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Gravidez sem controle

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 Adoro listas. Lista de supermercado, de afazeres, de presentes, de lugares que quero conhecer, de restaurantes novos para ir, de drogaria, de feira, e, principalmente, lista do que não posso esquecer, como consultas, dia da terapia, da drenagem etc. Gosto de listas porque elas ajudam a me organizar, planejar meu dia, enfim, estar no controle de tudo, sempre. Controle é uma palavra que gosto muito. Gosto exageradamente, exacerbadamente, absurdamente. Gosto porque não gosto de surpresas, de coisas em cima da hora, de supetões, de atrasos. Controle tem a ver com planejamento e eu adoro planejar. Poucas coisas na minha vida foram não planejadas. Pouquíssimas vezes me permiti passar o dia sem planejar. Bem típico de quem é controlador. A gravidez do Daniel, por exemplo, foi muito planejada. Mas quando recebi o positivo, tudo o que eu havia planejado, não aconteceu. E quando me vi sem o controle da situação, eu me vi num mar em fúria e me afoguei. Eu me afoguei em prantos. Como eu não conseguia controlar o que estava acontecendo com o meu corpo, com as minhas vontades, com a minha vida, com os meus sentimentos, aquele cenário que eu havia planejado desmoronou; e com ele, fui junto. Eu senti que caía para fora, para fora de mim. 
Pari, e o parto também não foi o planejado. Sem o controle, afoguei-me em prantos, mais uma vez. Derramei lágrimas, mas não derramei leite pelo tempo que eu queria. Derramei por um tempo, mas à medida que as lágrimas me encharcavam por fora, eu secava por dentro. De novo, sem controle. Mesmo cercada de pessoas, eu estava só. Caída para fora de mim, não havia ninguém para me colocar para dentro de novo. Essa missão era minha. Missão solitária, dificil, dolorida, mas, decidi fazer a viagem de volta. Eu precisava cair para dentro de mim mesma e colocar-me no eixo. Quando me reencontrei, demorei para me reconhecer. Já não era a mesma pessoa de antes. Tive que reaprender a ser eu mesma. E assim, ao longo dos últimos 4 (incríveis) anos, vi crescer o Daniel e a mim, dois novos seres no mundo. Fomos/somos aprendizado um para o outro. Em díade, estamos em construção. E, nesse reaprender a ser eu mesma, uma nova gravidez aconteceu. Tão planejada quanto a primeira, não resisti a essa parte de mim. Mas, diferentemente da primeira vez, resolvi abraçar o descontrole que a gravidez nos proporciona. Aprendi que não sou eu quem está no comando, na maioria da vezes. E, com medo, mas com uma vontade louca de tentar, tenho deixado a gravidez me levar. Surpreendentemente, tenho ouvido, nas últimas semanas, o quanto estou leve, com cara de feliz, radiante nesta gestação. Percebi, então, o quanto estar bem por dentro, faz diferença do lado de fora. Estou, portanto, tendo a chance de um novo aprendizado com o novo filho que está a caminho. Na primeira vez, eu não entendi que era tempo de aprender comigo e com meu filho que ia chegar. Eu queria aprender só com os livros, como se a vida respeitasse manuais de instrução. Nesta nova experiência, resolvi ouvir meu corpo, meus instintos e meu bebê, que já tanto me ensina. Gestar é a oportunidade que temos de aprender a lidar com o imprevisível, com algo que está além de nós, e, por isso, planejamento e controle não são as palavras de ordem. Planejar e controlar são apenas uma parte do todo, que envolve, acima de tudo, a capacidade de se flexibilizar, permitir-se ser maleável para que não só o corpo aprenda a se moldar conforme a barriga cresce, mas também a essência, os sentidos e a nova vida que vamos levar.


Lançamento do meu livro em Manaus!!

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 Sábado passado realizei o sonho de lançar meu primeiro livro: "O menino que só sabia dizer não". O evento aconteceu na sede do Beta positivo Quintal, um espaço lindo e feito com muito amor para as grávidas e crianças até 4 anos. Quem quiser conhecer mais, é só seguir pelo IG @betapositivoinsta.
 O lançamento foi um sucesso, graças a D´us. Muitos amigos e a familia foram lá me dar um abraço e conhecer um novo lado meu que aflorou com a maternidade. Ano que vem, outros livros serão lançados e já estou ansiosa por isso. 














Maternidade (IM) PERFEITA

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  •  Sim, eu falho (bastante, inclusive);
  • Sim, eu tento, mas, nem sempre consigo ser compreensiva com meu filho;
  • Sim, eu fico muito cansada. E quando isso acontece, a paciência não é das maiores;
  • Sim. Meu filho, às vezes, come brigadeiro, uns quadradinhos de chocolate ou algumas jujubas numa festinha infantil ou num passeio de sábado à tarde;
  • Sim, às vezes, faço o iPad de babá para tomar um banho e me arrumar para deixar Dan na escola e seguir pro trabalho com uma cara melhor do que acordei;
  • Sim, algumas vezes apresso meu filho porque estou atrasada. Não me orgulho disso. Mas, acontece!
  • Sim, eu choro (litros). Porque lidar com as birras é algo estressante e nem sempre mantenho aquele autocontrole que tanto pregam por aí. Há dias que separar minhas chateações da maternidade é simplesmente impossível;
  • Sim, ter filhos é algo maravilhoso, mas, já perdi a conta de quantas vezes desejei uma noite inteira de sono, principalmente no primeiro ano de vida do meu filho;
  • Sim, tem horas que desejo estar só, completamente só com os meus pensamentos e ficar em um silêncio absoluto;
  • Sim, eu amamentei meu filho. Mas, não exclusivamente pelos primeiros seis meses. Quis muito. Não deu;
  • Sim, meu filho usou chupeta em momentos muito punks e largou aos 2 aninhos. Não planejei, não me aplaudo. Foi só o meu possível;
  • Sim, eu faço viagem a dois. Eu e meu marido adoramos. Cada familia, uma sentença;
  • Sim, meu filho tem regras e limites. E, dentro do que sua idade permite, ajuda. Já aprendeu onde é o cesto de roupa suja, onde guardar seus sapatos e material escolar, que depois de brincar, tem que arrumar;
  • Sim, eu cuido MUITO da alimentação do meu filho. Porém, nas férias, as regras são afrouxadas;
  • Sim, eu tento ser mãe zelosa, amorosa, cuidadosa, tudo dentro do meu possível. A perfeição não me cabe, ser humano (portanto, falivel) que aprendi (na terapia) que sou. O que me cabe, e, na verdade, até transborda, é uma imensa vontade de acertar e um amor incalculável que me faz levantar todos os dias desejando ser um pouquinho melhor.

 P.S.: Se você, assim como eu, erra, mas sempre na vontade de acertar, saiba que não está só. Bem-vinda, mãe (IM) PERFEITA!!!


Gravidez - o inicio do segundo trimestre

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 Exatamente como um grande temporal, daqueles que a gente acha ser infinito, mas que, sem mais nem menos, passa, todo o mal estar do primeiro trimestre findou. Uma onda de energia começou a surgir e comecei a acordar disposta para os afazeres do dia a dia. A familia agradeceu a chegada dessa nova fase, já que ganharam a mãe e a esposa de volta. rsrsrsrsrsrsrs
 Além disso, fui liberada para as atividades físicas e drenagens, o que eu adorei, pois estava sentindo muita falta de me movimentar. Voltei para musculação, que é algo que já faço há um tempo e em janeiro começo a ioga para grávidas. Eba!
 Dan continua muito feliz com a gravidez e espera ansiosamente que venha um irmão. A gente tem tentado fazê-lo entender que não podemos escolher e que uma menina será muito bem-vinda, mas, tá dificil! Hahahahahahaha Daqui a quatro semanas saberemos se ele foi atendido ou não.
 Nesse meio tempo, entre um enjoo e uma soneca despropositada, arrumei muitos armários e retirei tudo aquilo que não dava para aproveitar para o bebê. Desafoguei toda a cômoda que Dan ainda usava e passei tudo para seu guarda-roupa. Para meu espanto, ainda sobrou bastante espaço.
 Esses últimos meses do ano passaram mais rápido do que eu gostaria, e, faltando pouco tempo para nossas férias, estou correndo contra o calendário para marcar todas as consultas obrigatórias para que eu viaje tranquila. E como com saúde não se brinca, ainda mais gestante, estou em busca de um bom seguro de viagem, que tenha boa cobertura em todas as possíveis emergências que eu possa apresentar. Vou atrás do seguro da Travel Ace Assistance e ler com calma. Afinal, a gente espera jamais precisar, mas, viajar sem seguro é um risco que pode acabar as finanças da familia. Saúde fora do País é caríssimo. No mais, vamos seguindo para o segundo trimestre cheia de disposição e vontade de aproveitar a dona redonda que a cada dia cresce mais e mais!


