Páginas

"Carta ao Filho" de Betty Milan

|
"A maternidade primeiro requer a presença quase contínua da mãe. Depois, a ausência. Duas atitudes opostas! A mesma mãe, que esteve disponível e presente o tempo todo, deve renunciar ao convívio e aceitar que o filho viva para si."
Bela análise da autora e psicanalista. Tenho um longo caminho pela frente até conseguir alcançar tal maturidade. Mãe judia que sou, tendo à superproteção. É muito difícil saber que se deve educar um filho para lhe dar asas, porque, no fundo, sempre queremos voar por eles a fim de lhes poupar o sofrimento. Erro crasso. Fui superprotegida, logo ajo automaticamente da mesma maneira antes mesmo de eu cogitar uma ação diferente. Foi assim, de uma geração para outra, nada mais natural do que repetir os mesmos passos ou seriam erros? Ocorre que, mãe erra, mãe falha, sempre na vontade de acertar, fazer o seu melhor, porém, nem sempre o nosso melhor é o melhor para os filhos. Chegará o tempo em que o que penso será ouvido, porém, não necessariamente aceito. O caminho sugerido pode não ser o desejado e eu terei que aceitar, mesmo que me doa. O até breve poderá não ser tão breve assim e o eu te amo poderá ser dito de muito longe. Então, desde já, preparemo-nos para essa separação, que deve acontecer da maneira mais saudável possível para ambos. Hoje nossos caminhos são pari passu para que amanhã siga sozinho, mas com a certeza de que estarei sempre a lhe receber de braços abertos para o que der e vier. A cumplicidade que travamos hoje será sentida para sempre, porque muda o mundo, mudam as pessoas, porém, esse amor, jamais mudará.


10 comentários:

  1. Myriam,
    Mesmo não sendo judia, estou afogada na superproteção e no apego à minha filha. Até engravidar, tinha a certeza de que eu seria uma mãe bem diferente desta que estou sendo.
    Minha filha tem 8 meses e meio e optei por ficar em casa até o ano que vem, quando a colocarei na creche. Sempre defendi que criança deve socializar, mas, desde já, sofro com essa pequena separação.
    A vantagem é que sou emotiva, porém muito racional e estou trabalhando meu coração para absorver a ideia de que minha filha é do mundo!

    Beijos.
    http://confissoesdarecemcasada.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Pati!! Eu te entendo perfeitamente. Só consegui voltar ao trabalho, e por meio período, depois de 1 ano e 5 meses...a separação foi muito dificil para ambos. A gente acha muita coisa antes da gravidez...e todas as nossas teorias vão por água abaixo. Rsrsrsrsrsrsrsrsrs
      Beijos pra vc!!

      Excluir
  2. Myriam, pelamor, não me faça chorar logo cedo!!!

    Eu nem penso que a Laura vai bater asas e voar, que vai me falar "te amo" de muito longe ou que o "até logo" pode não ser tão "logo" assim... imagina!!! Eu nem cogito essas hipóteses e não vivo para isto agora.
    Quem sabe daqui alguns anos eu comece (veja bem, co-me-ce) a exercer essa tal da liberdade assistida à Laura.... mas ainda a protejo muito, mimo muito, cuido muito e estou do seu lado para tudo.

    Beijos!!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hahahahahahahahahahaha...eu espero que isso ainda demore uns 20 anos, pelo menos, Dani!! Hahahahahahahahaha

