Páginas

Vivenciando mudanças

|
Estou muito feliz que Dan completou o primeiro mês sem chupeta. Foi, sem dúvida, uma grande vitória para nós dois. Achei que ele sofreria mais pela ausência, mas, que nada! Ainda que vez ou outra, ele lembrasse de sua amiguinha de longa data, Dan passou muito bem por essa etapa. Talvez quem tenha sentido mais saudade da chupeta fui eu. Peguei-me, algumas, vezes, olhando para o Daniel e sentindo uma saudade de ver aquele rostinho embelezado pela fragilidade que a chupeta lhe causava. E me pus a olhar as fotos que traziam o rosto de quem parecia estar sempre a pedir meu colo. Vivi minha nostalgia, com a certeza de que seria apenas mais uma das muitas que ainda viverei...
Concomitante à retirada da chupeta, comecei, bem devagar, o desfralde, pois ele não poderia passar por tantas perdas ao mesmo tempo. Conversei com a escola, que me assegurou ser um bom momento, já que outros coleguinhas também estavam passando pelo mesmo processo. Confesso que pensei que o desfralde seria tão tranquilo quanto foi a retirada da chupeta, mas, tem sido bem difícil. Percebo que Dan está resistente. Ora ele pede, ora se nega por completo a ir ao penico ou vasinho. Como não quero que seja um processo traumático, estou indo sem pressa, respeitando seu momento. Em algum tempo, creio que ele agirá com naturalidade e dispensará a fralda. Porém, até lá, muita paciência.


1 ano de blog!

|
Parece que foi ontem, após ler tanto sobre a maternidade alheia, que decidi falar da minha própria. Pensei muito antes de ter coragem de mergulhar na blogosfera materna, pois, temia ser mal compreendida. Eu tinha muita vergonha de colocar a minha cara a tapa, mas, eu estava tão sufocada de sentimentos contraditórios que o medo cedeu lugar à vontade de compartilhar minha experiência como mãe de primeira viagem. Tentei o anonimato, mas, se eu estava buscando ser verdadeira com a maternagem que eu estava buscando exercer, como não dizer quem eu era? E em meio a tantas dúvidas, o blog surgiu. O nome veio graças às sessões de terapia, tendo em vista que muitas vezes criei mundos que eu gostaria que existissem, porém, eles só existiam na minha cabeça e também por minha mãe de vez em quando dizer para mim: "acorda, Alice!". Então, nada mais apropriado do que o "Mãe no País das Maravilhas". A experiência de compartilhar é engradecedora. Conheci mães maravilhosas e que hoje tenho um carinho imenso, pena que só virtual, pois moram em outras cidades/países. Eu também me deparei com mães completamente diferentes de mim e que me acrescentaram muita coisa. E, claro, houve aquelas que de tão chocantes, preferi me afastar, pois meu intuito não era viver me degladiando se minha maternidade era melhor ou pior que a da fulana. Meu muito obrigada às pessoas que tiraram alguns minutinhos para ler meus pensamentos. Obrigada às mamães/amigas virtuais que sempre estão por aqui. E o meu maior obrigada ao meu Daniel, razão de tudo isso, pessoa que me faz mais pessoa a cada dia e a quem dedico tempo, amor, vida. Como eu já disse em outro texto, o seu destino era ser meu, para me ensinar que por amor somos capazes de ultrapassar orgulho, rancor e qualquer dor que a vida possa nos trazer. O amanhã, apesar de obscuro, será sempre bem-vindo porque carrega a esperança nossa de ser melhor...


