ainda assim a amamos incondicionalmente e que justamente por amor é que corrigimos. Às vezes me pego exigindo uma maturidade impossível para alguém de apenas 2 anos e meio. A tal falta de paciência que acomete a maioria dos pais. E lá vou eu respirar bem fundo e repensar a maneira de agir, inclusive me colocando no lugar do meu filho, tentando imaginar como ele está se sentindo. Geralmente, consigo reverter a situação e voltar à razão novamente. A verdade é que não existe somente um caminho a ser percorrido. Ao longo da maternagem a gente vai evoluindo e encontrando novos meios de tentar acertar. Tenho como proposta revisitar meus conceitos sempre, pois penso que não há verdade absoluta em termos de educação. Em suma, essa matéria me colocou para repensar. E a vocês? 


Feriadão na cozinha

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Aproveitei o feriado prolongado para meter a mão na massa, literalmente. Quis testar receitinhas novas de dois blogs que estou super, super in love. Recomendo a visita a ambos. Tem uma porção de dicas bacanas! São eles: Hoje tem visita e Dedo de Moça.
Na quinta-feira preparei crepes com queijo brie e geleia de laranja. Porém, recomendo o uso da geleia de damasco, conforme a receita indica. Achei que a de laranja deixou um amarguinho no final, mas, ainda assim, ficou uma delicia.
Já na sexta-feira, a inspiração foi maior e fui tentar fazer o agora queridinho do momento naked cake, que nada mais é senão um bolo sem cobertura, com tudo de fora, inclusive defeitinhos. Mas, não ficou como eu imaginava porque usei a fôrma de 30 cm, que deixou o bolo baixo. Na próxima, usarei a de 22 cm que ficará do jeitinho que eu quero! Mesmo assim, o sabor saiu excelente e só ganhei elogios! \o/
Seguem fotos das aventuras gastronômicas. Espero que vocês apreciem, sem moderação!! Rsrsrsrsrsrs






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