Gravidez - o primeiro trimestre

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 Depois de escrever o lado poético da descoberta da gravidez, vamos falar francamente a realidade. O primeiro trimestre é PUNK!
 Confesso que não esperava que acontecesse tão rápido. Parei a amiga pílula e no mês seguinte a sementinha já estava lá toda trabalhada na implantação! Com três semanas de gestação, como não tinha como eu saber que já estava grávida, comecei a malhar feito uma louca porque a cada dia meus quadris estavam maiores e duas calças que eram na medida não entraram mais. Culpei o vinho nosso de toda noite, falei pro marido que essa historinha de jantar com uma tacinha de vinho estava me deixando muito inchada e todo aquele blá blá blá de mulherzinha que se acha ENORME por engordar 1kg. Faltando uns três dias para a tal visita mensal chegar, eis que surge uma veia gigante no peito esquerdo. Dia seguinte, eu estava me sentindo a própria Cicciolina (D-us, como estou velha ao dar este exemplo!). E nesse momento comecei a desconfiar. Mas, resolvi esperar o atraso menstrual. Era pra vir num domingo e nada. Segunda-feira, nada. Terça-feira, nada. Pedi então um exame caseiro e à noite lá estavam os dois tracinhos confirmando que eu não estava gorda, eu estava grávida, o que dá quase no mesmo, né?! Afinal, até a barriga despontar, as pessoas olham pra você, analisam, querem perguntar o que aconteceu, já que de repente você está tão corpulenta, mas, resolvem se calar porque dizer que alguém engordou é falta de educação.
 A partir da descoberta, todos os sintomas de gravidez chegaram. TO-DOS! Um sono absurdo, enjoos horrendos, indisposição, mau humor, vontade de chorar por nada, peitos intocáveis, barriga dilatada, prisão de ventre, pele e cabelos mais oleosos, e, principalmente, a fome, mas uma fome que eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser em comer. Já haviam me dito que uma gravidez nunca é igual a outra, mas, eu não esperava tão diferente. Enquanto na gestação do Daniel, eu senti pouquíssimos sintomas que até esquecia que estava grávida, nesta, eu lembro a todo o momento! Impossível ficar mais de 2h sem comer, perdi as roupas muito mais cedo, tenho necessidade de descansar muito mais, o que é dificil porque Dan me demanda muito. A grande vantagem é a ansiedade quase inexistente porque não estou mais em terreno desconhecido. As neuras quase não existem e a vida fica mais leve de preocupações com tudo e a toda hora. Não há tempo para pensar muito no que está acontecendo porque tem um pequeno que ainda precisa muito da minha atenção e acaba "roubando" a minha energia só pra ele.
 A consulta com a GO é mais tranquila, sem tantas perguntas e dúvidas absurdas. A novidade é que irei mesmo me empoderar em busca do meu parto. Mas isso é outra historia, para outro momento. Ouvir o coraçãozinho é sempre maravilhoso e deixa a gente com aquela sensação de poder por estar gerando uma vida. Semana que vem, farei a primeira morfológica ou exame de translucência nucal. Até lá, seguimos com um pouco menos de enjoo e sono. Parece que o segundo trimestre já começa a dar sinais de que tudo vai melhorar!


4 anos de Daniel - o filho que eu precisava ter

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 Neste 13 de novembro, mais um ciclo se completa e mais uma fase se inicia. Nos últimos meses, vários indicios de que mudanças estavam acontecendo se manisfestaram. Dan esticou, está com a aparência ainda mais magrela, tem um andar bem de moleque, tão diferente daquele toddler do ano passado. Adora super heróis e se fantasia todos os dias. Acha que quando crescer será um vingador e salvará as pessoas dos vilões malvados. Já tem amigos favoritos na escola. Aliás, ele adora ir para sua escola linda e colorida, o que me deixa radiante, por ter sido um processo dificil inicialmente. Daniel tem personalidade forte e por isso é muito certo do que quer, o que rendem discussões com a mamãe aqui. Colocar limite é dificil, pois seu temperamento é desafiador. Ainda faz muitas birras quando não tem o que deseja. Dorme sozinho por algumas horas, já que continua a nos visitar na madrugada. Sinto que ele não está pronto para estar só a noite inteira, então, tudo bem. Uma hora acontece.
 O que mais me deixou perplexa com a chegada dos 4 anos, mesmo algumas amigas mais experientes tendo-me avisado, foi o quanto ele se tornou seletivo na alimentação de dois meses pra cá! Isso tem me deixado enlouquecida. Eu tinha um filho que comia de TU-DO! E nas últimas semanas, ele diz não pra quase tudo...até ontem ele comia picadinho e agora não quer nem olhar. Ovo cozido faz ECA!! Frango?! Nem pensar! Tomate cereja que ele pedia pra levar de lanche pra escola, não quer nem ver...pirei, né?! Pelo menos as frutas ele ainda está in love, mas até quando eu não sei...e aí, haja criatividade e paciência. Mas, vamos lá! Deve ser uma fase...
 Dan está ficando menos tímido, anda bem despachado, sabe? o que eu acho uma graça! Se gosta de algo ou de alguém, ele mesmo se convida, sem qualquer cerimônia. Apesar de gostar das brincadeiras de luta, próprias dos fãs de super heróis, Dan ainda é muito carinhoso. Está encantado com a minha barriga crescendo e fala com o bebê todos os dias e pede que ele/ela saia logo para brincarem juntos. É lindo de ver! Ao acordar, beija meu rosto e beija a barriga e dá bom dia pro irmão ou irmã; já sinto um imenso amor entre eles. Esse carinho superou minhas expectativas sobre uma nova gravidez.
 Por isso tudo, posso dizer que Dan é o filho que eu precisava ter e não exatamente o que eu desejei. Porque ele é um amor desafiador e mais real do que meus sonhos propuseram. Eu não pensei em querer alguém que me fizesse tantos autoquestionamentos. Jamais desejei alguém que pudesse me transformar de ponta cabeça. Mas, quem diria, meu filho de apenas 4 anos, fez tantas mudanças em nossas vidas que hoje só posso compreender que eu precisava dele. Precisei para me conhecer melhor, precisei para entender que só se casa de verdade depois dos filhos, precisei para reconhecer os amigos verdadeiros, precisei para dar mais valor a minha familia (pai, mãe e irmã, vocês são meus pilares de ferro!), precisei para descobrir o que realmente eu queria da vida, precisei para abandonar alguns medos e ver surgirem outros, precisei, por fim, para aprender a fazer minhas próprias escolhas, independentemente do que os outros vão pensar. Mais uma vez, chego à conclusão que aprendi mais do que ensinei e aprender mais é a busca infinita. Obrigada por ser meu por mais um ano. Que assim seja o possível do restante de nossas vidas!
Com amor,
Mamãe








