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Hoje é o dia Mundial contra a Violência Infantil

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Em postagem anterior eu mencionei que não era a favor das palmadas e falar sobre isso é um pouco difícil tendo em vista que nasci na época em que palmada era uma ótima forma de educar e corrigir as crianças. Não fui uma criança peralta. Não saía me pendurando em armários, não fugia para brincar na rua e nem chegava com reclamações da escola. O meu "problema" é que eu não era de aceitar a resposta "porque não". Eu queria uma resposta melhor que essa. Eu era teimosa e birrenta e extremamente questionadora e ótima argumentadora (acho que foi por isso que eu me formei em Direito). Então, apanhei. Levei muitas palmadas, algumas chineladas e uma surra de cinturão do meu pai (a única vez que ele me bateu e provavelmente se arrependeu, pois eu só tinha 6 anos). Lembro-me praticamente de todas as vezes em que apanhei e lembro que o sentimento era de revolta. Ou seja, ao invés daquilo me servir como corretivo, dava-me mais vontade de desobedecer. O que me fazia realmente aprender a lição eram os castigos. Esses doíam muito mais. Não entendo o porquê dos meus pais acharem que a palmada valia à pena. Eu sempre achei uma covardia e uma atitude de pura preguiça. Afinal, é mais fácil bater do que explicar o porquê de não poder fazer isso ou aquilo. Eu não diria que fiquei traumatizada e muito menos que deixei de amar meus pais por um segundo que seja. Porém, essas lembranças me doem. Causam-me um mal estar. Eu tive uma amiga na escola que por algumas vezes chegou com marcas em sala de aula. A fivela do cinto chegou a pegar uma vez em seu rosto. Lembro que eu fiquei horrorizada ao saber que a mãe dela havia feito aquilo. Definitivamente, eu não gostaria de ter uma atitude tão desproporcional com o meu filho. Eu sei que ele ainda vai me testar muito e vai me tirar do sério inúmeras vezes. Porém, tentarei de todas as formas ter uma atitude melhor do que a de bater. Tentarei lembrar de mim mesma e o quanto me fez mal. Educar dá um trabalho enorme e é um teste de paciência diário, uma briga com você mesma. É você quem vai decidir quem vai ganhar, se a raiva ou o auto-controle. E nesse dia Mundial contra a Violência Infantil, peço que vocês pais e mães pensem um pouco sobre as atitudes que terão daqui para frente. É sempre tempo de repensar!


6 comentários:

  1. Eu apanhei muito, era bocuda e gostava de testar meus limites, eu tirava minha mãe do sério e ela se descontrolava, lembro que achava ela uma louca, rs. Aqui em casa não batemos, mas é realmente difícil, pois foi assim que fomos criados, eu já me peguei várias vezes querendo "socar" as peraltinhas, mas sempre acho uma covardia bater em alguém tão pequena como elas.
    Educar não é para qualquer um, é um exercício diário.
    Bjus

    Rafa
    Rafaelando

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    1. Pois é, Rafa..a gente sofria do mesmo "mal"...falávamos demais...rsrsrsrsrssrs...eu tb tinha a mesma impressão da minha mãe quando a via descontrolada! E eu entendo que não seja fácil ver um filho te desafiar.É preciso mesmo muito auto-controle para nãp perder a cabeça e a razão!!

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  2. Myriam, saudades de comentar aqui!!! E de ler seus posts!! Meu trabalho está uma loucura, então acabo não tendo tempo de me dedicar a essa leitura que eu tanto amo da blogosfera materna! :)

    Cheguei aqui com um post interessante! Eu também não sou a favor da palmada, minha mãe vira e mexe diz: dá um tapinha na mão dele para ele saber que não pode. Não para ele sentir dor, mas para simbolizar. Ainda assim, não tenho coragem. Fiz uma vez no impulso, porque ele tentou colocar a mão na lãmpada do abajour aceso! Ele tirou e nunca mais fez, não sei se pelo susto que tomou com a palmada ou por coincidência...

    Mas acho que é mesmo uma questão de costumes, de geração para geração. Eu apanhei poucas vezes, nem consigo me lembrar, na verdade. Só sei que apanhei pq meus pais dizem... Não ficou "marca" em mim deste tempo. =) Hoje, nossa geração é muito mais consciente da importância da conversa. A gente sabe que se conversa desde que eles são bebês, e continua conversando sempre, eles vão entender em algum momento. A gente sabe que a palmada não leva a nenhum lugar.

    Hoje eu nao consigo pensar em dar palmada no Luquinha, mas nao consigo me comprometer nessa questao. Nao sei como serao os proximos anos, se eu vou sentir necessidade nisso ou nao, se eu vou ver sentido nisso ou nao. ;)

    Bom tema para pensar e ler mais sobre! ;)

    Um beijo!!!!!

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    1. Julia!!! Senti sua falta!! Saudade dos seus comentarios!!! Foi algo pra gente pensar mesmo!! Eu também não sei o que me aguarda daqui uns anos, principalmente na temida adolescência!! Eu espero sempre conseguir por meio de uma boa conversa educar. E se não funcionar, tentar o bom e velho castigo que penso ser mais eficaz! Peço a D'us muita calma e sabedoria!!! Beijossssssss

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  3. E ai como estão as coisas por ai? A viagem é para quando? Já estou preocupada de ficar sem vc na net, rs. =)
    Bjus

    Rafa
    Rafaelando

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    1. Hahahahahahahahaha...o ipad vai junto!! Não irei sumir!! Reunião de trabalho de 05 08/12! Rapidinho!!!! 😘😘😘

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