A necessidade de impor limites

|
Esse é um assunto pelo qual eu sempre me interessei, antes mesmo de ser mãe. Porém, quando ainda não fazemos parte desse grupo seleto, tendemos a criticar o comportamento do filho alheio de forma dura, como se a criança fosse, literalmente, mal criada. Essa expressão, aliás, é bem pesada. E só sendo mãe para sentir o quão desagradável é ouvir de terceiros que o filho é mal criado. Eu mesma já julguei tantas mães, antes de ser uma delas...afinal, se a criança age mal, ela não sabe o que está fazendo! A culpa, na verdade, é da mãe. Acontece que, saindo da realidade empirica, o buraco é mais embaixo, colegas. Muitas vezes, a situação sai do seu controle e a vontade que dá é esquecer tudo o que você leu, ouviu ou assistiu na TV e simplesmente deixar o moleque fazer o que quiser. Dá vontade de dizer: "vai, menino!!! Pode destruir a casa toda, jogue-se no chão, coma pedra, que eu não estou nem aí!". Fazer um estilo assim bem blasé, sabe? Calma! Pausa para voltar à sanidade.
Sem querer ser redundante, não há como negar que educar dá muito trabalho. E, por isso mesmo, é que muitas vezes vemos uma cena mais ou menos assim: criança tocando o terror em um ambiente e mãe ou pai (ou ambos) batendo um papo sensacional com os amigos, fingindo que não está vendo o que o(a) filho(a) está aprontando. Provavelmente, esses pais já estão esgotadíssimos de chamar atenção ou colocar de castigo e ligaram aquele botão...
Só que, infelizmente, não dá para sermos assim: NEGLIGENTES. A criança sem limite hoje, será o tirano de amanhã. E sim!! A culpa é nossa!! Fechar os olhos, ligar aquele botão, fazer ouvido de mercador, não nos fazem educadores, mas, tão-somente cuidadores omissos. Eu sei que erro e ainda irei errar, mas, que não seja por omissão, por preguiça. Já perdi a cabeça várias vezes e tive que sair de perto do Daniel para não dar aqueeeele beliscão. Já tive que contar até 20 para não chorar. Já tive que dizer pro meu marido tirar o Dan de perto que eu não estava aguentando a birra e que por favor ele resolvesse que eu precisava de uns minutos para respirar fundo. Porém, deixar o Dan dominar a situação não está nos meus planos. Sem dúvida está nos dele, né? Porque criança testa pai e mãe só para saber até onde vamos sustentar o NÃO. Por isso, seja forte e não ceda! Pode parecer ao contrário, mas, eles querem que os limites sejam impostos. Aliás, eles PRECISAM que sejam impostos. Será fundamental para torná-los seguros, e, também, fortes para passarem pelas frustrações inevitáveis da vida.
Resumo da ópera:
FILHO, NÃO IREI FACILITAR PRA VOCÊ, OK? 


A melhor viagem

|
Se tem algo que eu adoro fazer é viajar. Aliás, acho que raras são as pessoas que não curtem conhecer lugares novos, né?! Mas, sou daquelas que curte a viagem desde o planejamento. Adoro fazer os roteiros, ir em busca de informações do lugar com pessoas que já visitaram, procurar os hoteis com boa localização, ir atrás de dicas de restaurantes, procurar saber se vai estar acontecendo alguma exposição que eu gostaria de ver ou algum show imperdível etc. Tento deixar pelo menos um dia sem planejamento. Ir sem rumo pela cidade, comer em um local que achei interessante, entrar em um museu que não estava na lista ou mesmo dormir o dia todo e deixar pra sair já bem mais tarde...
Já tive a oportunidade de ir a alguns lugares bem interessantes, outros nem tanto. Todavia, todos sempre renderam muito boas lembranças. E é tão bom fazer viagens com propostas diferentes! Por exemplo, viagem com a familia é um ritmo. Viagem com a galera é outro beeeem diferente. Viagem a dois, um romance de filme, viagem consigo mesmo, uma aventura, e por aí vai...
Nem consigo dizer qual foi a minha preferida. Porque cada uma teve seu momento, sua importância e todas elas ficarão para sempre guardadas na memória. Aliás, não só na memória, porque tenho uma pasta só de fotos de viagens no computador. Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
Viajar aproxima muito as pessoas. As vezes é quando você descobre que conviver demais com determinado ser não é uma boa. Por outro lado, já descobri pessoas maravilhosas para viajar, com as quais eu poderia viajar sempre. Sabe a tal química? Pois é! Para se viajar com alguém, há que existir química, senão, a viagem pode ser um desastre e o que era pra ser um momento de pura diversão pode se tornar uma roubada e o fim de uma amizade ou relacionamento. Afinal, tem que combinar horário para acordar, se os lugares de interesses são os mesmos, se gostam do mesmo estilo de restaurante ou se só um sanduíche tá valendo, a forma como as despesas serão divididas e outras coisinhas. Detalhes que podem se tornar uma bola de neve se não conversados antes.
Penso que ir a lugares diferentes, com costumes opostos ao meu, ver pessoas com outros estilos e comportamentos é uma experiência que engradece muito e faz a gente repensar a própria vida. Geralmente, volto das minhas viagens um tantinho diferente. Tento absorver algo bom que encontrei no lugar e refletir sobre minhas "verdades absolutas" e "cláusulas pétreas" que muitas vezes me imponho.
Na verdade, sempre acho que a melhor viagem é a que ainda está por vir...aquela que vai me fazer refletir e voltar mais um tantinho diferente.



