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Visita à odontopediatra

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Pertinho de completar os 3 anos, comecei a fazer o check up do Dan. Mês passado fomos à pediatra e tudo estava nos conformes. Essa semana fomos à odontopediatra e senta comigo que lá vem historia:
Primeiramente, que consulta sensacional!!! Ela quis saber sobre o Daniel desde a barriga. Então, contei da gravidez complicada, do período dele na UTI, da dificuldade respiratória inicial, das crises de rinite e amigdalite desde os 7 meses, da bronquiolite e quase sinusites, da melhora de tudo isso após as aulas de natação etc. Passada toda essa explicação, chegamos na alimentação. E lá fui eu contar desde a fase de amamentação, passando pelas papinhas, o tipo de leite que usei pós amamentação e todo o cardapio atual do rapazinho. Por último, quis saber quando Dan começou a escovar os dentinhos, quantas vezes ao dia e que creme dental eu estava usando. 
Depois de 1h de consulta, ele foi levado à cadeira. Não foi muito facil convencê-lo, mas ela tem o dom de lidar com os pequenos e soube conduzir a situação super bem. Ele deu uma reclamada mas conseguimos ver todos os dentinhos e eu e Daniel ganhamos os parabéns pelos dentinhos lindos e saudáveis.
Voltamos para o consultório para ouvirmos todas as explicações. Primeiramente, foi enfática na questão bebida em caixinha, seja ela qual for. O ácido que existe em TODAS as bebidas de caixinha corrói o esmalte do dente, o que facilita a entrada de bactérias a longo prazo, ainda que se escove bem. Ainda bem que só havia algumas semanas que eu tinha deixado Dan provar pela primeira vez suco em caixinha. Mas, já está abolido novamente. A grande novidade para mim ficou em relação ao uso de creme dental COM flúor, o qual eu achava não poder ser usada até Daniel completar 6 anos por causa da possibilidade de fluorose. O importante é a quantidade de creme colocado, que no caso do Dan, deve ser a metade da unha do dedo mínimo dele. Ou seja, muito pouco mesmo! Porém, suficiente para proteger os dentinhos. A Dra. deu uma super explicação sobre tudo isso e como não saberei reproduzir, deixo um link pra vocês que contém um ótimo esclarecimento acerca disso. No dia seguinte, voltamos para que ela escovasse os dentinhos do Daniel e fizesse a aplicação de flúor. Foi um D'us nos acuda, mas a Dra. se manteve calma e tranquila sempre e mesmo com todo o chororô e esperneio do mocinho, saímos de lá com o serviço realizado! Daqui a 6 meses tem mais. Oremos!!


O desfralde está completo

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Filhos, filhos...sempre nos surpreendendo. Eu achava que o desfralde noturno aconteceria após os 3 anos completos. Mas, para meu deleite materno, Daniel desfraldou antes de novembro chegar. Há 7 noites que o meu menino dorme sem fralda, com apenas um episódio de xixi na cama.
Deixa eu contar como foi: eu comecei a dizer há uns dez dias que o aniversário de 3 anos estava chegando e que ele estava crescendo e por isso podíamos começar a tentar dormir sem a fralda depois de seu aniversário...acho que ele ficou matutando essa nossa conversa, pois dois dias depois, na hora de colocar o pijama, ele falou em alto e bom som: "não quero colocar fralda. Quero dormir de cueca!" Resolvi atendê-lo, mas, com medo de ele fazer xixi na cama, à meia noite coloquei a fralda. Quando ele acordou de manhã e viu que estava sem a cueca e de fralda, ele chorou muito, muito sentido. A cena cortou meu coração. Quebrei a confiança do meu filho...mas, consegui me redimir e não mais ousei descumprir o combinado. Mesmo cambaleando, levei-o para fazer xixi 1h e ele amanheceu sequinho. Na noite seguinte, eu acabei não acordando e a caminha amanheceu molhada. Nas noites seguintes, entre meia-noite e 1h o levamos para fazer xixi e a cama voltou a amanhecer sequinha.
Não vou dizer que é fácil acordar no inicio da madrugada para levar o Dan ao banheiro. Mas, faz parte do amadurecimento dele e nós temos que nos propor a isso. Claro que seria mais cômodo eu esperar ele ficar maior, mas, se ele mesmo mostrou tamanho interesse no desfralde, não me acho no direito de podá-lo. 
O interessante é que sempre que está próximo de ele mudar de idade, coisas extraordinárias acontecem e fica clara a passagem do tempo e a mudança de fase. Mais um adeus foi dado, mostrando-me o quanto o tempo é precioso e que nunca é demais aproveitá-lo. O menino que, até outro dia, lembrava-me um pinguinzinho, está crescido e sabe muito bem o que quer. Recado foi dado, filho! Mamãe copiou!!!