Quando o amor inteiro deixou de ser suficiente

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 Quem acompanha o blog, deve lembrar de um post que escrevi sobre um segundo filho. A vontade de recomeçar um novo maternar estava completamente muda, abafada e inerte em mim. Não me enxergava mais grávida, no puerpério, na sombra, na solidão das fraldas e  do leite derramando; aquele começo dificil que quase todas as mães de primeira viagem conhecem. Quando Dan completou 2 anos, comecei a receber uma enxurrada de perguntas de quando viria outro. E eu só conseguia responder: "não sei se virá". E não sabia mesmo. A ideia do filho único reinando foi algo muito cogitado, pensado e conversado em casa. Eu me sentia plena, inteira, feliz da vida com o amor do meu filho, como se não houvesse qualquer espaço para mais. Até que...uma viagem a três, muitas crianças, ambiente muito familiar e um Daniel com a ideia fixa de "quero um irmãozinho, mamãe!!" mudou o rumo da historia. Aquele pedido me pegou de surpresa; fiquei sem saber o que dizer, emudeci. Dia seguinte, a mesma ideia fixa. Eu olhava para meu marido com cara de interrogação. Na volta pra casa, já no avião, Daniel queria (insistentemente) levar o irmão-bebê do amigo pra nossa casa. A vontade era tanta que prometeu até dividir o seu gagau. O que achei bem sério, já que sei ser algo muito importante pra ele. E, a la Drummond, pensei: E agora, José?!
Pai e filho dispostos a aumentar a familia e eu - a possibilidade de concretizar o desejo - negando, para dentro e para fora, esta vontade. Engravidem vocês!, protestei num misto de infantilidade e medo. Afinal, ainda não inventaram um jeito de passarmos essa responsabilidade para os homens. E numa atitude de revolta às avessas, parei o anticoncepcional. Daniel, sem saber, deu-me a mão, os braços, os abraços e o colo que eu queria para pensar em uma nova jornada. Daniel, que havia sido o responsável por me fazer sentir inteira, agora era responsável por eu querer me sentir em dobro, imersa no amor de dois. E num dia de setembro, mês não só das flores, mas também dos amores, o mais novo amor foi concebido, fazendo com que o meu coração passasse a carregar outro coração, mais uma vez. Há 9 semanas, sinto o amor em dobro crescendo em mim.


Maternidade bipolar

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Mãe TERNA
MaTERNA o filho que também lhe é TERNO
Pelo amor eTERNO que sENTE
Em seu coração sempre tão pungENTE
Porque maternar, apesar de todo o amOR
Muitas vezes causa dOR
Causa também mEDO
De vez em quando em eco:
EDO, EDO...
Causa muito cansAÇO
Mas como dizem que somos de AÇO
Assim como o dia que vem depois da noite
A dor, o medo e a exaustão cedem lugar à PAZ
Que as vezes vem em forma de sorriso
Outras vezes em forma de sono aPAZiguador







Obrigada, Homem Aranha (ou o dia em que ele quis voltar a dormir só)

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 A cama ficou pequena
Será que foi a cama ou as pernas do menino que cresceram demais?
A cama ficou pequena. Por que teimas?
Porque as pernas do menino já não cabem mais.

O quarto ficou pequeno
Será que foi o quarto ou menino que já acumulou coisas demais?
O quarto ficou pequeno. Por que teimas?
Porque, veja, as coisas do menino também já não cabem mais.

A dois meses de completar 4 anos, Daniel surpreende, mais uma vez. Em um domingo qualquer, compramos um jogo novo de lençol do Homem Aranha, com almofadas e tudo. Colocamos para lavar e foi só ver a cama arrumada que ele logo correu, abraçou a cama e disse que queria dormir lá junto do amigo. Não levei muita fé de que de repente ele fosse abrir mão de dormir conosco, mas, sem querer desestimulá-lo,  falei que achava uma ótima ideia. À noite, ele tentou se arrepender e nós tentamos contornar. Veio um pedido de "dorme aqui comigo?" e eu disse que ficaria lá até ele pegar no sono. Contei historias, cantei como nunca mais havia precisado, lembrei das vezes que tentei fazê-lo dormir no berço e não mais no carrinho com 1 ano de idade e pensei nas inúmeras vezes em que foi preciso regredir para um grande passo avançar. Trinta minutos depois, ele dormiu e dormiu calmo, sereno, tranquilo. Eu, como quase todas as mães do mundo, acordei muitas vezes para ver se estava tudo bem e estava, mesmo que eu não quisesse acreditar. Isso foi a primeira noite, vejamos como serão as próximas.

Como essa cama era a de apoio do quarto do Dan e alta, tiramos a caixa e deixamos só o colchão, assim, garantimos a segurança e o livre acesso ao nosso quarto,caso ele precise.



Deixa pra mais tarde

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Mãe, liga a luz?
Mãe, imprime um desenho?
Mãe, fecha a minha fantasia?
Mãe, quero fazer cocô
Mamããããe, já terminei
Mãe, não quero essa roupa
Mãe, fica aqui e monta comigo?
Mãe, não quero esse canal
Mãe, o iPad tá descarregado?
Mãe, quero uma bolacha
Mãe, quero um tomate
Mãe, quero água
Mãe, compra pra mim?
Mãe, quero dormir com você pra sempre
Mãe, eu te amo muito
Mãe, olha um coração pra você!
Mãe, por que você tá chorando?
Mãe, é porque você não para
Mãe, tô com sono
Mãe, quero gagau
Mãe, quero passear
Mãe, hoje eu vou dormir na vovó?
Mãe, quero desenhar
Mãe, posso comer chocolate?
Mãe, comi todo o meu lanche
Mãe, hoje eu fui o he-man na escola
Mãe, não quero dormir agora
E nos mínimos intervalos possíveis, encaixo a minha vida, os meus desejos, os meus sonhos, as minhas vontades, as minhas necessidades e quando não é possível, só posso pensar: Deixa pra mais tarde!


Os filhos na visão de um poeta

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  O texto abaixo é de um escritor português e coloquei na minha página do facebook e muita gente se emocionou:
  "Os filhos são modos de estender o corpo e aquilo que se vai chamando alma. São como continuarmos por onde já não estamos e estarmos, passarmos a estar verdadeiramente, porque ansiamos e sofremos mais pelos filhos do que por nós próprios, assim como nos reconfortam mais as alegrias deles do que a satisfação que diretamente auferimos. Por isso temos gula pelos filhos, uma gula do tamanho dos absurdos, sempre começada, sempre incontrolável. E queremos tudo dos filhos como se nunca nos bastassem, nunca nos cansassem porque, ainda que nos cansemos, estamos incondicionalmente dispostos a continuar, uma e outra vez até que seja o corpo extenuado a desistir, mas nunca o nosso ímpeto, nunca o nosso espírito.Até porque desistir de um filho seria como desistir do melhor de nós próprios. Cada filho somos nós no melhor que temos para dar. No melhor que temos para ser." (Valter Hugo Mãe)



Filhos: a oportunidade de renascer

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 Perdi a conta de quantos depoimentos já li de mulheres que se transformaram com a chegada dos filhos. Algumas mudaram de profissão, outras optaram pelo home office, muitas pararam de trabalhar, tem as que mudaram o corte de cabelo ou tingiram, muitas deixaram a vaidade de lado por falta de tempo ou por escolha e tem as que continuaram iguaizinhas por fora, mas por dentro, quanta diferença. Seja qual for a mudança, o fato é que a chegada de um filho é transformadora. A mulher que dá à luz tem a oportunidade de fazer o seu próprio (re)nascimento. Eu mesma olho para trás e vejo a drástica mudança que sofri, fisica e emocionalmente. Mudaram as prioridades, as vontades, os desejos, os medos, os gostos, a profissão, os horários, os sonhos, alguns valores, o olhar para o outro e para o mundo, a audácia, as preocupações, o motivo de sorrir e de chorar, os cabelos, o corpo, a pele, a alma. E tão bonito quanto ver e sentir a mudança em si mesmo, é poder acompanhar a mudança de quem a gente gosta muito e sempre esteve na torcida para que quando a maternidade chegasse a sua porta, fosse tão reveladora quanto foi para mim. A gente se conhece há quase 20 anos e foram tantas e tantas as coisas que dividimos que um post jamais seria suficiente. Estão todas elas guardadas na memória e no coração. O momento que agora dividimos é o mais belo de todos. Porque agora, K, você vai compreender o amor de que tanto falo, o cansaço de que tanto reclamo, as chateações misturadas com o "mas eu amo meu filho, viu?!", as preocupações bobas, o não praquele happy hour, o adeus ao nosso escritório, a eterna falta de tempo, o choro sem causa, a culpa que tanto me assola, a vontade de ser a melhor mãe possível. Lia, ainda na barriga, já foi capaz de fazer tantas mudanças que é impossível não perceber que o seu renascimento já começou mesmo antes de parir. Lia, que já estava em nossas conversas de adolescencia, apesar do nome singelo, vem com a força de quem sabe a que vem. Vem para tranformar. Tranformar Kátia em mãe, Daniel em pai, casa em lar. Lia, quando  você chegar, tem um mundo inteiro para você transformar, porque os filhos fazem isso, transformam tudo, porém, para melhor.
Com amor, aos amigos (irmãos) K e Dani.


