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O tempo que não se engarrafa

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Fazer escolhas implica SEMPRE perder algo. Por não podermos ter tudo o que desejamos, elegemos prioridades durante a vida e passamos a ganhar (e perder) algo de acordo com as escolhas que fazemos. Não há caminho que nos leve ao tudo, infelizmente.
Semana passada estive em uma viagem a dois, preparada e pensada há mais de 7 meses. Conforme o dia da viagem se aproximava, um misto de ansiedade e saudade/culpa, porque iríamos sem o Dan, tomava conta de nós. Durante os dias que estaríamos fora, perderíamos: frases novas, risadas gostosas, cheirinho azedo depois de tanto correr, banho de mangueira e de piscina, mais risadas gostosas, desenhos assistidos abraçados, bom dia com hálito de cabo de guarda-chuva misturado com leite, historias antes de dormir, tarefinha pra casa, ainda mais risadas gostosas, além do "eu te amo demais" mais doce que nossos ouvidos já tiveram o privilégio de escutar. Em dias de ausência assim, pensei em como seria bom se pudéssemos engarrafar os momentos que perdemos ou aqueles que gostaríamos de reviver, como aqueles navios que artistas incriveis constroem e depois eternizam em uma garrafa de vidro transparente. Eu teria muitas prateleiras com garrafas cheias de momentos eternizados, de cheiros marcantes, de lágrimas de alegria, de paisagens e lugares que gostaríamos de revisitar. Mas como isso não é possível, tratei de engarrafar os momentos que vivi esses dias do melhor jeito humano possível: guardando na memória. E o que perdi estando longe do meu pequeno, eu guardei imaginando e criando em minha mente tudo o que era relatado.
P.S.: fotos e vídeos ajudam a eternizar, mas, as sensações são próprias só de quem as experimentam de verdade!




Vamos de 7

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A querida Desirée do blog As Trigêmeas de Manaus me indicou para participar dessa brincadeira em que temos que dizer 7 coisas das quais gostamos:

1) A minha familia. Familia é base, é o meu pilar de ferro. Não sei ser sem;
2) Amigos. Os bons, claro. Aqueles que escolhi como irmãos;
3) Viajar. Nada me faz ficar tão alegre quanto viajar. Adoro conhecer lugares, pessoas e costumes;
4) Comer. E bem!!! HAHAHAHAHAHA...adoro um restaurante novo, uma comida exótica, um molho apimentado...huuummm;
5) Dormir.Algo que já nem é mais tão possível, mas, que continuo amando!!
6) Escrever. É quando consigo organizar os pensamentos e os sentimentos;
7) Livros. Adoro ler e adoro comprar livros e ficar com aquela pilha infinita na cabeceira me esperando!

Blogs que indico:



A ditadura do parquinho

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Eu comecei a ler blogs maternos ainda no puerpério. Como eu não tinha com quem esgotar as minhas dúvidas e angústias maternas, eu fui em busca de quem estava passando pelo mesmo momento que eu. Era uma necessidade de saber mais sobre tudo, que me corroía a alma. Como no mundo "real" poucas ou quase nenhuma pessoa estava disposta a ficar me ouvindo falar só sobre isso, a blogosfera materna virou a minha melhor amiga. Por meio dessas mulheres que compartilhavam suas experiências, muitas vezes, eu me vi em seus discursos. Muitas me fizeram repensar a forma como eu estava maternando, outras me fizeram ter certeza de que eu estava no caminho certo, e houve aquelas que me deixaram na dúvida. Houve também aquelas que eu parei de ler porque não tinham nada a ver comigo e eu me sentia desrespeitada quando lia. Afinal, jamais vamos conseguir agradar todo o mundo. Ao longo desses quase quatro anos de leitura, senti uma mudança nos discursos. O que era tão-somente um compartilhar de experiência, virou, em alguns casos, uma ditadura, como se quem fizesse diferente, estivesse errado. Um dos discursos que mais vi proliferar, foi a historia de algumas mulheres que renunciaram sua vida profissional em prol da maternidade e passaram a achar um completo absurdo nunca ver algumas crianças com seus pais no parquinho do condominio ou na pracinha. É fato que há milhares de casos de pais que efetivamente terceirizam por completo a educação e criação de seus filhos e quanto a esses, reservo-me o silêncio porque nem sei o motivo de terem tido filhos. Mas, existem os que tem ajuda mas não terceirizam e ainda assim vivem sendo apontados (julgados) porque não são vistos no tal parquinho numa segunda-feira as 9h...
Eu sempre tive ajuda e é ajuda mesmo. A linha é tênue e cabe a cada mãe (e pai) saber o limite. Dan vai ao parquinho do nosso condominio, o qual fica em frente a minha varanda e nos 50 min que ele passa lá, eu estudo. Quando ele volta, estou apta a fazer as atividades com ele, levá-lo comigo ao supermercado ou a um passeio na livraria que ele ama etc. Mas confesso que parquinho com ele é nos fins de semana, já que durante a semana me dou ao direito de me concentrar e estar em silêncio por menos de uma hora. E toda vez que eu leio sobre essa historia do parquinho e da pracinha eu penso: "gente, isso é só um lado da moeda!!" Essas pessoas não sabem do dia-a-dia daquela familia. Não sabem o que a mãe e o pai daquela criança estão fazendo e o porquê de não estarem brincando com seus filhos no meio da manhã. Essa celeuma toda me lembrou uma frase que adoro e calha muito bem nessa disputa (ridícula) materna:
"não fosse isso e era menos. Não fosse tanto e era quase" (Paulo Leminski)


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