"O Vencedor"

|
Fazer aniversário sempre me deixa nostálgica (troquei de idade em 04/02). Lido mal com esse lance de envelhecer (tema pra terapia). Fico achando sempre que faltou fazer tanta coisa, que foi mais um ano que deixei passar. Fico com a impressão de não ter aproveitado o suficiente e ainda fico com a neura de que "e se eu morrer sem ter realizado tudo o que eu gostaria?" E a historia de que todos têm que plantar uma árvore, escrever um livro e ter filhos para ser feliz? Bom, a questão filhos tá resolvida! Mas, não plantei a tal da árvore e muito menos escrevi um livro. Será que blog serve? Não deixa de ser um livro, né? Virtual, mas, é. Pensando em tudo isso e sentindo muita saudade de alguns anos atrás, tirei do baú meu CD Ventura de 2003 (crise total que 10 anos se passaram!) e lá vem "O Vencedor", que na época eu já amava, mas, ainda não tinha tanto significado assim, afinal, vinte e pouquinhos anos não nos fazem tão experientes, né? Hoje, aos recém completados 32 anos, a música tem peso. Levei algumas pancadas que me fizeram entender que vencer sempre é impossível. Entendi que perder faz parte e chorar não é fraqueza. A maternidade me ensinou a fazer o melhor que sou capaz, porque ir ao infinito e além não dá (só o Buzzy do Toy Story consegue), e que caminhar sem pressa, porém, com determinação, é melhor do que viver em estado de ansiedade eterna. Então, fica aí para esse carnaval, a letra da música dos meus queridos Los Hermanos, que marcaram minha vida para sempre. Músicas que embalaram uma década memorável, a qual pude compartilhar com pessoas que caminham comigo até hoje.
O Vencedor (Marcelo Camelo)
Olha lá quem vem do lado oposto
e vem sem gosto de viver
Olha lá que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer
Olha lá quem acha que perder
é ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória
e perde a glória de chorar

Eu que já não quero mais ser um vencedor,
levo a vida devagar pra não faltar amor

Olha você e diz que não
vive a esconder o coração

Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
só procura abrigo,
mas não deixa ninguém ver
Por que será ?

Eu que já não sou assim
muito de ganhar,
junto as mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz.

http://www.youtube.com/watch?v=9mXBTKKXCQU


"50 tons de cinza" - mini conto

|
"Eu estava sozinha, mas, não completamente. Meus pensamentos eram todos nele. Ficava imaginando aquele rosto, aquela pele, o seu toque. Mas, afinal, se era tão bom estar um pouco só, por que mesmo eu queria estar com ele? Então, lembrei-me de que eu me encontrava em um momento tão íntimo, tão meu, que a sua presença era completamente prescindível. Passei a olhar todos os objetos que me cercavam e vi tantas coisas das quais eu sequer lembrava que existiam. Entretanto, logo fui invadida pela saudade e  não consegui deixar de pensar no quanto ele me fazia feliz e plena. Tentei desvirtuar o pensamento, mas, cheguei à conclusão de que já não era capaz de viver sem sua presença e isso me causou um medo inimaginável de perdê-lo.
Ouço passos, parece que já não estou só, a qualquer momento serei surpreendida. É um misto de alegria por reencontrá-lo e desapontamento por não mais poder estar a sós com meus pensamentos. De repente, ouço ele gritar: "mamãããããe!!!!!!" e a porta do banheiro é escancarada!!!"
Não, não é o Sr. Grey!!! É o Daniel que chegou bem na hora em que eu iria tomar banho!!!
É, queridas. Esses são os 50 tons da maternidade!
Beijos!


Layout por Xiricutico.blogspot.com para uso exclusivo de Myriam. Proibida a cópia!
Tecnologia Blogger