O contador de historias

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Essa é uma história de um menino que contava histórias demais. E de tanto contar histórias, ninguém mais sabia o que era real e o que era inventado, pois o menino contava com tantos detalhes, que mesmo o mais absurdo dos fatos, desconfiava-se poder ser verdade. Tudo era possível para o menino. Até mesmo os desiguais viviam em perfeita harmonia. Naquele mundo que ele criava, todos podiam ser amigos. O único medo que assombrava seus contos era o lobo malvado que usava chapéu. Eu não sei bem porque o menino gostava tanto de imaginar o lobo com esse chapéu, mas não havia uma história sequer sem que o tal lobo de chapéu não aparecesse. Acontece que esse lobo, apesar de malvado, tinha seu calcanhar de Aquiles. O menino sempre dizia, ao final de cada história, que o lobo malvado tinha corrido para casa da mãe e que esta nobre senhora sempre chamava sua atenção para que não mais fizesse tolices. Fico a imaginar o porquê dessa figura materna sempre tão presente...
Mas, como eu dizia, para o menino tudo era possível. Jacarés falantes com bocas enormes, palhaços que iam pra escola, dragões que entravam no carro, monstros que se escondiam em mínimos buracos, cavaleiros que salvavam a mãe. O menino não parava de contar e criar. O mais interessante das histórias contadas por ele, é que em nenhum momento de suas descrições existe o feio ou o bonito; o gordo ou o magro; o rico ou o pobre; o normal ou o diferente. Os personagens simplesmente são. E que lindo é ver alguém desprovido de preconceitos bobos. Quando foi mesmo que aprendemos essa palavra? Quando foi que deixamos de olhar o outro sem reservas? Não sei responder. Só sei que prefiro acreditar nas histórias do menino. São todas elas mais dignas do que as que tenho ouvido e lido por aí.

P.S.: para Daniel, minha eterna inspiração:
Je suis amoureuse
Je peux mourir d'amour pour lui
Et lui? Je ne sais pas
Je ne sais pas de son amour
Mais mon amour c'est trés grand
Que je peux aimer pour nous deux.



Fechando um ciclo

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Com a proximidade do aniversário do Dan (em novembro), tenho feito visitas ao recente passado, relendo textos aqui publicados e revendo tantos fatos e tantas fotos. Sinto-me fechando um ciclo. Três anos significam o fim de uma fase linda, que vai de bebê a toddler, para dar início à fase criança, propriamente dita. Ao mesmo tempo que é ele quem "sofre" as mudanças, impossível isso não repercutir diretamente em mim, que o acompanho diaria e incansavelmente. Aquele recém-nascido frágil e pequeno, que me causou tanto medo de inicio, deu lugar a um menino lindo, forte e saudável. Eu, tão insegura como recém-mãe, fui-me tornando também forte e mais corajosa. O crescimento foi mútuo. Que bom é poder evoluir junto com os filhos. É uma troca única que vale todos os sacrifícios que educar um filho traz. É muito bom sentir orgulho de si mesmo e sentir, mesmo com todas as falhas, que está fazendo um bom trabalho. Antes havia inúmeras dúvidas, que, aos poucos, cederam lugar à segurança tranquila. E, ainda que exista um enorme caminho pela frente, o medo inicial não existe mais. Ficou só a ansiedade e a excitação do que está por vir. Ainda bem!


O vazio

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A campanhia toca
O cachorro late
A criança chora
A empregada grita

O marido fala
A esposa responde
O café cheira
A comida esfria

Pessoas entram
A casa cheia
E eu, ainda assim, vazia...

Hoje estou menos viva
Hoje estou mais triste
O abraço não pode ser dado, só enviado

Coração palpita
Mas não é de alegria
Um anjo novo o céu recebe
Aqui fica só a saudade do que seria

Jorge e Katy, meus pensamentos estão aí com vocês...


E a saudade que às vezes invade?

