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"ode" às mulheres

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Eu já li muitas vezes por aí, o quanto nós mães nos sentimos sobrecarregadas por acumularmos tantas funções etc. Li opiniões no sentido de que nós, muitas vezes, acabamos não permitindo que o parceiro participe mais da vida doméstica porque achamos que somente nós somos capazes de fazer o melhor. Li, também, que temos que largar mão de queremos ser heroínas e chamar o "digníssimo" para ser mais participativo nas coisas do lar e dos filhos etc. Não foi e nem é diferente comigo. Claro que cada lar tem suas peculiaridades, mas, acredito que a maioria das mulheres padecem dos mesmos dilemas e frustrações domésticas. Talvez a gente crie muitas expectativas em cima dos homens, achando que a chegada de um bebê vai transformá-los na mesma proporção em que ocorre conosco. Porém, acho que isso não é uma realidade para a grande maioria. A verdade é que a vida deles é muito pouco agitada com a chegada de um bebê. E isso começa desde a gravidez. São as mulheres que passam pelas limitações que gerar uma vida traz, como por exemplo, diminuir o ritmo de trabalho, de saídas, de atividades físicas. Nosso corpo pede a desaceleração, por mais que se tenha a mais saudável das gestações. E aí, vem a quarentena. Um período chatérrimo pelo qual somos obrigadas a passar para que o corpo se recupere daqueles 9 meses e do parto. E vem então a fase da amamentação, que além das dores, traz o adeus à liberdade, porque você não manda mais nem no tempo e muito menos no seu corpo. Você estará à disposição 24h por dia para aquele serzinho esfomeado. Aí, quando o bebê completa uns 90 ou 100 dias, é que você começa a poder querer tentar ter uma vida um pouco mais fora da prisão situação em que você se colocou, já que os horários das mamadas são mais espaçados. Mas o cansaço é tanto, que você ainda não se sente preparada para ver a vida lá fora. E enquanto isso, na Floresta Encantada dos homens, o mundo continua a girar normalmente. Eles dormem 8h por dia, fazem atividade física por amor e não porque precisam perder 10kg, vão para o trabalho e conseguem se desconectar completamente da casa e dos filhos, chegam em casa, a geladeira está cheia e arrumada, a casa um brinco e a esposa...um caco(rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs). É claro que no meio disso tudo, há uma participação cada vez maior desse pai, à medida que o bebê vai crescendo e precisando menos daquela simbiose com a mãe. Colocando essa situação para a minha realidade, eu sou do tipo que peço ajuda sim. Não sou de achar que só eu faço melhor, até porque tem horas que eu me sinto esgotada física e emocionalmente e digo: "pega que também é teu"!! (quem nunca?). Eu não sei se estou conseguindo me fazer clara, mas, o que estou querendo dizer aqui é que a carga mais pesada é quase sempre da mulher. Nós praticamente somos as responsáveis por um relacionamento dar certo ou ser fadado ao fracasso. Bem como se um filho será bem criado ou não. Se a casa estará em ordem ou um completo caos. Se haverá festinha de aniversário ou será só um bolinho pros mais íntimos. Se vamos viajar de férias ou vamos economizar para a troca do carro etc. Somos nós que abdicamos muito mais do individualismo em prol da parceria. Li dia desses que o amor de hoje depende do quanto estamos dispostos a abrir mão do individualismo. E isso é tão, mas, tão verdade! Se formos querer nossas vontades sempre em primeiro lugar, acredito que quase não mais haveria relacionamentos duradouros. A gente cede bem mais que os homens, não há dúvida!! Apesar disso soar como reclamação, quero dizer que isso é tão-somente uma constatação clara e evidente da realidade que nos cerca. Aqui e ali vejo lares bem modernos, com a vida doméstica super bem dividida. Mas isso é ainda exceção a nossa volta. Quando converso com as minhas amigas que são casadas e têm filhos, TODAS estão muito cansadas de terem que se subdividir tanto. E olha que a maioria tem ajuda terceirizada! Dou um viva às mulheres que não tem e são completamente sozinhas!! Quero dizer que vocês têm meu eterno respeito e admiração!! Digo isso porque se hoje consigo estar de volta ao trabalho, mesmo que meio período e tenho minha casa em ordem e ainda consigo fazer atividade física e sair com o marido pra jantar fora, ir a um cinema ou a um bar com os amigos, é porque tenho ajuda de pessoas que são meu braço e perna! Tenho por essas pessoas o maior respeito, pois, por estarem comigo, amenizam o trabalhão que é ser mãe, esposa, empresária e ainda dona de casa! Por isso, termino aqui o meu desabafo um pouco mais leve e bem mais orgulhosa de pertencer a um gênero tão forte e batalhador! Hoje não é dia 08 de março, mas, acho que nunca é demais enaltecer a força que temos! Um abraço a todas!!