Criança tem vontade?!

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 O mês de agosto tem sido agitado. Precisamos fazer duas viagens seguidas com o Dan e isso mexeu bastante com a rotina dele, o que só reforçou que criança e rotina precisam andar de mãos dadas. Dan adora a escola, adora a casa dele e o mundinho que o envolve dia a dia. Ao tirá-lo por duas semanas seguidas dessa vida, as birras nas viagens foram bem violentas. Ele reclamou de tudo; parecia que nada do que fazíamos por ele bastava. Falou repetidamente da saudade da escola, de casa, e, claro, da fiel escudeira Piaf.
 Em uma dessas viagens, meus pais estavam conosco e pude perceber que eles se assustaram com as birras do Dan. Conversando com uma amiga, ela me disse que os pais dela também se assustavam com as birras e com a forma que os pais de hoje em dia lidam com isso. Ouvimos aquele velho discurso de que antigamente criança não fazia o que queria etc. Fiquei com os meus botões pensando sobre isso. Revi minhas atitudes durante a viagem para encontrar o excesso de permissividade alegada. Relembrei o quanto me estressaram as birras e ataques. Mas lembrei que a "permissividade" foi o jeito que encontrei para dizer ao Dan que eu entendia sua chateação e que eu sabia que ele estava daquele jeito porque o tiramos por muitos dias de sua rotina. Ele ficou sem entender as faltas na escola, uma vez que ele já tinha tido férias. Ele ficou sem entender chegar de uma viagem e em seguida viajar novamente. Ele queria ficar na casa dele, com os brinquedos dele, no espaço dele. Dan tem muita facilidade de se expressar. As birras são o pico de sua chateação. Mas ele sabe muito bem o que quer comer, o que quer vestir, onde quer ir etc. E, apesar de saber que eu preciso orientá-lo, gusto de dar alternativas para que ele possa fazer as próprias escolhas. Como eu sou muito autoritária, as alternativas são um treinamento que faço para que meu filho cresça seguro e independente. Até seria mais fácil eu decidir tudo e não ouvi-lo. Mas seria o correto?! Será que o fato de estarmos mais próximos dos filhos e com menos ar de autoridade é mesmo um risco? Penso que a chave é sempre o equilibrio. Ouvir, dar alternativas, compreender a birra não é ser permissiva. É uma outra forma de lidar com a criança. E posso dizer que dá bem mais trabalho. Não sei dizer se terei sucesso e me orgulharei das escolhas que fiz daqui uns anos mas sempre naquela linha de tentativa, acerto e erro, vou seguindo instintivamente. Espero conseguir! Alguém aí com uma luz?! 


As perdas que não compreendemos

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Desde muito cedo aprendemos que: nasce-se, vive-se e morre-se. Mas, espera-se que o interregno entre o nascer e o morrer não seja breve. E mais. Desejamos que a ordem natural da vida jamais se inverta. Só que isso quase nunca está nas nossas mãos. 
Semana passada, um casal querido, perdeu um de seus bebês. O nascer, o viver e o morrer ocorreram em breves dias. A ordem natural não foi seguida. Assim, pais recentes tiveram que dar adeus a um de seus meninos. Compartilhei da dor. Porque depois que somos mães e pais, quando alguém perde um filho, a dor é um pouco nossa também. Certamente, esses pais ouviram dos seus entes próximos, que eles precisavam se restabelecer porque havia outro lutando pela vida. Porque a vida não espera, ela segue, mesmo que a gente pare. As vezes, precisamos cair para dentro para encontrarmos a força que nos falta para então sairmos de novo para o mundo. Enfrenta-lo não é tarefa fácil, porém, necessária, ainda mais quando existe um ser que depende de nós para continuar a viver. Mesmo que o nosso copo transborde, é preciso continuar e como disse um poeta de sábias palavras: "o sol era que mandava, a significar a vida que se punha a continuar para além das grandes tristezas".

P.S.: Su, o amor e o tempo tudo cicatrizam. Ficará a saudade do que seria e estaria por vir. Mas essa será compensada pelo outro amor que ficou.



Mãe de menino

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 Eu pedi aos céus por ele. Sei lá por qual razão, eu sempre me vi mãe de menino. Enquanto eu ouvia minhas amigas desejarem estar envoltas a laços e fricotes, eu sonhava com o mundo mais agitado dos meninos. Não satisfeita, falei para quem quisesse ouvir que eu queria um filho desses bem moleque, que corre muito, desbravador do mundo, falante, peralta. E, que bom, eu fui ouvida. MUITO ouvida! Impossível não sentir e ver a diferença nas nossas vidas e na nossa casa de que há mesmo um moleque invadindo todos os espaços. Como mãe de menino, ganhei: adesivos de super heróis espalhados pelos móveis do quarto, muitos papéis rabiscados (e paredes), fantasias dos mais variados personagens, carrinhos que nos fazem quase cair pela casa, bonecos bem feios que não entendo como ele pode gostar de brincar, muitas brincadeiras de luta contra os vilões que ameaçam a todos, joelhos ralados e/ou roxos todas as semanas, confusão para tomar banho e se arrumar, choro para cortar as unhas, impaciência para esperar qualquer coisa que queira, dezenas de filmes de ação, vaso sanitário sempre com pingos de xixi e tantas outras coisas desse universo masculino que eu aprendi a amar. Engraçado que, aos poucos, Dan tem se tornado menos fã de abraços e beijinhos; os carinhos são pesados, sabe?! Ele gosta de malinar a gente e a Piaf, coitada! Tem dado mais trabalho pra fazer tarefa de casa, quer estar correndo e pulando sempre, sem parar. Mas tem algo que o faz se concentrar e dar um tempo nos pulos e nas corridas: os livros! Ele adora ouvir historias. E gosta de contar também! Acho o máximo quando o levo às livrarias e ele pega um livro, senta e começa a contar a historia a partir das ilustrações. Ah, ele AMA quebra-cabeças e LEGO. São minhas armas secretas quando quero sossegar um pouquinho. Rsrsrsrsrsrsrs...afinal, minha energia sempre termina primeiro que a dele...


Meu primeiro livro publicado ("O menino que só sabia dizer não")

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   E o sonho virou realidade! Muito feliz com a publicação do meu primeiro e-Book! Espero que vocês, leitores queridos, prestigiem e me digam aqui se gostaram. A historia é bem bacana, direcionada às crianças de 2 a 5 anos. As ilustrações do Sergio Artigas são lindas! Muito feliz com esse "filho" que nasceu. :)
Quem quiser conhecer é só clicar: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/7811659







Dicas: o que fazer em Nova York com criança?

