Semana passada levei o Daniel, pela manhã, ao shopping para brincar naqueles espaços que você paga uma pequena fortuna por 30 minutinhos de brincadeira. Escolhi ir de manhã por ser o horário (teoricamente) mais calmo. Chegamos lá, tiramos nossos sapatos, guardamos nossas sacolas e fomos para os brinquedos. Daniel escolheu a piscina de bolinhas, depois o pula-pula, passou pela casinha e achou um frango no microondas, foi para área de pintura e massinhas, viu um escorregador, achou uns bichos de pelúcia, voltou para o pula-pula, até que se interessou pela mesa de ar para jogar hockey , mas como tinham duas crianças, eu disse que podíamos esperar um pouco pra ele jogar. Ele voltou pro pula-pula e ficou lá até chegar a vez dele. As crianças saíram e fomos lá brincar, chegou um garotinho, e, claro, cedi para ele brincar com o Dan, afinal, a intenção era essa: interagir com outras crianças, socializar, já que está de férias etc. E eu, afastei-me para tirar fotos da brincadeira. Na terceira foto, uma menina de pouco mais de 3 anos se aproxima do Daniel e simplesmente tasca-lhe uma mordida no braço, assim, de supetão, sem qualquer motivo aparente, deixando o Daniel aos prantos e eu enfurecida! Desculpa, mas não achei aquela atitude normal e acabei chamando-a de mal educada e perguntei onde estava a mãe...as monitoras logo trouxeram gelo e pomada...a mordida tinha sido pior do que eu pensava...e então soube que a menina está quase todos os dias lá e que ela é o terror do local porque sempre morde alguém. As minhas perguntas para as monitoras foram: 1) ninguém falou para a mãe? 2) se isso acontece toda vez que ela está lá, por que ainda permitem a entrada dela desacompanhada?
As respostas: "a mãe é muito grossa, não quer nos ouvir e nunca quer ficar com a criança!!!"
Depois de ouvir isso, eu parei de pensar na dor do meu filho e fiquei pensando no que aquela criança passa...afinal, a raiva é uma forma dela dizer que há algo errado. E tudo isso me fez pensar novamente láááá naquele texto que escrevi sobre o segundo filho, em que eu disse que a maternidade não é para todas. Não posso deixar de criticar a forma como a mãe da garota age: indiferente à criança e ao que ela está fazendo, deixando-a quase todos os dias num local que talvez ela nem queira estar e a única forma que a menina encontrou de dizer isso, foi sair mordendo as outras crianças, talvez, numa tentativa de dizer: "eu não estou feliz".
Reitero, NÃO ESTAMOS MAIS CONDENADAS À MATERNIDADE! É uma ESCOLHA! E se a pessoa não está a fim de repensar nas suas atitudes e na forma de ver o mundo ou se não quer se preparar para as mudanças que irremediavelmente ocorrem com a chegada de um filho, então, talvez ser mãe não seja o caminho. Pois não se trata apenas de noites mal dormidas e peitos rachados. O universo da maternidade é muito maior. É você tomar para si a responsabilidade de formar um ser humano decente ou não! E o trabalho, colegas, é imenso e sem fim!!! Vocês que já estão nesse barco sabem muito bem disso. Desculpem o desabafo, mas, não me contive. Quando vejo crianças como essa, por aí, penso não no agora, mas, que tipo de adultas serão? que valores carregarão consigo? E infelizmente é muito triste constatar que há milhares de mulheres e homens dispostos a formar uma familia nesses paradigmas. E eu vou continuar a me perguntar: Por quê?