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Texto que saiu no site Bebê Abril agora aqui no blog! :)

Dizer que a maternidade muda a nossa vida até já virou lugar comum. Mas e quando a gente se deixa levar pela saudade de certas coisas que teimamos esquecer ou pelo menos fingimos que não sentimos porque não é bonito mãe dizer que sente saudade do que fazia antes da chegada dos filhos. E já que aqui é um confessionário, eu confesso, sem qualquer vergonha:
- eu tenho saudade de sair com as minhas amigas numa quinta à noite para tomar aquele choppinho e ficar falando sobre o tantão de coisas que gostaríamos de comprar, fazer, ser etc;
- eu tenho muita saudade daquele banho demorado, instante em que o mundo lá fora não existe, em que só nossos pensamentos valem e a gente aproveita para lavar o corpo e a alma, deixando ir pelo ralo as lágrimas, as dores, os pudores, a raiva, com a certeza de que no momento em que a água pára a gente já se sente outra;
- eu tenho saudade de zapear a TV, acompanhar minha séries preferidas e assistir um filme francês que vai começar à meia-noite porque no dia seguinte poderei levantar as 9h, sem qualquer remorso;
- eu tenho muita saudade de não planejar o meu dia, nem o almoço e sequer o jantar;
- eu tenho saudade de passear pelo shopping sozinha e passar 3h olhando vitrines, tomando um cafezinho e escolhendo os próximos livros de cabeceira;
- eu tenho saudade/necessidade de dormir uma noite inteira, despreocupada, em total silêncio, sem o barulhinho da babá eletrônica a me lembrar que além de mim, tem alguém mais importante (essa saudade provavelmente é unânime);

Mas apesar da saudade, que dura até o próximo beijo doce e o apaixonado "eu te amo, mamãe", a vida que está de cabeça para baixo e me faz chegar à exaustão, não poderia ser mais interessante, mais sublime e ao mesmo tempo mais real. Porque nada nos deixa mais real do que a maternidade. Antes, eu só flutuava.




Site Bebê Abril

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Hoje estou no confessionário do site Bebê Abril. Vou adorar receber visitas e comentários lá!!






Ter filhos humaniza

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Ah, a força transformadora da maternidade...poucas são as pessoas que não se transformam após a chegada dos filhos. Eles nos tornam mais sensíveis, mais tolerantes, mais altruístas, mais engajados e até nos transformam em ativistas. Os anos e a vida adulta têm a capacidade de nos endurecer e as vezes até nos fazem esquecer de que somos humanos. Passamos a viver sem tempo, numa busca constante de atropelar os dias e muitas vezes as pessoas, até aquelas que tanto estimamos. Mas aí chega aquela coisinha miúda, completamente indefesa, extremamente dependente, que nos faz deixar de lado o relogio, o egoísmo, a vaidade; levando-nos a reencontrar a simplicidade da vida, o bem querer ao próximo, o olhar mais doce para com o outro e o compadecimento com a dor alheia. O amor materno/paterno desperta em nós o que temos de melhor. Com isso, ganha a criança, ganha o mundo, mas, principalmente, ganhamos nós, que podemos fazer nossos dias serem  mais leves e mais alegres para nós mesmos e também para quem nos rodeia. Desconfio que se não fosse esse amor, a humanidade nem teria avançado tanto, pois a falta de amor desperta em qualquer ser humano os sentimentos mais selvagens e estúpidos. Talvez a inteligência não esteja em ser racional e sim na capacidade de, mesmo nas questões mais emblemáticas, tratarmos a situação não com a paixão dos ingênuos, mas com o amor dos experientes e isso envolve o perdão, a tolerância e a compaixão. Sentimentos que sempre foram muito difíceis para eu lidar, mas que estou me esforçando muito em aprender, desde que me tornei mãe. Mais uma vez, tenho aprendido mais que ensinado.


Sempre uma saudade

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Ontem, hoje e amanhã. Sou a mistura de passado, presente e futuro. Somos sempre um pedaço de alguém que já foi e deixou saudade, um pedaço de alguém que ainda te olha de verdade e ainda alguém que significa a sua maior força e também fragilidade. Ninguém é se já não foi e nem será se não continuar. Nessa vida de eternas mudanças, o que valem são as lembranças do amor que foi construído e tudo originou. O amor é sempre o primeiro passo, o motivo pelo qual vencemos o fracasso e transformamos o mundo mesmo que por qualquer amor moribundo ou por aquele a quem tudo devemos, sem o qual é impossível respirar por um segundo sequer. Do amor vem a beleza, o mais belo presente da natureza, os frutos que vamos colher. Sem você eu não seria e jamais saberia o que é de novo ser. A saudade as vezes invade, mas na certeza de que você está em mim e eu sempre estive em você. 

Última homenagem que fiz a minha avó antes dela falecer em 2008. Ela casando à esquerda, minha mãe abaixo à direita e eu no centro. Três gerações...




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