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 Aproveitando o combo Copa do Mundo e férias escolares, resolvemos passar uns dias na cidade que nunca dorme levando o Dan conosco. Foram momentos incríveis, apesar de um dia de muito susto com o pequeno doente. Ao final, tudo deu certo, amém!
 Nova York é uma cidade maravilhosa, sem dúvida. Mas vê-la sob o olhar de uma criança é uma experiência memorável. Deixamos de lado os espetáculos da Broadway (são 3h de espetáculo e Dan ainda não fica tranquilo por tanto tempo. Mas, se a criança for maior ou gostar muito de um personagem que esteja no musical, vale muito à pena!) e mergulhamos numa cidade que se preocupa bastante com o entretenimento infantil, principalmente no verão. Saímos de lá sem ter feito tudo o que a cidade oferecia mas com a sensação de que aproveitamos ao máximo o tempo que lá ficamos.

 Uns dois meses antes da viagem, comecei a montar o roteiro dia a dia e alguns sites foram muito importantes:

NYCTPIS
- Ask Mi
- Hoteis.com

 Fizemos o trajeto Manaus-Miami, onde pernoitamos. As 11h do dia seguinte sairia nosso voo pela empresa Spirit, que tem excelentes tarifas, massss, descobrimos que muitas vezes não cumpre horarios e cancela voos, o nosso caso, infelizmente. Conseguimos sair por outra empresa aérea (Delta) e chegamos em NY com duas horas de atraso do previsto.

 Decidimos nos hospedar estrategicamente em frente ao Central Park, na entrada mais próxima das atrações para o Dan. Além da rua inteira ter vários restaurantes super family friendly, os quais nos ofereciam menu infantil, cadeirinha e lápis de cera e desenhos para colorir. Por isso, não tivemos qualquer dificuldade para fazer as refeições com o Dan. Claro que com criança não dá para se frequentar aqueles restaurantes bacanérrimos que exigem meses de antecedência para reserva. Mas esse não era o propósito da viagem.
 Minha única ressalva nessa experiência de levar o Dan para uma cidade como NYC, é que por ter apenas 3 anos, ele se cansava muito, já que acabávamos passando o dia todo fora do hotel. Talvez por isso ele tenha adoecido no último dia da viagem. O ritmo é muito grande para alguém tão pequeno. Acredito que a partir de 7 aninhos, as crianças aguentem mais o tranco. Mas, isso é muito pessoal.
 A seguir, as fotos com os locais que recomendo visita. Não coloquei todos os restaurantes que frequentamos porque acabei esquecendo de anotar, ainda assim, espero que as dicas possam ajudar as familias que estão planejando essa viagem!

Loja da APPLE. Enquanto o papai se perdia nas novidades, nós aproveitamos o espaço kids que tem por lá!

Victorian Gardens Amusement Park. Um parque de diversões muito bacana dentro do Central Park. Vale muito à pena!

Zoo também dentro do Central Park! Experiência incrivel. 

Ainda no zoo. O espaço para os pinguins. Lindo de ver!

Dan e um de seus herois favoritos dentro da loja Toys R Us


Roda Gigante da loja Toys R Us. Uma atração à parte

Espaço Nutella dentro do Eataly. Lugar incrível onde se come muito bem e se compra ingredientes maravilhosos!

Parque delicioso também dentro do Central Park com piso todo emborrachado para felicidade dos papais que podem deixar as crianças brincarem à vontade!

Ainda no parque

Parada no passeio de bicicleta que fizemos também pelo Central Park. 

Imperdível!!! Museu da Historia Natural. Dan amou demais

Children´s Museum of Manhattan: 4 andares temáticos. Imperdível!!!

Sistema digestivo do primeiro andar do Children´s Museum

3.° andar do Children´s Museum: Play Works

Brincando de bombeiro no Museu das Crianças

Desenhos e canetinhas para colorir entre um voo e outro! Vende nos aereportos e tem de todos os temas.

Sorveteria maravilhosa dentro do Chelsea Market. Lugar sensacional que vale demais a visita. São tantas as opções para se comer bem que é impossível ir só uma vez!

Espalhados pela cidade, resolve a nossa fome e a dos pequenos de forma muito saudável!
Ao contrario da foto de cima, esse dia jacamos! Parada obrigatória pra quem é fã de um bom sanduba! Shake Shake no Madison Square Park




























O discurso materno que muitas vezes nos cega

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Quando eu estava grávida do Dan, eu pensava muito em como ele seria. Não tanto pelas características físicas, mas, principalmente, pelas caracterísitcas psíquicas. Teria uma personalidade forte? Seria tranquilo? Iria gostar de brincar com o quê? Seria muito sociável ou seria tímido? Lembro que ao longo dos primeiros meses após o nascimento, eu ainda não conseguia nomear muitas características ao meu bebê. Mas quando chegou aquela fase em que as pessoas se sentem mais à vontade para querer carregar a criança, Dan não foi do tipo que ia fácil com estranhos e eu logo tratei de antecipar às pessoas de que Dan não era muito dado. E então eu logo comecei a achá-lo bem parecido comigo, já que sempre fui muito na minha e tímida com quem eu não conhecia. Quanto mais o tempo passava, mais fácil era observar a personalidade do serzinho em formação. E como quase todas as mães, eu passei a nomear muitas características que eu via em meu filho: genioso, birrento, concentrado, tímido, carinhoso, comilão, esperto, excelente coordenação etc. E nessa de sair dando nome a tudo, criei em minha mente alguém que era quase meu espelho, eu conseguia (e ainda consigo) ver muito de mim nele. E nessse orgulho materno misturado com a cegueira que acompanha e assola quase todas as mães, eu fui achando que o conhecia como a palma da minha mão. Até que veio o dia das mães na escola e meu filho, super igual a mim, claro, iria se apresentar e eu tinha a mais absoluta certeza de que ele iria travar quando visse um montão de gente. Eu tinha tanta certeza disso que até o choro dele eu cheguei a "ouvir". Abriram-se as cortinas, eu não consegui enxergar qualquer criança. Para mim, só havia o Daniel. Eu o olhava meio em pânico, já esperando um choro ou alguém que ficaria que nem uma estatua congelada. A música tocou e de repente Dan começou a se apresentar. Ele dançou a coreografia inteira, olhando-me com uma carinha de quem me perguntava: está orgulhosa de mim, mamãe?! E eu virei a estatua congelada, boquiaberta e descrente de que aquele era o MEU filho. Eu pensei: como assim ele não está envergonhado?! Ele é tão parecido comigo!! Foi então que eu me lembrei do livro "O poder do discurso materno" da Laura Gutman, que eu havia lido há algum tempo...lembrei das palavras que tanto me fizeram refletir sobre mim mesma e o discurso que eu havia ouvido na minha infância: "temos uma mãe que nos observa e nos nomeia. Essa mãe, projetando sua própria percepção, vai escolher palavras para nos descrever. Vai decretar uma serie de atributos, que vão coincidir com algumas de nossas manifestações. Assim que nascemos - às vezes até antes - nossa mãe determina "como somos". O fato é que desde o inicio alguém nomeia como somos, o que nos acontece ou o que desejamos. Isso que o adulto nomeia (geralmente a mãe) costuma ser a projeção de si mesmo sobre cada filho." Ou seja, eu estava ali projetando características minhas em alguém que ainda está em formação. Eu já estava discursando quem era meu filho sem nem dar a ele a chance de ser quem realmente é. Eu estava atropelando o tempo e já decidindo de antemão quem era meu filho, quando na verdade, apesar dele ter sim muito de mim, ele é um outro ser que possui suas prórias características, seus próprios gostos e vontades. Porque ele não sou eu e nem meu marido. Ele é a mistura de nós dois e de nossas familias. Mas, acima de tudo, ele é um outro alguém a quem devemos dar a oportunidade de simplesmente ser, independentemente dos nossos discursos.