      Excluir
  3. Myriam,
    Agora fiquei triste, pois havia feito um belo comentário e cadê.... que raiva!
    No entanto, vamos lá...
    Adorei seu post, pra variar um pouco, sempre convidando as amigas para pensar um tanto. Você escreve de uma forma muito suave. Adoro!
    Realmente é difícil para nós mães encararmos isso como um fato. também fui da geração da super proteção. Pra falar a verdade até hoje minha mãe é assim... Já imaginou!? Olha que moro longe! rs rs rs Mas sei que faz para o meu bem. Pensando sempre no melhor.
    Acho que muito tem haver com a cultura e local onde vivemos. Sabe que sempre fui assim de querer fazer tudo para os meus filhos e de repente me deparo com uma cultura, com um local totalmente diferente, no qual as crianças pequenas, bem pequenas, já são incentivadas a fazerem muito sozinhas. No início estranhei bastante, mas sabe que hoje me deparo com uma postura muito diferente do que fazia para o Felipe e mesmo para o Thomas. Lucas (com 13 meses) já faz tanta coisa sozinho. Engraçado é ouvir das pessoas, como assim ele já faz isso, come isso sozinho... Nem precisa de ajuda.
    Agora, uma coisa é independência a outra é sair para o mundo. Fico imaginando daqui uns anos meus meninos saindo de casa dizendo que não tem hora para voltar. Já pensou nisso!? Acho que a gente aprende um tanto, sendo mãe de um, dois ou três filhos.
    Uma lição diária para nós mães. Agora, se estou preparada? Lógico que não. Um desafio constante pensar que tenho que criá-los para o mundo, para a vida.
    Sabe que tenho uma amiga que mora no Brasil que sempre diz para mim: °- Celi, você precisa pensar no seu futuro! Já começar a pensar realmente o que vai querer fazer, pois seus filhos daqui a pouco estarão grandes e totalmente independentes!"
    Ahhhh Myriam confesso que prefiro nem pensar nisso!!!! Gosto de todos "embaixo da minha saia", segurando na minha perna.... rs rs rs
    O bom de tudo é que estamos na mesma caminhada e uma ajudará a outra a enfrentar tudo isso!
    Beijo grande e obrigada pelo carinho de sempre.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Celi, saiba que mesmo estando muito longe, você consegue estar bem perto com seus comentários sempre tão tão carinhosos. Adoro!! Eu também gosto da cria embaixo das asas, e, por isso, quando li o livro da Betty Milan e me deparei com essa frase, fui profundamente tocada. Porque apesar de parecer que estou muito distante desse futuro, ele chegará. E para o bem dos nossos pequenos, o vôo acontecerá e teremos que estar preparadas para isso. Mas, até lá, a gente vai caminhando juntas e compartilhando as dúvidas, os medos, as conquistas e as alegrias que nossos meninos nos trazem!!! Beijo grande!!!

      Excluir
  4. Bela reflexão Myriam, mas confesso que dá um aperto no coração ao me imaginar na frase "renunciar ao convívio e aceitar que o filho viva para si". E do jeito que o tempo passa rápido..aiai
    Quando chegar este momento, espero estar um pouco preparada, será? rsrs
    Beijos,
    Larissa Andrade.

    http://maternidadeecotidiano.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Larissa! O aperto vai dar sempre. Rsrsrsrsrsrsrsrs. Mas, a gente tem que saber que um dia vai acontecer! Eles estando bem, estaremos bem! Beijos!!!

      Excluir
  5. Minha mãe quis, e ainda quer, me superproteger. Minha sogra fez com seus filhos. Eu "vi" esse comportamento e não quis que isso me atingisse negativamente porque eu via o mesmo com amigos meus. Minha esposa fez o mesmo, ainda que um pouco mais mimada, não deixou que isso interferisse em sua vida. Mas nossos irmãos têm essa necessidade pessoal de cada um quem engessa seu desenvolvimento. Bom, sao casos e casos, mas eu prefiro pensar em que eles vao ralar a pele, vao chorar, vão espernear, mas no final, tudo dá certo? Não? hehehehe valeu pela dica. Myriam! Super bacana!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quase toda mãe é super protetora e acho que alguns pais também!! Pelo que leio, Zoe vai ter um paizão pegando no pezinho dela, ou não?? Rsrsrsrsrsrsrs

      Excluir

Palpite à vontade

Layout por Xiricutico.blogspot.com para uso exclusivo de Myriam. Proibida a cópia!
Tecnologia Blogger