10 comentários:

  1. Como eu amei este seu texto! Sinceramente, acho que uma dos fatos que comprovam que o machismo ainda impera foi os fatos que vc mencionou: a nossa vida muda COMPLETAMENTE quando temos um filho e a do homem muda apenas, praticamente, a parte emocional. O resto continua tudo igual. No primeiro ano que a minha filha nasceu, trabalhei só um período- a noite, pra ficar o dia todo com ela, pois eu ainda não a queria em creche. Neste ano, coloquei-a na creche, mas com uma carga horária mais reduzida de trabalho. Já pro meu marido, tudo continuou igual: trabalhando de 10 a 12 horas por dia. No próximo ano, eu também voltarei ao "normal" da minha época antes da gravidez ...adivinha de quem será a culpa se houver algum problema?
    Já disse que amei o seu texto, não?

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    1. Hahahahahahahaha...obrigada, obrigada!!! Sei que não estou cansada sozinha!!! Aff!!! Somos vitoriosas mesmo...com tudo isso que falei, ainda achamos que vale à pena!! ;)

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  2. Amei!! Amei!! Eu poderia ter escrito isso, mil mulheres poderiam ter escrito isso...Ficando viciada no Mãe no Pais das Maravilhas! Em janeiro vou falar num chá de cozinha, posso usar parte do seu texto? Dou os devidos créditos...

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    1. Claro que pode!!! Ficarei honrada!!!!!! Adorei!!! Mil beijos!!

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  3. Realmente seu texto está 10!
    Sabe, eu tbm "tiro o chapéu" para as mães que, aparentemente, dão conta de tudo e sem tantas ajudas. Entretanto, imagino o quão sobrecarregadas estão...
    E mesmo com o nosso mundo moderno, muitas atribuições e responsabilidades, são, de nós, mulheres! Um viva pra todas nós!
    Bjs,
    Larissa Andrade.

    http://maternidadeecotidiano.blogspot.com.br/

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  4. Adorei o texto!! E é bem assim como voce falou mesmo! Hoje com a minha filha com 4 meses estou tirando um tempo todo dia a noite para estudar (estou fazendo o cfc) e nossa, está muito mais dificil do que eu imaginei que seria, eu estou ficando esgotada e enquanto estou na aula estou qeurendo saber como ela está e se está sendo bem cuidada pelos outros. Ainda bem que tenho essas pessoas para me ajudar com ela, meus pais e meus sogros, e meu marido também!! Mas realmente acabamos ficando bem sobrecarregadas com tudo o que temos que lidar nao é mesmo? Eu fico imaginando como será o ano que vem que terei que voltar a trabalhar!!! Espero que eu consiga lidar com tudo e ainda cuidar bem da minha pequena!!!
    Beeijos

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    1. A gente tem que se virar nos 30!!! Não é fácil! Muitas vezes achamos que é melhor desistir, mas aí é só respirar beeeem fundo, contar até 10 e seguir!!! Vc vai vencer!! Bjossss

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  5. Adorei seu texto,há 9 meses descobri com minha Giovana o quão maravilhosa e cansativa é a maternidade! Ainda não desfruto de um longo tempo pra mim,um almoço tranquilo,um banho demorado,uma casa sempre limpa,não tenho mãe nem sogra por perto(ainda bem?),não adianta,a responsabilidade maior é sempre nossa mesmo,ainda me pergunto: será q existe vida social além da maternidade? enquanto q pra eles é muito fácil confirmar aquele futebol com os amigos,já para nós temos que pensar em toda uma logística para ir no salão fazer uma escova . Um abraço,to sempre por aqui,vc consegue achar as palavras certas por nós rsrs.

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    1. Obrigada pelas palavras, Rosana!! Seja sempre muito bem-vinda!! Espero que eu continue encontrando sempre boas palavras para que a gente siga cansadas, mas, sorrindo!! Beijos!!!

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