Quando eles crescem

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 Hoje fui invadida por um estado de embasbacamento maternal, ou, aquele dia em que você olha pro seu filho e pensa: caramba! Ele não é mais um bebê MESMO!
A cada dia desse ultimo semestre, vejo um projeto de rapazinho ao meu lado e isso tem me assustado, porque no auge de seus 3 anos e 7 meses, frases completas, vontades bem colocadas, vocabulário de gente grande e independência maior ainda, tem deixado claro que aqui há uma criança de verdade. E mais que isso! Um grande companheiro. Como é bom poder conversar com o meu menino na ida ao supermercado, à lavanderia, à padaria, à livraria e às compras! Pois, pasmem!! Ele tem muita opinião quando eu estou comprando. Diz que estou linda ou, para meu desespero, pergunta: "não tá apertado, mãe?!" Sua cor favorita é a verde, e como ele mesmo diz, TODOS os verdes. Ele só gosta de short ou calça que não tenha laço, prefere com botão mesmo. Não é fã de camisa polo, prefere o estilo mais despojado de uma camiseta de malha. As meias não podem ser grossas demais senão ficar "muito apertado", e as cuecas que sejam dos seus personagens favoritos, por favor! Adora melancia, morango, uva, manga, banana e tangerina. Mas o que ele mais ama no mundo é um quadradinho de chocolate meio amargo que ele ganha carinhosamente da mamãe de vez em quando. Ficou muito fã da música nova do Jota Quest "waiting for you", a qual ele canta, acreditem, para mim (o que faz eu morrer ainda mais de amor, claro!). Quando fica bravo, vira o Hulk, e eu tento não rir, apesar de achar engraçadíssima a sua nova forma de demonstrar chateação...ah, ele adora que eu leia histórias antes de dormir. Ultimamente, tem pedido pra eu contar como era quando ele era um bebê, como se isso já fosse há muuuuuiiiitoooo tempo. Dan fala o dia todo! Sério!! As vezes eu digo que o silêncio também é importante, mas, ele finge que não me ouve e continua a falar e a falar e a divagar sobre a sua linda vida...anda meio ansioso em se tornar adulto logo, ontem, se possível! Afinal, muito do que ele me pede, eu digo que ele ainda não pode porque é criança, o que o faz pensar que ser adulto é a melhor coisa do mundo, mas, ah, se ele soubesse que bom mesmo é ser criança, quando tudo (quase) é  permitido. Quando não se conhece a falta de tempo e muito menos o impossível. 


Amazônia Golf Resort

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 Há algum tempo que tínhamos vontade de passar um final de semana nesse resort, mas nunca nos programávamos. Uma amiga querida me avisou que ia com a trupe dela e pensamos que seria uma ótima oportunidade. O lugar é muito bacana, as acomodações muito boas, comida gostosa, bastante espaço pra criançada correr e brincar à vontade, piscina adulto e infantil, salão de jogos etc. Foi uma grata surpresa que nos deixou com vontade de repetir outras vezes. Seguem algumas fotos do local. Aos que moram em Manaus e ainda não conhecem, vão que será uma experiência bem bacana!





Sobre as escolhas

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 Quando eu era adolescente, tinha uma brincadeira de tentar adivinhar com quem se iria casar, quantos filhos se teria, qual profissão etc. Quem aí fazia esse joguinho? Eu lembro que sempre coloquei 25 anos. Na minha (sonhadora) cabeça, com essa idade eu estaria casada, com 2 filhos e estabilizada profissionalmente. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA Só que não, né?! A vida foi tomando um rumo bem diferente do que eu havia idealizado na adolescência. E apesar de muita gente dizer que os nossos planos nem sempre são os planos divinos, creio que cheguei até aqui pelo livre arbítrio que nos é dado. Ao longo dos anos, fui fazendo escolhas que me permitiram chegar onde cheguei e se a minha vida hoje é um quadro bem diferente do que pintei lá atrás, a "culpa" é minha mesmo! Lembro pensar que 25 anos era uma idade muito adulta, mas, quanta ingenuidade, né não?! Saí da faculdade aos 22, aos 25 casei e nem pensava em ter filhos. Eu queria curtir a vida a dois, as viagens, os amigos etc. Tive meu próprio escritório, achei que havia me encontrado e aí pensei que era chegada a hora de aumentar a familia e quando o Dan nasceu, BUM!!! Um novo marco começou a contar. Dei adeus ao mundo jurídico, tentei ser "só" mãe, mas aos poucos fui percebendo que eu não estava me sentindo feliz, eu sentia falta de me envolver com algo que ocupasse minha mente e me fizesse produzir, dei um 180° na vida profissional e hoje faço parte do imenso grupo de mulheres BOMBRIL que existe no mundo contemporâneo, tentando me dividir em todos os papéis que decidi interpretar. E como é que ficou aquela idealização adolescente?! Não ficou, ué. Não foi e nem será. A imaturidade me fez traçar uma vida em linha reta, sem emoções, sem as vicissitudes, sem os pormenores, daí um quadro só pela impressão do que poderia ser. Talvez fosse mesmo um quadro bem bonito, como os de Monet que tanto adoro admirar. Mas, mesmo com todas as cicatrizes que ganhei, a vida com emoção, cheia de traços fortes e figuras distorcidas, tem sua beleza e se apresenta mais real, daí ser tão mais interessante. Hoje, eu me vejo num quandro que retrata bem as angustias da alma, aquelas que fazem a gente se sentir vivo de verdade, com as nuances de quem escolhe viver e não só admirar a vida:

O Grito
Edvard Munch
1893





Pequenas felicidades no pós parto

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 Com algumas amigas próximas "ligeiramente" grávidas, meus grupos de whatsapp andam bombando de questões gravídicas e pós gravídicas! E então fui buscar lá na memória de 4 anos atrás aquela fase cavernosa da quarentena, quando parece que os dias não passam e jamais voltaremos a ver a luz além das janelas de casa. Passado esse período e já autorizadas a recomeçar uma rotina, pequenas felicidades passam a abrilhantar nosso dia, pequenas mesmo! Aquelas que a gente nunca deu valor mas que só um filho faz você enxergar a vida sob um novo ângulo:

1) Ir à farmacia comprar fraldas. Uau! Parece ridículo, mas é um passeio e tanto para quem passou tantos dias sem ver movimento e gente!
2) Ir ao supermercado e já poder carregar umas sacolinhas! Que máximo!!! Escolher suas próprias frutas e verduras, itens de higiene e gastar alguns minutinhos pensando em qual marca de sabonete ou desodorante levar. Um bálsamo;
3) Ir à casa dos pais e sogros. Esse é o passeio mais esperado! Outra casa, outros ares, uma conversinha de comadres e conselhos que são sim sempre bem-vindos, desde que com parcimônia!! Rsrsrsrsrsrs
4) Uma fugida de 1h para fazer as unhas. Clap, clap, clap!! Que maravilha. Com a certeza de que o papai dará conta se o bebê acordar antes da próxima mamada. Afinal, maternidade sempre envolve alguma emoção! Uhuuuul!!
5) Um corte novo de cabelo. Porque 9 entre 10 mulheres acabam cortando os cabelos depois que tem filho. Não sei o que é, é quase um acordo de cavalheiros mas todas cortam. Deve ser o calor, a vontade de não perder mais tempo com nada, enfim, quase todas passam a tesoura e voltam mais leves e felizes pra casa;
6) Voltar a fazer algum exercício. Qualquer um vale. Levar o bebê no sling e caminhar. Ou, enquanto ele está dando uma soneca no bebê conforto, você faz uma esteira, ou, passeie com o carrinho. Enfim, tudo é válido e garanto faz um bem danado!
7) O período das cólicas começa a dar uma trégua e aquela dieta de não poder provar nada que possa resultar em choro desesperado do bebê e da mãe já não precisa ser tão rigorosa;
8) Passado mais um tempinho, a primeira ida ao cinema com o marido é inesquecível!!!

Isso não é uma receita! Só você saberá suas próprias necessidades!
Beijos e boa semana, pessoal!!!


