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Nasceu (o pai)

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De intróito, um olhar de pavor
Vi, naquele instante, que havia se tornado menino de novo
Quase comecei a olhar para baixo de tão pequeno que foi se tornando
Tive vontade de carregá-lo no colo, abraçá-lo e dizer que tudo daria certo
O olhar curioso e perdido permaneceu por alguns meses
Chegava de mansinho, quase que pedindo permissão para fazer parte do cenário
Fazia tentativas esporádicas de também ser necessário
Mas se sentia um estranho no ninho
Perdeu seu reinado
Eu não era mais dele. Pertencia a outro
E esse outro era egoísta, só me queria pra ele. Não dividia
Isola-se
Mas com o passar do tempo vê que o inimigo parece precisar também do seu afago
Aos poucos, o temor vai dando lugar a um sentimento tão intenso que ele se assusta de novo
Mas sente que é bom
E percebe que quer voltar mais cedo pra casa porque sente falta daquele novo ser
Que engraçado...sentir falta de um estranho...
Porém, com aqueles olhinhos tão meigos e aquela pele tão suave, como não amá-lo?
E o sorriso quando ele volta do trabalho? Nada mais recompensador.
À medida que o estranho cresce, cresce também a saudade, o amor, a vontade de cuidar, de participar
Descobre-se tão cheio de jeito. Orgulha-se. Grita ao mundo que é dele
Finalmente, está inebriado...de amor.

Dedicado ao pai do Daniel. Companheiro de longa data, ombro tão amigo, parceiro de vida, de quem orgulho-me todos os dias.


6 comentários:

  1. Que linda a mensagem, adorei quando falou dos olhinhos, me recordo muito bem, desses olhos, rs.
    Bjus

    Rafa
    Rafaelando.com

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    1. Acho que com quase todos os papais de primeira viagem é assim...a gente ama desde a barriga. Pra eles é mais complicado...beijão pra vc!!

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  2. Sem dúvida é um momento de transformação, entender que ele é meu e que a cada dia que passa nos apaixonamos cada vez mais por ele, seja pelo o simples olhar ao chegarmos em casa ou com um ultimo afago antes de dormir no nosso colo......obrigado pelo maior presente que voce poderia me dar e por me ajudar a cada dia a entender como posso participar mais dessa vida que é parte da minha e parte da sua vida.
    Amo muito voces dois.
    bjs.
    Giovanni(pai do Daniel)

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    1. Nhonnnnnnn...obrigada pela visita e pelo apoio de sempre! Love you too!

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  3. Lindo texto... lindooo!

    é assim mesmo, eles vão amando aos poucos, devagarzinho... e o amor torna-se arrebatador, tal qual o amor de mãe.

    Beijos!

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    1. Oi, Dani!! Obrigada pela visita!! Pois é...às vezes a gente não compreende porque eles demoram pra entender o que pra gente é natural! Mas, eles têm o tempo deles! E é como você disse, quando acontece, é tal qual o amor de mãe, mesmo!! Beijos!!!

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