Curso Materna em Canto em Manaus

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Semana que vem, receberemos em Manaus a Isadora Canto, que seguindo o mesmo intuito do coral Materna em Canto muito conhecido no cenário musical de SP, essa oficina tem como objetivo trabalhar a voz cantada e suas técnicas de maneira descontraída e carinhosa, com o repertório que nos leva ao universo infantil, maternal e feminino. Não precisa saber cantar, basta ser mãe!
Quem está trazendo é a Renata Rivas e todas as informações estão no site da Ingresse!
Vamos participar, meninas???






O que eu quero no dia das mães

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 Com tantas noticias ruins que se espalham freneticamente pelas redes sociais, jornais etc, eu pensei em pedir/dizer aquela frase das candidatas a Miss Universo: "world peace", mas aí ia ser cliché demais e nem iam me levar a sério...se eu disser que quero algo material, hum...pensei que, amém, não há nada em especial que eu realmente queira...e putz, sei que meu marido sofre para me presentear pois assumo que não sou muito fácil...às vezes o improvável era justamente o que eu gostaria...até minha mãe dificilmente acerta...desculpa, mãe, teamo!! E, sinceramente, nesse mundo muito louco o qual somos meio que obrigados a sobreviver, o que mais quero ultimamente na vida é ver meu filho crescer bem e que ele seja invisível aos montros espalhados pelo planeta. Antes eu só pedia saúde, mas, tenho pedido cada vez mais proteção. Tá dificil, sabe?! É uma constante sensação de impotência que me rodeia. E quanto mais noticias ruins chegam, mais penso o que será posssível eu fazer para blindar meu filho?! Porque é isso que eu gostaria de fazer: blindá-lo. Antes eu temia que ele não soubesse se defender na escola, que ele poderia cair feio no parquinho, que ele poderia rebolar escada abaixo. Mas isso tá ficando pequeno diante do mundo em que estamos vivendo. Por mais que eu faça meu trabalho de torná-lo uma pessoa bacana e preparada, infelizmente, tem um montão de pessoas nada legais não tão longe da gente, pois infelizmente tá dificil confiar até na própria sombra. Desculpem aí o desabafo mas é que pensar em um presente diante de tantas atrocidades ficou dificil nesse momento! Marido, caso me leia, não me leve tão a sério e nem que seja uma cartinha, tá valendo, ok?! Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs


O tempo que não se engarrafa

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Fazer escolhas implica SEMPRE perder algo. Por não podermos ter tudo o que desejamos, elegemos prioridades durante a vida e passamos a ganhar (e perder) algo de acordo com as escolhas que fazemos. Não há caminho que nos leve ao tudo, infelizmente.
Semana passada estive em uma viagem a dois, preparada e pensada há mais de 7 meses. Conforme o dia da viagem se aproximava, um misto de ansiedade e saudade/culpa, porque iríamos sem o Dan, tomava conta de nós. Durante os dias que estaríamos fora, perderíamos: frases novas, risadas gostosas, cheirinho azedo depois de tanto correr, banho de mangueira e de piscina, mais risadas gostosas, desenhos assistidos abraçados, bom dia com hálito de cabo de guarda-chuva misturado com leite, historias antes de dormir, tarefinha pra casa, ainda mais risadas gostosas, além do "eu te amo demais" mais doce que nossos ouvidos já tiveram o privilégio de escutar. Em dias de ausência assim, pensei em como seria bom se pudéssemos engarrafar os momentos que perdemos ou aqueles que gostaríamos de reviver, como aqueles navios que artistas incriveis constroem e depois eternizam em uma garrafa de vidro transparente. Eu teria muitas prateleiras com garrafas cheias de momentos eternizados, de cheiros marcantes, de lágrimas de alegria, de paisagens e lugares que gostaríamos de revisitar. Mas como isso não é possível, tratei de engarrafar os momentos que vivi esses dias do melhor jeito humano possível: guardando na memória. E o que perdi estando longe do meu pequeno, eu guardei imaginando e criando em minha mente tudo o que era relatado.
P.S.: fotos e vídeos ajudam a eternizar, mas, as sensações são próprias só de quem as experimentam de verdade!




Vamos de 7

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A querida Desirée do blog As Trigêmeas de Manaus me indicou para participar dessa brincadeira em que temos que dizer 7 coisas das quais gostamos:

1) A minha familia. Familia é base, é o meu pilar de ferro. Não sei ser sem;
2) Amigos. Os bons, claro. Aqueles que escolhi como irmãos;
3) Viajar. Nada me faz ficar tão alegre quanto viajar. Adoro conhecer lugares, pessoas e costumes;
4) Comer. E bem!!! HAHAHAHAHAHA...adoro um restaurante novo, uma comida exótica, um molho apimentado...huuummm;
5) Dormir.Algo que já nem é mais tão possível, mas, que continuo amando!!
6) Escrever. É quando consigo organizar os pensamentos e os sentimentos;
7) Livros. Adoro ler e adoro comprar livros e ficar com aquela pilha infinita na cabeceira me esperando!

Blogs que indico:



A ditadura do parquinho

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Eu comecei a ler blogs maternos ainda no puerpério. Como eu não tinha com quem esgotar as minhas dúvidas e angústias maternas, eu fui em busca de quem estava passando pelo mesmo momento que eu. Era uma necessidade de saber mais sobre tudo, que me corroía a alma. Como no mundo "real" poucas ou quase nenhuma pessoa estava disposta a ficar me ouvindo falar só sobre isso, a blogosfera materna virou a minha melhor amiga. Por meio dessas mulheres que compartilhavam suas experiências, muitas vezes, eu me vi em seus discursos. Muitas me fizeram repensar a forma como eu estava maternando, outras me fizeram ter certeza de que eu estava no caminho certo, e houve aquelas que me deixaram na dúvida. Houve também aquelas que eu parei de ler porque não tinham nada a ver comigo e eu me sentia desrespeitada quando lia. Afinal, jamais vamos conseguir agradar todo o mundo. Ao longo desses quase quatro anos de leitura, senti uma mudança nos discursos. O que era tão-somente um compartilhar de experiência, virou, em alguns casos, uma ditadura, como se quem fizesse diferente, estivesse errado. Um dos discursos que mais vi proliferar, foi a historia de algumas mulheres que renunciaram sua vida profissional em prol da maternidade e passaram a achar um completo absurdo nunca ver algumas crianças com seus pais no parquinho do condominio ou na pracinha. É fato que há milhares de casos de pais que efetivamente terceirizam por completo a educação e criação de seus filhos e quanto a esses, reservo-me o silêncio porque nem sei o motivo de terem tido filhos. Mas, existem os que tem ajuda mas não terceirizam e ainda assim vivem sendo apontados (julgados) porque não são vistos no tal parquinho numa segunda-feira as 9h...
Eu sempre tive ajuda e é ajuda mesmo. A linha é tênue e cabe a cada mãe (e pai) saber o limite. Dan vai ao parquinho do nosso condominio, o qual fica em frente a minha varanda e nos 50 min que ele passa lá, eu estudo. Quando ele volta, estou apta a fazer as atividades com ele, levá-lo comigo ao supermercado ou a um passeio na livraria que ele ama etc. Mas confesso que parquinho com ele é nos fins de semana, já que durante a semana me dou ao direito de me concentrar e estar em silêncio por menos de uma hora. E toda vez que eu leio sobre essa historia do parquinho e da pracinha eu penso: "gente, isso é só um lado da moeda!!" Essas pessoas não sabem do dia-a-dia daquela familia. Não sabem o que a mãe e o pai daquela criança estão fazendo e o porquê de não estarem brincando com seus filhos no meio da manhã. Essa celeuma toda me lembrou uma frase que adoro e calha muito bem nessa disputa (ridícula) materna:
"não fosse isso e era menos. Não fosse tanto e era quase" (Paulo Leminski)


O tempo que transforma o amor e também a vida

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Há pouco mais de três anos vivo intensas emoções. Picos de amor, de paixão, de tristeza, de melancolia, de ansiedade, de preocupação, enfim, todo aquele turbilhão de sentimentos que somente a maternidade nos faz experimentar todos os dias. Conforme o tempo foi passando, os picos foram diminuindo, abrindo vaga para um amor mais calmo, sereno, tranquilo. O amor só aumenta, mas, a loucura inicial vai passando, e então, torna-se possível a ação mais pensada e não tanto instintiva. A vida vai ganhando novos rumos, a gente volta a olhar para si, de repente outros interesses surgem além do mundo-bebê, que parecia jamais ter fim. Passamos a nos interessar sobre o que acontece além das paredes de casa, deixando de enxergar só o umbigo do nosso tatu-bolinha, que agora já sabe que é um ser à parte, tem vontade própria, deixando claras suas preferências, demonstrando que já é um ser quase independente e pode seguir mais sob nosso olhar do que colado ao corpo, pois já sabe onde quer ir e quer ir sozinho. Esse tempo que transforma o amor e também a vida, faz a gente olhar para trás e entender que cada fase é única e que absolutamente nada dura para sempre. Um dia, a gente acorda e percebe que teve uma noite inteira de sono, que o cansaço extremo só ocorre de vez em quando, que a conversa é sobre um filme e não só sobre fraldas, que a preocupação é com um projeto novo e não somente se o moleque está comendo o suficiente. A vida segue e segue bem.


Mais do mesmo (trabalho X maternidade)

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 Semana passada, precisei viajar a trabalho (marido também). Foram 4 noites longe do Dan. Como sempre, recorri aos meus pais, que com aquele amor açucarado de avós, tornaram a separação menos dramática. Ainda assim, Dan adoeceu na primeira noite...febre, muita secreção e sem vontade de comer qualquer coisa que lhe era oferecida. E lá se foi a paz...mesmo sabendo que estava sendo medicado e bem cuidado, sofri por não ser eu quem estava cuidando. Ossos do oficio, sei. Mas, filho é pedaço, é víscera, é carne da nossa carne. Impossível separar sem trauma. Às vezes, saudade adoece.


Crianças e restaurantes

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O delicioso ciclo da vida nos faz passar por certas provações. Mais que isso. Às vezes faz a gente passar por situações que outrora torcíamos o nariz. Vamos aos fatos:
Antes do Dan, eu fiz muita cara feia nos restaurantes quando ouvia aquele choro ou aquela birra vinda de uma mesa próxima. Não compreendia o porquê daquelas pessoas levarem seus filhos para ambientes fechados, lugar completamente inapropriado para tanta gritaria. Enfim, os anos se passaram e eis que me tornei mãe, e, assim como aquelas pessoas a quem intitulei de "sem noção" e tanto julguei, hoje, eu também tenho vontade de frequentar restaurantes bacanas, sendo que, na maioria das vezes, tenho que levar meu filho comigo, pois nem sempre tenho com quem deixá-lo para curtir uma noite a dois. Apesar disso, ainda acho que existem lugares ou horários que não são apropriados para se andar com um bebê ou criança pequena. E é sobre isso que eu gostaria de compartilhar. Veja bem, da mesma forma que não vou achar bacana alguém reclamar do meu filho que está chorando num restaurante que tem espaço kids e é daqueles típicos pra familia, onde já se sabe que silêncio será algo impossivel, eu penso que há espaços onde levar criança não é bacana, leia-se: uma sacanagem com quem foi pra namorar ou bater um papo com os amigos, num bistrô, ou restaurante/bar, tipicamente adulto. Penso que em ambos os casos, deveria prevalecer o bom senso. Exemplificando, dia desses, sai com meu marido, e já passava das 22h, depois de ter feito meu filho dormir e ter deixado com alguém de confiança para curtir uma noite a dois. Chego no lugar, que é mais um bar do que um simples restaurante e vejo um bebê de mais ou menos 6 meses, aos berros, porque, obviamente, queria dormir, mas, os pais não estavam a fim de deixar de papear com os amigos. E lá ficamos ouvindo a noite toda o coitadinho chorar. Culpa do bebê??? Não, né?!
Mas, será que é mesmo impossível frequentar um lugar desses com criança? Penso que não! Se prevalecer o bom senso, basta a familia ir cedo e respeitar o horário DA CRIANÇA. Meu filho, por exemplo, dorme entre 20:30 e 21h e há duas semanas, aconteceu de querermos muito conhecer um restaurante novo que abriu aqui em Manaus. Procurei saber que horas abria para que pudéssemos ir o mais cedo possível. O local, amém, abria as 18h. As 19h estávamos lá, o local quase vazio, fomos atendidos rapidamente e por volta das 21h já estávamos de saída. Sem choro, sem birra, sem estresse. Afinal, mais que a nossa vontade de sair, priorizamos o bem estar do Dan, que aos 3 anos de idade, necessita das suas horas de sono para que fique bem e saudável. Essa semana mesmo, marcamos de sair pra jantar com um casal vizinho que tem um filho amigo do Dan. Quando as crianças já estavam ficando com aquele sono, pedimos a conta porque sabíamos que era chegada a hora de levantar acampamento e fomos embora de boa. Dessa forma, acho ser muito possível, com bom senso, proporcionar momentos agradáveis e sem estresse para a criança, para os pais e para as pessoas que nada tem a ver com isso. Viver em sociedade implica se preocupar não somente com o seu bem estar, mas também com o de quem está a sua volta. Em Manaus, pouquíssimos restaurantes contam com espaço kids e seria injusto só se frequentar lugares com esse atrativo, até porque há alguns anos nem havia essa história de brinquedoteca e todo mundo andava com suas crias para cima e para baixo. Não venho aqui fazer objeção às crianças nos restaurantes, afinal, tenho uma. Mas, tenho consciência de que nem todo lugar ou horário é para meu filho e é disso que estou falando. E você, o que acha? Qualquer lugar é possível de ser frequentado com crianças? E quanto aos bares? 


Amor de Dan

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Nasce:
O filho, a mãe

Vai-se:
O antes

Quem fica?
O nunca mais

E o que vem?
O Amor

E como vem?
As vezes com dor
Mas mais amor
As vezes com zanga
Ainda mais amor
Tanto que sangra

Para ouvir no embalo, só o Camelo que me entende...rsrsrsrsrsrsrs







Vida de mãe

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Esqueceu-se de trocar a roupa, de lavar a louça, de pintar as unhas, de fazer o cabelo, de sair com os amigos, de tomar uma gelada, de fazer nada, de ir ao supermercado, de olhar o relógio, de abastecer o carro, de comprar o presente, de ir ao dentista, de marcar a consulta com o ginecologista, esqueceu-se até do marido, esqueceu que tem vida própria. Esqueceu-se.

Quem nunca?


E o que teve no fim de semana mais que prolongado?

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 Eu AMO o carnaval!!! Mas, esse ano vimos tudo de longe, na preguiça, na calma e na falta de coragem de se jogar como em outros saudosos tempos...hahahahahahaha...eu que já estive em trio elétrico de Salvador e no carnaval carioca, troquei tudo isso pelo sossego e aconchego dos meus amores, porque desde que o Bloco "Mamãe, eu quero" chegou, nenhuma marchinha, samba ou axé abalou mais meu coração. Dan, mais lindo que nunca, está na fase dos super heróis e quis ser o Thor na festa da escola:



No sábado teve festa de aniversário surpresa da minha prima irmã, com direito a um animadíssimo carnaval:



À noite, fizemos o encontro das blogueiras mamães de Manaus e pude desvirtualizar com a Desirée que escreve As Trigêmeas de Manaus, com a Larissa que escreve o Maternidade e Cotidiano e a Jú, que escreve Os gêmeos da Jú. Adorei demais, meninas!!!!


Quando não tínhamos programação, o quê fazíamos??


E para terminar, segunda-feira gorda foi o aniversário do nosso querido sobrinho/primo Ian e lá fomos nós cantar os parabéns:


Ainda nos restam dois dias de preguiça, então, vou ali voltar pra minha rede!! Bjs, gente!!


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